Olhos nos meus olhos

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Olhos nos olhos, respiração ao mesmo instante, coração igualmente acelerado... Castiel levara Dean Winchester até a sala de visitas. O assassino confesso estava chorando e aparentemente desesperado quando apareceu no escuro da sua casa, quase fazendo com que o padre tenha um ataque cardíaco. E o silêncio tomando conta de tudo aquele momento, era uma quase escuridão, apenas não era pois havia um único abajur aceso ao lado do sofá onde o loiro com olhos avermelhados estava, e o silêncio se mesclou, e tudo se misturava ali, até que um apito ajudo fez com que Castiel se levantasse da poltrona em meio a escuridão que estavam.

– A água do chá...

Disse explicando que teria que sair por um momento.

– Sim... - Dean baixou o olhar do seu, coisa que não fazia a algum tempo - Eu espero, padre.

Assim Castiel saiu do ambiente após um aceno de cabeça, tendo um leve alívio em seu peito, respirando fundo assim que entrou na cozinha. Olhou para a chaleira no fogo por alguns segundos, quase em um transe. Dean apenas entrara em sua casa e os dois se olharam por um tempo, até que Castiel ofereceu um chá para que o loiro se acalmasse, e ele aceitou. Agora estava pronto. Castiel desligou o fogo antes que a água ali se evaporasse toda e preparou a bandeja com uma única xícara e a chaleira em cima. Camomila não resolveria o problema, mas talvez o tempo que demorara para o seu preparo fizesse com que tudo se acalmasse.

O tempo sempre acalmava tudo.

Respirou fundo mais uma vez, pedindo a Deus as respostas certas para aquele momento, antes de sair do cômodo mais uma vez.

Dean Winchester ainda estava ali, sentado ao lado do abajur de estampa florida. Castiel colocou a bandeja na mesinha de centro a sua frente, e o serviu.

– É de camomila.

– Agradeço.

Dean se esgueirou para frente e pegou a xícara, bebericando a bebida quente e doce... Castiel Novak o recebeu ali em sua casa, e o serviu como um bom cristão faria, recebendo alguém com problemas, mesmo tarde da noite. Mas Dean sabiá que o verdadeiro problema ali, era ele mesmo. E os olhos azuis preocupados que o encaravam a um bom tempo só mostravam que o Padre estava confuso, a verdade era que Dean precisava estar ali...

– Está melhor, Dean?

O padre perguntou da poltrona em que quase não chegava luz, quase era impossível ver os olhos do Padre ali, mas Dean conseguia.

– Não... - ele colocou a xícara de volta a bandeja e se recostou no sofá - Não padre.

– O que aconteceu? Acha que pode me contar...?

– Acho que tenho que contar... Padre eu... - ele se levantou do sofá - Quero me confessar mais uma vez.

Castiel também se levantou fazendo com que Dean pudesse ver Melhor seu rosto.

– Dean, sei que quer... Mas precisa se entregar... Parar com isso!

– Acha que posso...

– Você pode! - Castiel se aproximou, uma esperança surgiu em seu peito ali, precisava fazer com que Dean entendesse, deu alguns passos e ficou a frente do assassino, agora mais calmo aparentemente - Pode se confessar e parar com isso... Você precisa de ajuda, Dean.

–Matei uma mulher tentando desviar do caminho da sua casa padre...

Dean disse isso sério, olhando seus olhos e dando um passo a frente, aquilo era tudo que Castiel não queria ouvir... Não queria que acontecesse.

– Por que... - Disse sentindo a garganta se apertar e seus olhos encherem - Dean...

– Não queria vir aqui, para não condenar a mim mesmo... Porque precisava fazer isso...

Estavam tão perto que Dean não precisou dar mais nem um passo, e Castiel não conseguiu recuar nem um milímetro quando o Winchester se inclinou para frente segurando em seu rosto e encostando seus lábios em um beijo.

Dean sabia que era errado, sentir os lábios do homem a sua frente, lábios de um anjo... Mas a sua necessidade de faze-lo era enorme, e quando o fez, Castiel não recuou, seus lábios entreabertos nos de Dean em uma brincadeira pecaminosa... Era magnífico, talvez até melhor do que era quando via o último olhar nos olhos dos que levava... Beijar Castiel Novak era o pior pecado... E o melhor!

Desceu as mãos para a cintura do padre a sua frente enquanto ainda o beijava, e o apertou, sentindo e ouvindo um leve gemido em seus lábios, o que só o excitou mais, o fazendo agarrar mais forte ali e o virar para o sofá, fazendo com que Castiel caísse sentado, se posicionando nos braços do padre, em cima de Castiel que o segurou pela cintura enquanto Dean o beijava intensamente de um jeito que jamais poderia fazer. Que jamais fizera antes...

Desceu seus lábios para o pescoço de Castiel, o sulgando intensamente, sentindo a pele delicada e saborosa enquanto ouvia a voz rouca do homem que o agarrava forte e ao mesmo tempo, a excitação pulsante vibrando debaixo de seu colo. Parou por um momento o que fazia, dando uma olhada no pescoço de pele pálida de Castiel, com a marca aparecendo ali. E depois olhando nos olhos azuis que estavam cheios. Dean sabia o que era aquilo.

Culpa.

Castiel mostrava em seu olhar a culpa e o desejo tomando conta de si... Mas nada daquilo faria Dean parar. Encostou nos lábios do padre com o polegar, o acariciando e depois aproximou os lábios mais uma vez, dessa vez, mordendo levemente o de Castiel que gemeu em excitação.

– Dean... - A voz rouca como uma súplica - Devemos parar...

– Se eu parar agora... - disse em um sussurro em seu ouvido - Você vai morrer, Padre.

Um leve sorriso no rosto... E aqueles olhos verdes... Dean Winchester poderia fazer o pior, mas o pior seria se aquilo acabasse... E Castiel o desejava... Aquelas palavras só o faziam queimar mais! Seu corpo era o inferno! Dean Winchester parecia o diabo em pessoa...

Um beijo a um sorriso malicioso, desceu as mãos para o volume da calça de Castiel, que gemeu ao sentir as mãos de Dean abrindo-a e entrando ali, o apertando por um momento, se levantou saindo do colo de Castiel, se ajoelhou a sua frente, o padre estava excitado... Dean o colocara para fora, revelando a pulsante excitação do Novak.

Aproximou os lábios do membro e encostou na glande com a língua, o sentindo por um momento, o afundando em seus lábios e sulgando-o, em movimentos delicados. Castiel era delicioso, frágil... Fazê-lo gozar aquela noite foi o maior dos prazeres... E sentir seu gosto, o gosto do seu prazer fora o maior dos seus erros, seus pecados.

Dean Winchester se levantou, passou a língua nos lábios que mostravam um leve sorriso, sorriso que o queimava... Castiel cederá aquele desejo... Se perdendo no pecado de Dean.

– Nos vemos no domingo, Padre?

 Ele saiu... Castiel se levantou dali olhando para o caminho escuro ouvindo os passos se afastarem pelo corredor.

Milésimo Pecado - Destiel (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora