| If Our Love is Wrong | YoonKook

|Confessions and pleasure|

Meu corpo doía e eu não conseguia me sentar. Eu estava no quintal dos Jeon e sorria apesar da dor. Eu preferia andar do que ficar sentando e ficava tonto quando era obrigado a fazê-lo. Havia se passado duas semanas desde a última surra e poucos machucados havia se curado. O corte que atravessava minha costas estava quase se inflamando e às vezes eu tinha febres por conta disso, mas eu não tinha ninguém para curá-lo e eu mesmo não o alcançava. Embora não houvesse nenhum corte na minha bunda, os hematomas ainda continuavam lá e quando pressionados, me tiravam o ar.

— Yoongi, querido, pode se sentar. — ofereceu a senhora Jeon e eu juro que me senti empalidecer.

— Eu fiquei muito tempo sentado, sra. Jeon, não tem algo que eu possa fazer? — ofereci-me, sorrindo educado e pedindo aos céus que me atendesse.

— Ah, querido, pegue a travessa de salada na cozinha então.

Todo solicito eu entrei na cozinha, pronto para pegar a travessa em cima da pia. A cozinha da senhora Jeon era toda limpa e organizada, com cores alegres, diferente da de casa, onde eram cores frias e elegante. Embora eu não soubesse como eles se tratavam dentro de casa sozinhos, eu poderia supor que era um conto de fadas perfeito. Caçando a travessa pelo lugar, eu não vi a enorme ilha até que minhas costas atingiram a quina da mesma e eu perdesse a respiração pela dor.

— Você está bem? — perguntou Jungkook, preocupado. Eu nem ao menos conseguia responder. — Eu disse para a minha mãe que isso era algo perigoso... — resmungou, me levando para algum lugar. Era o banheiro. — Levanta a sua camiseta para mim ver...

— Não! — exclamei nervoso, tentando me afastar. Não dava para fugir já que ele tampava a porta, mas eu não podia deixá-lo ver minha costas. — Não foi nada, está tudo bem...

— Não vou repetir, Yoongi. — decretou, me fazendo encolher. Sua voz potente me fazia me lembrar do meu pai e isso me deu medo.

Eu me senti indefeso e então fiquei parado, observando ele se aproximar. Eu sentia meu corpo trêmulo, como se estivesse com frio, mas quando as mãos quentes dele tocaram minha cintura para arrancar a camiseta, eu estremeci.

— Eu não vou fazer nada, Yoongi, relaxe. — murmurou, arrancando minha camiseta.

Primeiro eu me senti exposto e depois completamente envergonhado. Eu sabia que ele observava meus hematomas e quando me virou de costas, eu pude ver seu olhar quase horrorizado.

— O que aconteceu? — perguntou ele baixinho e eu apenas neguei com a cabeça. Eu não poderia dizer.

— N-Nada...

— Isso não é nada. — retrucou, irritado.

— Foi só um acidente. — respondi, desviando meu olhar. Mesmo que ele insistisse, eu não diria nada e parece que ele notou isso também.

Com um suspiro, ele se abaixou e pegou uma maleta do gabinete da pia e começou a tirar várias bandagens dali. Eu me vi obrigado a maltratar meu lábio recém-curado mais uma vez e impedi que gritos fossem ecoados pelo local. Ele limpou o mais cuidadoso possível e isso foi mais próximo que alguém cuidou de mim em anos. Era por isso que eu o amava e quando ele terminou com o curativo, ele acariciou o meu rosto, limpando algumas lágrimas.

— Você precisa falar com alguém sobre isso... — aconselhou, me fazendo olhar no fundo de seus olhos. — se não para mim, pelo menos para alguém de confiança, um amigo ou um parente.

Como dizer que eu não tinha ninguém? Eu não tinha amigos e muito menos parentes que se importavam, então a quem eu deveria recorrer? Jungkook estava fora dessa hipótese porque eu não queria metê-lo nos meios dos meus problemas.