II - trust me

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— Ninguém arrumou essa droga? — Reclama Winnslow revoltado ao ver seu casaco preto com um buraco na manga. — Quem é preciso roubar aqui dentro pra conseguir um traje tipo o da supergarota em?

— O meu ficou excelente! Olha, Olha!

Nia Nal o corta, mesmo sem parecer ter intenção. Alguém havia dado um traje azul escuro para a garota e ela parecia animada como se fosse seu presente de natal. Sinto vontade de revirar os olhos ao ponto de torná-los do avesso.

Bato a sola das botas no chão para ajustá-las melhor e arrumo a droga da capa do meu traje. Era de fato, uma roupa foda, toda preta e vermelha e com uns símbolos sem sentido no meio do meu peito. Ainda assim era bem legal e deixava os óculos verdes no topo da cabeça de Winn suados de inveja. Para um cara chamado Homem Brinquedo seu visual era de um cara nerd na Comic Con sem muita criatividade. Preto e cinza não combinavam muito com ele.

— Arg! Bem que me avisaram que até na cadeia iam favorecer a porra dos bonitinhos com poderes. — Continua sem soar menos invejoso, enquanto Imra de braços cruzados ao seu lado usa um traje de combate preto simples. Ela também não parece muito mais paciente do que eu. — Sem respeito pra quem tem o dom do crime pela sua mente brilhante.

— Qual os poderes dela então?

Quando vejo que é Imra respondendo até ergo a sobrancelha, meio surpresa e, meio sem entender a quem ela se refere. Claro, era só questão de olhar ao redor. E quando o faço fico meio sem saber o que fazer com meus braços. Era muito estranho só parar e olhar?

— Uou. — Digo totalmente por reflexo.

Lena Luthor certamente era diferente. E com um ótimo gosto para roupas. Não faço ideia se aquela era só sua roupa de julgamento, ou algo parecido, mas era um terno vinho, meio arroxeado, de corte fino e que gritava poder.

O colarinho preto estava abotoado até o topo e seu cabelo não era mais trançado para o lado e, sim um rabo de cavalo alto, com saltos que pareciam péssimos para o nosso tipo de missão. Mas, nossa, como deixava ela ainda mais irresistível. Em outra vida, ela certamente seria uma CEO da capa da Forbes 30.

— Cuidado para não babar no chão, supergarota.

Claro que era Winslow do meu lado. Ele não ia perder uma oportunidade dessas. Até penso em socá-lo no seu único braço vivo, mas Lena e todos aqueles guardam se aproximam mais. Desvio o olhar para me recompor. Se ela pudesse ouvir meus batimentos seria ainda mais humilhante.

Sei que ele ainda faz alguma outra piadinha do meu lado, pois, um dos agentes armados chama a sua atenção e o manda calar a porra da boca. Finalmente. O mesmo cara questiona os guardas preparadores se já estamos prontos e recebe um sinal positivo. Antes de sermos alinhados para seguir até o posto de decolagem, a demônia fez questão de voltar para o seu discurso de sempre.

Era hora do sermão do: façam o que eu mando, ou vocês vão ser explodidos. Ter ouvido aquela mesma conversa outras 47 vezes te faz decorar umas coisas. E, bem, o implante com bombas de kryptonita de fato estavam lá naquela marca que todos os outros também tinham na base do pescoço.

Outra lembrança constante de que era impossível fugir.

Entro na aeronave e escolho um dos lugares virados para a janela. Não gostava de voar ali dentro, mas era melhor que nada por enquanto. Nia corre e se joga animada no banco do outro lado do corredor. Alguns guardas entram também, mas nossos lugares são separados. A despeito disso, Lena se dirige para o lugar de Nia e não é preciso mais do que um olhar para que a garota troque de assento como se a própria Amanda Waller tivesse mandado. Impressionante. E meio quente de se ver também.

You are the one ♚ supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora