Capítulo SEIS

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Sento-me na mesa mais afastada do restaurante, e em poucos minutos, o garçom trás o cardápio para mim

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Sento-me na mesa mais afastada do restaurante, e em poucos minutos, o garçom trás o cardápio para mim. Agradeço com um sorrisinho e digo que ele pode ir servir outras mesas enquanto isso, pois estou esperando uma pessoa. Na verdade, há controvérsias sobre aquela figura ser realmente uma pessoa. Pela foto que ele deixa no perfil, até onde eu sei ele poderia muito bem ser um Deus grego.

Olho mais uma vez para a roupa que estou e suspiro um pouco arrependida. Sei que escolhi um restaurante comum, nada chique e que sou — apesar do dinheiro que minha nada humilde família ostenta— apenas uma universitária, então uma roupa chique e saltos altos não combinariam com o ambiente.

Mas talvez eu pudesse ter me produzido um pouco mais.

Não que eu esteja feia, sei que não estou. O vestido azul floral alguns dedos acima do joelho realça meu cabelo ruivo e meus olhos claros, e a sandália baixinha combina com o resto da produção. O problema é que pensando no homem que está vindo me encontrar, talvez tenha sido uma má ideia não me arrumar um pouquinho mais. Ou nascer de novo, caso desse tempo.

Remexo na bolsinha lateral que eu trouxe e pego meu celular. Mando uma mensagem, avisando a ele que já estou aqui. Poucos segundos depois, recebo a resposta de que ele já está a caminho.

Ok coração. Calminho aí.

Nada de enfartar, por favor. Antes de morrer, eu preciso sentar naquele homem pelo menos uma vez. Se for para parar, que ao menos seja em cima daquele corpo gostoso.

Surpreendendo-me com meus pensamentos nada ortodoxos, tiro um gloss labial transparente e passo nos lábios, depois, sem que ninguém perceba, belisco minhas bochechas para dar uma cor mais viva ao meu rosto. Conheço-me o suficiente para saber que o nervosismo me deixa pálida. Não estar tão arrumada é uma coisa, agora parecer uma morta viva logo no primeiro encontro é outra completamente diferente, e nós temos limites aqui. Por mais que ele curta lances diferentes, duvido que necrofilia seja a praia do moço.

Quando guardo o gloss, meu celular apita novamente com o barulho de uma nova mensagem. É ele.

· Já estou aqui.

Ergo os olhos para a entrada do restaurante , mas não o vejo em lugar algum. Que estranho. Será que ele foi para o restaurante errado?

· Cadê? — mando, mordendo o canto do lábio em nervosismo, esperando sua resposta. Bato o pé e respiro fundo, falando baixinho para mim mesma me acalmar. Graças a Deus não tem ninguém em nenhuma mesa perto o suficiente para testemunhar essa cena patética.

Para de ser quinta série, Harper!

Quando a resposta finalmente vem, não é da forma que eu imaginava, pelo celular. Ela vem na forma de um sussurro sexy, bem ao pé do meu ouvido. Bem. Atrás. De. Mim.

— Bem atrás de você — me viro para trás rapidamente e com o rosto em chamas pela vergonha que eu sei que passei, porque pelo sorriso de canto que seu rosto perfeito ostenta, sei que ele ouviu meu showzinho de menina nervosa e com certeza está rindo ainda mais por dentro.

A questão é que eu me esqueço de tudo, vergonha e até mesmo meu nome, quando meus olhos repousam possivelmente na coisa mais bonita que eles viram em semanas. Talvez, meses.

Eu amo— amava, aprende cérebro imbecil, amava!—o Dylan, mas sendo completamente sincera, mesmo sendo muito bonito, ele não é nada que se compare a isso tudo.

Nada que se compare à Connor Hayes.

Ele muda de posição, saindo de trás de mim e se sentando na cadeira vaga à minha frente, e eu sigo seus movimentos. Perco alguns segundos ainda embasbacada com sua aparência estonteante, e com isso, a pergunta que não quer calar volta à minha cabeça com força total: o que um homem como esse, que pode ter a mulher que quiser, está fazendo em um aplicativo de sexo? Ele não precisa disso. Talvez parar o carro em algum lugar e abrir a porta. No máximo abrir um sorriso em um bar, para chover mulheres em cima dele.

Então porque ele está aqui?

— É um prazer te conhecer, Harper — ele diz, já de frente comigo, e eu me forço á responder para não parecer uma pateta mal educada. Estou nervosa, muito nervosa, e tenho medo de que esse encontro fique estranho e travado, porque faz anos que não saio com outra pessoa além de Dylan. E se tratando de sexo, a situação só piora: perdi minha virgindade na época do colégio, com meu primeiro amor e namoradinho de adolescência. Foi bom, mas quando a escola terminou, nosso amor também subiu no telhado. Claro que o fato do pai dele coloca-lo em um avião com destino à Alemanha para uma faculdade de administração forçada sem perspectiva de data de volta ajudou em muito no quesito: "ferrar os sonhos inocentes de Harper Elliot".

E depois dele, ninguém nunca me tocou de outra forma até eu conhecer Dylan e me apaixonar. Eu só tive experiências sexuais com os únicos dois garotos que eu amei na vida, e em todas elas eu saí com o coração partido. Talvez esteja na hora de despertar meu lado que fode sem compromisso. Afinal, é isso que a maioria dos homens fazem, e eles parecem muito satisfeitos dessa forma.

Tentando pensar assim e me valendo da esperança de começar essa nova fase da vida com o homem maravilhoso sentado à minha frente, abro o melhor sorriso que meu nervosismo e medo permitem e digo à Connor com toda a sinceridade do mundo:

— O prazer é todo meu. 

oiii gente! demorei, mas voltei

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oiii gente! demorei, mas voltei. E para compensar vocês pelo atrasinho, vou postar mais um capítulo já já. E aí, conhecer o Connor foi um prazer para vocês também? ( insira emoji com carinha safada aqui).

Entre os dois - Amor à troisOnde histórias criam vida. Descubra agora