New Age (Nova Era)

Cap. 2 - Decisão

Passei o resto do dia pensando sobre o que estava escrito naqueles papéis. Sendo bem sincero, não respondia as questões sobre a I.A e nada do tipo, aquilo era um contrato. Na verdade, um recrutamento. Algo que mudaria totalmente minha vida...

Em algum lugar do mundo, governos de vários países se reuniram para falar sobre o descontrole da I.A. Apenas uma I.A que fez algo ruim, não seria o suficiente para reunir tantas pessoas importantes. Cada representante de seu país, estava preocupado com o futuro e como esse acontecimento afetaria a humanidade.

Aquela não fora a única I.A que havia se descontrolado, pelo menos outros 6 casos ocorreram nos últimos dias em torno do mundo. As informações foram ocultadas da população e medidas de segurança estavam sendo planejadas pelos lideres mundiais.

Um projeto totalmente novo, com participação de vários países, que visaria criar um meio seguro de lidar com a inteligência artificial e que não estivesse ligada a ONU ou qualquer organização já criada.
A intenção era inovar e criar um novo grupo que lidaria com essas questões. Algo da inteligência mundial, para ser exato.

Kamishiro (representante do Japão): Temos que criar uma tecnologia capaz de apagar o software utilizado nas I.A

Richard (representante dos EUA): Sr. Kamishiro, com todo respeito, mas as I.A não iriam cair tão facilmente nisso.

Lee (representante da China): Uma espécie de vírus, poderia afetar seu funcionamento.

Kim (representante da Coréia do Sul): Seria perigoso se afetasse toda a rede de internet.

Kamishiro (R. Japão): Para isso que temos defesas na rede.

Fritz (R. Alemanha): Seria melhor desliga-las de uma vez.

Lee (R. China): Você ficou maluco¿ Sabe quantas empresas usam as I.A? Os prejuízos seriam imensuráveis.

Richard (R. EUA): Mesmo assim, alguma coisa precisa ser feita imediatamente.

Oliver (R. Canadá): Deveríamos primeiramente analisar o que foi que causou esses efeitos nas I.A.

As discussões continuaram por várias horas, sem que eles conseguissem chegar a um consenso. Cada um tinha uma opinião diferente, ideias diferentes e motivos diferentes, dificultando um acordo que contribuísse para a segurança pública.

Quando já era umas nove horas da noite, resolvi reler os papéis tudo novamente. Da segunda vez eu consegui compreender melhor a situação. Os países haviam se juntado uns dias antes do ultimo incidente com as I.A e aquele símbolo do pingente, era a marca da nova organização mundial responsável pela segurança da humanidade.

Bryan: Um grupo pra proteger os humanos das I.A... *olhava para o teto do quarto*

Era fato de que aquele grupo, aquela organização não estava sendo criada apenas por isso. Algo realmente tinha dado muito errado e não havia um meio de mudar o que aconteceu, seja lá o que for.
Mas me tornar um... soldado ou guerreiro, era algo que eu nunca imaginei. Sendo sincero, eu nunca imaginei muita coisa para minha vida... Eu realmente não tinha perspectiva, não tinha muitos amigos e muito menos uma namorada. Eu vivia com minha mãe e o atual marido dela. Talvez fosse uma oportunidade de enxergar o futuro?

As horas foram passando enquanto eu ficava pensando em tudo aquilo, até que cai no sono sem ao menos ter jantado. Mesmo dormindo, eu via tudo aquilo em meus sonhos. Era algo que eu não podia mais esquecer e muito menos evitar.

Na manhã seguinte, acordei com minha mãe me chamando a porta do quarto – Bryan, está tudo bem? Preciso de um favor -. Me levantei com uma expressão de cansaço no rosto e fui até a porta.

Bryan: Até parece que eu passei a noite em claro *resmunguei comigo mesmo*

Mãe: Bryan, que cara é essa? Você parece mal *começou a tatear o meu rosto*

Bryan: Eu to legal, só não dormi direito, eu acho...

Fui até a cozinha para tomar um copo de leite. Me sentei sob a mesa e quando ia começar a comer, as memórias voltaram como um baque – Merda – Falei alto. Minha mãe correu até mim assustada – O que houve¿ - Disse ela em pânico.

Bryan: Desculpa, eu... eu bati o dedinho na mesa *inventei uma desculpa qualquer*

Tomei o café rapidamente e fui até o banheiro. Precisava de um banho quente pra relaxar. Liguei o chuveiro e fiquei uns minutos com a água quente caindo em meu rosto. Após uns 10 minutos, desliguei o chuveiro, me enrolei no roupão e fui até meu quarto. Lá estava os papéis e o pingente no criado mudo.

Bryan: Acho que não tenho escolha... *suspirei fundo*

Me arrumei e sai para atender ao pedido de minha mãe – Ir ao mercado comprar algumas coisas -. No caminho fiquei pensando em como iria contata-los, eu sequer tinha um e-mail ou telefone. Mas bastou olhar para o lado e percebi, eles me encontrariam de novo.

Fui para casa com as sacolas de compras nas mãos. Olhando ao redor procurando algo ou alguém suspeito. As pessoas que passavam ficavam olhando com um ar de deboche ou medo – Eu parecia um maluco -.
Nada na vizinhança parecia muito fora do normal, até mesmo pra mim que quase não saia de casa, ah não ser para fazer as compras, entregar algo aqui e outro ali.

Mas ao chegar em casa, reparei em um veiculo estranho. Era suspeito demais e estava em um ponto estratégico. Talvez fosse paranoia minha, mas eu sei que eles esperavam uma resposta e não só isso, mas um acordo no qual eu iria me ferrar se o quebrasse.

Entrei em casa, deixei as sacolas na mesa e fui para o meu quarto. Peguei as folhas e o pingente e comecei a procurar alguma coisa que me desse uma pista de como contata-los. Mas nada. Não havia nada – Como esperam que eu os ache¿ -. Joguei as folhas na cama e me sentei na cadeira, esticando os braços e espreguiçando.

Uns minutos depois, ouvi alguém bater a porta. Foi estranho, a casa tem campainha. Me levantei rápido e fui em direção a porta – Só pode ser eles -. Corri, pois não podia deixar minha mãe encontra-los, mas era tarde. Lá estava ela atendendo os dois.

Bryan: Ah, merda. *fazia uma expressão de preocupação*

Minha mãe passou por mim e me deu um sorriso e seguiu para a cozinha, sem dizer mais nada. Me pareceu suspeito, o que eles poderiam ter dito a ela¿
Fui em direção a eles e eram os mesmos do dia anterior.

Homem 1: E então, precisamos de uma resposta.

Aquela presença intimidadora me preocupava, mesmo que tudo aquilo tivesse a ver com o governo e proteger a humanidade, só o fato de esconderem as provas e de todo esse jeito suspeito de agir, me deixavam nervoso.

Bryan: Pelo visto não vão embora sem uma decisão.

Homem 2: Não podemos.

Bryan: Eu... *olhei para trás a procura de minha mãe*

No fundo eu tinha medo de tudo aquilo, mas pela minha mãe. Eu era um filho fracassado que mal ganhava algum dinheiro com design e edição. Nunca fiz nada que realmente pudesse trazer orgulho a alguém e eu não possuía sonhos ou ambições.

Bryan: Acho que não tenho escolha. *entreguei as folhas com minha assinatura* Quando partimos?

E é ai que começa a história sobre proteger o mundo, parecendo um herói que todos iriam admirar. Ou era o que eu imaginava que seria...