CAPÍTULO 4

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NARRADORA

A lua a fora brilhava junto com o céu carregado de estrelas, era noite de natal, a família Dias e Souza estavam na sala abrindo seus presentes perto da árvore decorada com pisca-pisca e uma estrela dourada em seu topo. A pequena Daniela e seu irmão gêmeo Daniel já brincavam com seus brinquedos recém ganhados, a noite para eles estava sendo perfeita, seus avós Maria e Fagner Dias estavam ali sentados no sofá olhando seus lindos netos brincando com o brinquedo que foi escolhido e dado carinhosamente por eles, e sua filha no banheiro fingindo que estava tudo bem.

Amélia Lima Dias Souza retocava sua maquiagem escondendo o roxo que seu marido havia deixado em seu braço esquerdo por ter apertado com força, foi logo após mais uma das discussões com seu ciúmes possesivo, ela simplesmente havia ido pegar as correspondências com o carteiro e ele falou com ela, ele deu somente um bom dia e ela respondeu com um sorriso, mas foi bem na maldita hora que seu marido Mario Augusto havia aparecido na janela.

Ela não queria preocupar seus pais com os problemas de seu casamento, Mario era um ótimo genro e pai, ele vai melhorar como marido, era o que ela pensava e esperava. Amélia tinha medo de seu marido, ela não entendeu sua mudança ele era tão carinhoso e atencioso com ela.

Então ela sorriu para o espelho e com o mesmo sorriso saiu do banheiro, seu marido ainda não havia chegado em casa, ele tinha saído e disse que voltaria para comer da ceia.

E ele chegou, mas não no horário da ceia, ele chegou, mas não sóbrio, ele chegou bêbado e pela força que a porta foi fechada Amélia já sabia seu estado, ela temia que ele estivesse em seu estado agressivo, mas ao chegar na sala Amélia via seu marido com um sorriso maléfico, seus pais ainda sentados no sofá olhando assustado para seu genro e seus filhos choravam sem entender.

Mario Augusto havia chegado com um galão de gasolina e um isqueiro em seu bolso, ele havia despejado o líquido do galão em seus sogros e filhos.

Não, não havia motivo, ele era psicopata, sofria com distúrbios e alucinações.

"Mario, por favor não"

Amélia sussurra com seus olhos brilhando em lagrimas e quando uma lagrima solitária escorre por sua bochecha, Mario a olha com seus olhos vermelhos do efeito do álcool, e seu sorriso maléfico ficou ainda maior, ele ainda com o galão em mãos foi até Amélia e a abraçou, despejou o resto do liquido em suas cabeças molhando ambos, Amélia tremia e chorava com altos soluços até que Mario Augusto puxou o isqueiro e o acendeu jogando em si. Em segundos o fogo se alastrou, matando todos, e queimando sua casa por completo.

A noite que era perfeita para os gêmeos e seus avós foi sua ultima noite, o surto psicótico do Mario havia matado sua família, ele era um homem ruim no fundo e sempre soube e sem poder evitar, o homem quem um dia Amélia mais amou, não levou só ela mas todos quem ela amava a morte de forma cruel.

Mario Augusto Souza era um monstro, um monstro muito cruel.

Vizinho de túmulo [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora