Romance Intercontinental

Capítulo 7 Julia

Será que eu ouvi direito? Henry Cavill queria me ver de novo?

- Próxima vez? Como assim?

Ele passou a mão pelo cabelo e esfregou a nuca. Parecia um garoto envergonhado. E aquilo me deixou comovida.

- Eu não levo muito jeito para essas coisas Julia. Tendo a estragar tudo, me desculpe.

- Desculpar pelo quê?

- Julia, eu quero muito te ver de novo. Além de você ser uma mulher linda, desde que te vi ontem na livraria, não parei de pensar em você. E essas horas que passamos juntos hoje, foram as melhores que eu tive em muito tempo. Eu me senti muito bem em sua companhia. Será que mesmo com sua agenda apertada, não teria um tempinho para gastar comigo?

- Vou ter que discordar do que disse Henry. Eu acho que você leva sim, muito jeito para convencer uma mulher a passar um tempo com você.

- Então?...

- Vamos fazer o seguinte... Me dê seu número, e eu te ligo mais tarde. Vou tentar organizar minha agenda para sobrar mais tempo, combinado?

- Claro! Mas mesmo se não conseguir, me ligue. Pelo menos podemos nos falar.

Entreguei meu celular na mão dele e depois de gravar seu número ele me devolveu.

- Mandei uma mensagem para mim. Assim saberei quando você ligar.

- Tudo bem, mas agora eu preciso mesmo ir. Obrigado pelo café e pela companhia agradável. Até mais tarde Henry.

Já ia me afastar quando ele pegou minha mão e levou aos lábios, beijando um pouco mais demorado que o necessário, enquanto me encarava com aqueles lindos olhos azuis como o céu. Meu corpo inteiro se arrepiou com o toque dos lábios dele.

- Ficarei esperando ansiosamente sua ligação Julia.

Assenti, peguei minhas coisas e saí quase correndo dali, mas quando cheguei na rua, não resisti e olhei para trás. Ele estava em pé, com as mãos no quadril, olhando diretamente para mim. Sorri e acenei, e ele acenou de volta.

Como estava em cima da hora, peguei um mototáxi e em cinco minutos já estava em casa. E Chiara estava pronta me esperando.

- Graças a Deus. Sabe como foi difícil conseguir essa visita?

- Me desculpe Chiara. Vai dar tempo, não se preocupe.

- Ok, mas que amigo é esse que você estava? Você não conhece mais ninguém aqui.

- No caminho eu te conto direito. Você vai cair para trás. Deixa só eu lavar os pés e colocar um tênis e já vamos.

Quinze minutos depois, nós estávamos num táxi rumo à casa dos D'Angio, a família mais rica da cidade. Sua mansão era fabulosa e ponto de visitação de historiadores, arquitetos, pintores e qualquer um que tivesse interesse em arte, já que ela era datada do século XVIII.

- E então, vai me contar quem é seu amigo misterioso?

- Você tem apenas uma chance para adivinhar.

- Ok, mas me dê uma pista.

- Ele não é italiano.

- Ahhhh! Isso ajudou muito, obrigado.

Eu ri da cara dela, mas falei outra coisa para ajudá-la.

- Está bem! Ele é lindo, inglês e você é louca por ele.

- Não!!! Você estava com o Henry? Como? Onde? E por quê?

Não foi possível me controlar e eu tive uma crise de risos da cara da Chiara. Nunca vi olhos tão arregalados como o dela.

- Respondendo às suas perguntas... Sim, era o Henry. Nos encontramos enquanto ele corria na praia e segundo ele, foi o destino.

- Ah, mas você vai ter que me contar todos os detalhes dessa história, porque eu não estou conseguindo assimilar o que você disse.

Continuei rindo da reação dela, e prometi que contava tudo depois das fotos.

Assim que chegamos na entrada da propriedade, pude entender o fascínio que gerava nas pessoas. A mansão era enorme, e levei mais de uma hora para percorrer apenas o andar principal. A decoração, apesar de ter muitos itens antigos, também tinha toques de modernidade, o que deixava o lugar, mais espetacular.

Depois de quase quatro horas, e mais de 300 fotos, nós finalmente saímos e fomos almoçar.

- Uau! Que casa é essa Julia? Parece coisa de cinema.

- É verdade Chiara. Depois do que eu vi lá, acho que não preciso de mais referência nenhuma. Tinha tudo naquela casa.

- Então vai me dispensar?

Olhei para minha pequena amiga, e ela parecia mesmo preocupada em perder o trabalho. E apesar de estarmos convivendo a menos de dez dias, eu já tinha um carinho enorme por ela. Se eu pudesse, a levaria pelo resto da viajem comigo.

- Claro que não baixinha! Mesmo que eu decida não trabalhar mais. Você vai receber tudo que combinamos até sábado.

- Não é pelo dinheiro Julia. É que... eu vou sentir sua falta. Você se tornou uma amiga para mim.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu a puxei num abraço apertado.

- Eu também já te considero uma amiga Chiara. E não vou esquecer nunca de você, pode acreditar.

- Eu acredito Julia. Mas agora vamos comer. Estou faminta, e você tem uma historinha para me contar.

Fizemos nossos pedidos, e enquanto comíamos, contei tudo o que aconteceu desde o momento que ele apareceu na praia. E quando terminei, ela estava em choque.

- Caramba! Quem poderia imaginar Julia? O Henry Cavill caidinho por você. E você nem queria falar com ele ontem...

- É, eu sei... Mas não exagera Chiara! Ele só está sendo amigável.

- Como não? Ele quer te ver de novo. Só pode estar interessado.

- Acho que ele só gostou de se sentir uma pessoa normal de novo. Isso deve ser raro para ele. Sempre rodeado de câmeras e fãs enlouquecidas. Sendo perseguido por paparazzis. Ter um momento de simplicidade, deve ser revigorante, por isso ele gostou tanto.

- Você pode estar certa, mas você vai mesmo ligar para ele, não vai?

- Não faço ideia do porquê aceitei vê-lo de novo... Mas vou sim. Também gostei muito de passar um tempo com ele. Além de um colírio para os olhos. Ele é educado, gentil, inteligente e muito divertido.

- Imagino... Aí amiga... Estou morrendo de inveja de você.

- Não precisa se desculpar por isso, eu também ficaria. Mas prometo que se der eu faço você vê-lo novamente.

Chiara adorou a ideia, e depois do almoço, nós voltamos para casa para que eu pudesse revisar as fotos e selecionar as que mandaria para a empresa. Já eram quase 20:00, quando estava satisfeita e decidi limpar minha agenda para o dia seguinte. Depois disso liguei para o Henry.