Capítulo Onze

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*Luna*

–Você tem que estar brincando comigo! – diz Aysha se sentando ao meu lado no sofá quando contei a ela sobre Calleb.

–Não é brincadeira... eu nem sei como ele descobriu que moro aqui... e... nem sei por que deixei que me beijasse. – digo rodando a rosa em minha mão ainda sentindo seu corpo forte e quente contra o meu mesmo depois do banho frio que tomei.

Aysha acabara de chegar das entrevistas, mas disse que demorou porque encontrou um amigo e acabou conversando demais, eu ia perguntar sobre as entrevistas, mas ela nem me deu tempo perguntando sobre a rosa e acabei por contar tudo o que houve e agora ela está me olhando com uma cara de surpresa e contentamento que está me preocupando.

–Porque ele é lindo e quente e te prendeu contra uma parede... garota você tem uma sorte...

–Sorte? Não acho que seja sorte. – digo levando a rosa ao nariz e sentindo seu aroma de novo.

–E por que não? Ele foi um idiota ontem, mas teve a coragem e decência de querer se desculpar e ainda te deu uma rosa linda.

–Sim, mas eu não quero nada com caras como ele... Calleb é muito bonito e charmoso e pode ter a garota que quiser aqui, não tem porque ele se amarrar só a mim, não que não me ache bonita, mas eu definitivamente não sou de dividir e, com certeza, ele não é de uma só... Além disso, estou aqui para me tornar uma médica e não ficar aos beijos com um gostosão e se vou a esse encontro é pra deixar isso bem claro pra ele e pra mim também.

–Você quem sabe, mas que está desperdiçando uma bela e gostosa oportunidade, está. – diz Aysha sorrindo de modo sugestivo eu jogo uma almofada nela que ela segura antes de atingir seu rosto.

–Mas como foram as entrevistas!? – pergunto mudando de assunto, ela sorri parecendo muito animada e sorrio junto com ela.

–Consegui o emprego no bar e adivinha? – diz me olhando com grandes e agitados olhos verdes.

–O que? – pergunto.

–Eles precisam de mais uma pessoa daí eu indiquei você – diz ela mordendo o lábio me olhando na expectativa, eu alargo meu sorriso.

–Sério?

–É claro que é... o senhor Sanger que é o dono pediu pra você ir lá à tarde pra uma rápida entrevista e dependendo um teste e caso você se dê bem a gente começa amanhã à noite – diz, eu dou um abraço super apertado nela agradecendo.

Eu nunca trabalhei longe de casa, na verdade meu pai não gostava que eu ficasse longe de casa, por isso ele me colocou para trabalhar na loja de peças que ele tinha junto a oficina eu cuidava de tudo um pouco lá da reposição e do atendimento, mas conforme fui crescendo ele me envolveu no administrativo onde descobri coisas nada legais sobre os negócios do meu pai, o que me influenciou ainda mais em fazer uma faculdade longe de Nova Iorque. Mas agora vou poder me virar sozinha do jeito que sempre quis.

Nós passamos o resto da tarde conversando e nos organizando para as aulas que começariam daqui um dia. Eu estava mais do que ansiosa por isso e não via a hora de poder começar, sempre foi meu sonho ser uma médica e desde que me lembro minha mãe sempre me apoiou, mesmo sendo uma criança de seis anos ela acreditava em mim ainda que nossa situação não fosse das melhores.

Eu me lembro dela me olhando com lágrimas nos olhos e dizendo que eu salvaria muitas vidas... eu jamais vou esquecer disso e, com certeza, vou enchê-la de orgulho onde quer que ela esteja.

Enquanto eu conferia mais uma vez os horários de minhas aulas, tentava não pensar muito sobre meu encontro com Calleb e tentava me distrair pensando em minha mãe e pegando um ou dois artigos para ler sobre a oncologia e seus avanços na cura do câncer e estava muito centrada lendo um artigo muito interessante sobre a hereditariedade da doença quando Aysha entrou em meu quarto parecendo surpresa e exasperada quando me vê cercada de papéis e livros e ainda com o notebook no colo.

Um Anjo...Onde histórias criam vida. Descubra agora