Então é ele

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É estranho contar uma história que ainda não chegou ao fim, e há 6 anos atrás tudo se iniciava. Mas antes, deixe-me apresentar, meu nome é Michelle Jones e tenho 16 anos, mas podem me chamar de MJ, bom, em 21 dias completo meus 17 anos.

Em 2013, eu terminava o 6°Ano do ensino fundamental. Então minha mãe teve a brilhante ideia de se mudar para uma chácara, ela tinha depressão e achou que se afastar da cidade e se aproximar da natureza poderia ajudar. Odiei a ideia, tinha acabado de me mudar para uma escola nova, e estava começando a fazer amizades, mas nada mudava sua decisão, ela decidiu em um dia e no outro de manhã nós saímos de mudança.

A chácara da família ficava a alguns quilômetros da cidade, mais próxima de um município chamado San Francisco, então minha querida mãe decidiu que eu estudaria lá. Que ideia mais ridícula, me jogar em uma escola nova de novo, que não conhecia ninguém, ter que socializar, como eu odiava tudo isso.

O ano terminou e em fevereiro de 2014 as aulas se iniciavam, comecei no segundo dia e assim que cheguei algumas meninas vieram fazer amizade comigo, na sala eu era quieta, achava um menino bonitinho, o nome dele é Léo, ele é loiro e tem os olhos verdes e como não sou boba nem nada logo me aproximei dele. Eu sentava bem no meio da sala e ele na minha frente, passávamos o dia todo conversando e brincando, mas havia um menino na primeira carteira, no canto da sala, que ficava me mandando beijo e eu mandava de volta, só que nunca conversei com ele, nem sequer me preocupei em saber o nome. Só queria saber do Léo, era apenas ele que me interessava, assim foi metade do ano, viramos muito íntimos e quase melhores amigos eu diria.

Mas um dia, ao chegar na escola, notei que as coisas estavam diferentes, o clima pesado, assim que entrei na sala a diretora veio nos dar um comunicado. O pai de um aluno da minha sala havia falecido, ela não disse a causa mas logo descobri, o homem havia cometido suicídio. A sala ficou em luto, os professores nos levaram até o velório, e o 9°Ano também, pois uma outra filha do homem era daquela sala. Fiquei muito mal, odiava velório, e o pior é que eu não sabia quem era o filho do homem, como assim ele era da minha sala e eu não conseguia reconhecer pelo nome, ouvia todos falando de um tal de "Peter", mas não conseguia me lembrar quem era. Ao entrar no velório comecei a chorar, mesmo não conhecendo o falecido, tudo aquilo me lembrava da minha avó, e de coisas que ainda me doíam, logo portanto corri e abracei minhas amigas mas a única coisa que eu queria saber era, "quem é o filho do homem?", Não precisei procurar muito, quando vi um menino chorando e sua irmã gritando já pude imaginar, era ele, o menino que me mandava beijo, ele era o Peter, como nunca pude notar, era magro de cabelos e olhos escuros, sei que é estranho, mas naquele momento o Léo se tornou insignificante, tudo que eu queria, era saber mais sobre o Peter e meu coração apertava de vê-lo daquele jeito.

Seguimos para o cemitério e eu só conseguia pensar em como ele se sentia, sabia que ficaria um bom tempo sem vê-lo.

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