- Você tem certeza que é aqui?
Tenho vontade de coçar a cabeça ao ver a fachada toda bem iluminada de um hospital infantil. Havia holofotes na escadaria, luzes azuis e amarelo brilhante refletindo nas paredes brancas e vários carros de aparência cara sendo recepcionados por manobristas. Nem acabou de anoitecer direito. Era pouco mais que sete da noite e já parecia ter uma festa lotada rolando lá dentro.
- Eu verifiquei duas vezes, viu? - Fala Winnslow sem tanta paciência. Tudo bem que eu havia ameaçado jogar ele para fora da van, umas duas vezes, caso ele não parasse de nos levar até ruas sem saída, mas não era para tanto. - A menos que tenham deixado só a cabeça da garota de fora, sem matar ela, não pode ser outro lugar.
- E como diabos a gente vai entrar aí dentro sem ninguém notar a gente?
- Olhe ao redor, Supergarota.
- É uma festa de gente rica. - Falo indiferente.
- Coquetel. - Diz Lena ao meu lado. E havia diferença?
- Qual é! É dia das bruxas. Tá todo mundo de fantasia. - Responde todo irritadinho como se alguma de nós fosse cega. - Eu disse que era um dia de sorte.
- E eu já tenho uma máscara!
Como sempre, Nia estava muito mais animada do que pedia o momento. Ela não tinha um botão de mudo, ou para remover a bateria da diversão constante? Pouca coisa é tão irritante quanto gente feliz sem razão. Talvez, perceber que Winn estava certo.
Ótimo. Logo no dia que a minha máscara acabou quebrando. Podia não ser o modelo mais amigável para festas, mas servia ao seu propósito.
- Passamos por uma loja de conveniência umas esquinas atrás. Eu consigo roubar umas pra gente. Esperem aqui.
Ele pula até os degraus da porta e abre a van. Grito na sua direção, antes que ele suma lá fora:
- Se você trouxer alguma cheia de glitter, ou algum animal pra mim, eu juro que te mato.
- Não posso prometer nada, Supergarota.
A vontade de o matar logo não falta, embora também o acompanhe para fora do veículo sem fazer nada. Eu que não ia ficar com a felicidade maravilha e a mulher linda que agora me acha algum tipo de pervertida esquisita bem do meu lado. Além do mais, eu precisava assegurar o perímetro. Vai que as agentes do Cadmus estavam em algum lugar no telhado de novo e todo aquele plano de entrar mascarado em uma festa de hospital era só idiota.
Algumas perguntas ainda me incomodam. Meu conhecimento superficial sobre quem era Lena Luthor parecia ainda mais raso. Ela tinha arma nos saltos, sabia lidar com alienígenas com suas balas de chumbo e tinha uma tatuagem em kryptoniano. Além de saber como a minha fisiologia funcionava. Como aquilo era possível? Encosto minhas costas na van. Cruzo os braços. Talvez as respostas não fossem tão difíceis.
Repasso minhas informações e percebo que não parei para pensar como Lex Luthor importava em tudo aquilo. Eu tinha lembranças não mais tão claras sobre ele, mas lembro da sua presença quando cheguei em Belle Reve e no fato de quem projetou todas as minhas contenções, algemas e etc, com kryptonita foi a sua empresa. Se Lena o matou, então ela deveria saber informações dos seus negócios escusos, incluindo as minhas. Sim. Não. Era difícil ter certeza. As questões dos dois pareciam muito mais profundas do que isso.
Passo todo o resto tempo que Winnslow está fora observando o topo dos prédios, usando minha visão de raio-x para tentar ver algo fora do normal, mas nenhuma outra pista apareceu. A minha cabeça ainda dói, como se fosse um princípio de enxaqueca fodida, embora essa seja a última coisa que quero pensar no momento. E quando menos percebo, tem alguém de suéter azul marinho, com contornos vermelhos, usando uma máscara do batman ao meu lado.
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You are the one ♚ supercorp
Ação|Concluída| Kara é uma criminosa convicta, condenada a cumprir sua sentença na penitenciária de segurança máxima de Belle Reve. Ao ser emparelhada com Lena Luthor para uma missão que reduzirá suas penas, os rumos dos seus destinos se tornarão insep...