I - show me how it's done

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missão 31.10.048:

- Matar Alex Danvers

Era meio engraçado, como a vida é cheia dessas reviravoltas estranhas e momentos imprevisíveis. O maior deles aconteceu quando conheci Lena Luthor.

Nessa parte preciso agradecer Brainie. Teria demorado mais se eu não tivesse ouvido o nome dela pela primeira vez, por sua culpa, em outro dos dias nada agradáveis em Belle Reve. O resto foi meio inevitável.

Meu interesse pela infame rainha do crime de Gotham começou, cresceu e nunca mais teve um fim. Algo perfeitamente cabível a um roteiro ruim de romance, se não fosse por quem nós éramos e para onde iriamos. Mas esse não é o começo da história. Por hora, sou apenas a prisioneira algemada no corredor.

- Não acredito que você está olhando a câmera dela de novo. - Comento no meu clássico tom sarcástico ao espreitar a tela do seu tablet com o que restava dos meus poderes. - Isso é meio maníaco demais até pra você.

Sua expressão de susto faz valer a pena a queimadura adicional que as algemas de kryptonita marcam na minha pele. A dor não é mais um problema. O tempo te faz acostumar com as coisas mais bizarras, embora os enjoos ainda sejam duros de aguentar. Os idiotas do inventário já deveriam ter vindo me buscar, mas eles sempre se atrasavam.

Como a oportunidade faz o ladrão, aproveitei da minha para atormentar Brainiac. Não era culpa minha se ele resolvia se esconder da vigilância da sua carrasca logo nos arredores da sala de testes favorita dos meus carcereiros. E para além do meu humor terrível, ainda estava entediada.

- Você tem permissão para estar usando seus poderes assim? - Responde querendo desconversar a situação enquanto tentava desligar a tela nas suas mãos. Por uma razão que eu sabia muito bem qual era, Brainiac gostava de olhar a cela da tal Sonhadora durante alguns dos seus intervalos.

- Claro, foi meu presente de aniversário. Você não sabia? - Digo cruzando as pernas com um dos meus sorrisos irônicos. - E eu sei que ela é bonita e tudo, mas, nossa, vai te causar um bocado de problemas.

- Não vejo conexão nas suas palavras.

Doou de ombros.

- Você vai acabar apaixonado, gênio. Isso se já não estiver.

- Impossível, conceitos como amor à primeira vista são irrealistas.

- Ah, é mesmo? - Retomo meu sarcasmo usual. - Então porque toda essa vontade de checar a garota bem na hora da troca de turnos? Se fosse rotina você não precisaria sair da sala de controle e vir até aqui. Eu sempre te tirei como uma cara romântico, branie, mas você pode ser só um pervertido mesmo.

- Esse assunto não é da sua conta. - Resmunga de fato desligando o aparelho e o virando contra o peito. Seu rosto começa a demonstrar irritação. - E eu não devia estar falando com você.

- Hm, isso é verdade, esqueci que a comedora de almas proíbe você de interagir com prisioneiras.

- Você não pode falar assim da srta. Amada Waller. - Diz de forma acusatória, diminuindo drasticamente o tom de voz. Em parte, ele até estava certo, mas até os guardas avoados do inventário aparecerem para me tirar daquele uniforme de combate, o corredor deveria ficar vazio. Ao menos em teoria. Às vezes eu era idiota o suficiente para pagar pra ver. - Ela pode ouvir você.

- Dane-se. - Digo inconsequente demais para o meu próprio bem. - Eu estou entediada. E você obcecado. É quase um convite para eu não te deixar em paz.

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