“E eu simplesmente não consigo sentir. Tentei e tentei. E tentei.”
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Em certa madrugada, enquanto me encontrava em lágrimas olhando nossas fotos, continuei a pensar.
Talvez fosse masoquismo de minha parte, mas juro que tentei e tentei, várias e várias vezes, não sentir o que você me provoca, te esquecer, apesar da promessa de nunca te esquecer quando éramos adolescentes.
Eu tentei infinitas vezes, mas sempre há algo que me lembra você. Quando saio, uma roupa, um objeto, uma pessoa parecida com você... Quando fico em casa, suas pegadas molhadas após sair do banho e não se secar direito, ainda estão lá, secas, mas só de entrar no banheiro, lembro-me.
Seu corpo sempre entrava em contato com o meu em todos os banhos, sempre suado e sempre estava de costas. Após sua corrida matinal, você me abraçava, sempre que a água caía em nós, deslizando e deslizando, nos amávamos, em puro prazer. Agora, eu sou sozinho, chorando, em um banheiro, em uma casa, sem pegadas molhadas.
