Amélia
Meu dia se inicia como de costume acordando às 8h00 com o toque alarmante do despertador do meu celular na mesa de cabeceira. Desativo de imediato. E diferente das outras vezes me sinto triste, a solidão é esmagadora,o costume de acordar com seu perfume, com seu toque, era algo que meu corpo já considera um vício. Aposto que a cama também sentia sua falta, seu lado agora vazio estava tão frio. Não posso evitar, apenas ela me fez sentir dessa forma. Forço-me a banir a saudade e me levanto.
No quarto já se podia notar a claridade do dia. Fui em direção ao corredor e logo até a sala. Abri uma pequena fenda da cortina blackout para espiar.Antes de completar a ação me deparo com Lucky roçando suas patinhas em minha perna. Havia saído de sua caminha estrategicamente colocada no espaço entre o sofá e a janela. Ele gostava de espaços como um cubículo,assim como aquele, preferido que fosse fresco e arejado, e ali ele encontrou o lugar perfeito. Esse espertinho só invadia a cama e dormia comigo quando ela estava, enquanto isso eu ficava abandonada lá. É justo isso? Claro que não, mas não posso discordar dele de que era mais atraente com sua presença.Enfim, Lucky era um filhote de beagle. Eu tinha uma verdadeira paixão por cachorros e específicamente essa raça. Eu poderia citar muitos aspectos por que sou uma amante,mas jamais saberia ser acertiva de como tudo isso começou. Pois é, considere isso uma das muitas coisas ou detalhes que não se explica de um ser humano. O mais novo recém chegado na minha vida me foi presenteado e não posso negar que eu o considero o melhor presente que já recebi.
Peguei Lucky no colo, imaginando que sua inquietude era fome.
"Oi garotão, com fome não é mesmo?Pois bem, somos dois!"_Disse-lhe fazendo um cafuné.
Espreitei pela cortina, por que aquilo já era uma ação recorrente,como se fosse um ritual todas amanhãs e era mesmo. Eu precisava ver e me certificar aonde estava. Informar para meu consciente teimoso a acreditar que realmente eu tinha chegado até aqui. Minha vista nada mais era do que o rio Liffey cercado das duas direções por construções tanto antigas e jeitosas quanto recentes e imponentes.
Nosso pequeno lar. Digo nosso porque jamais teria condições de bancá-lo sozinha. Uau,"nosso", talvez levasse mais tempo até me acostumar com isso. Pois bem, o nosso pequeno, porém aconchegante apartamento, nos proporcionava uma vista incrível da Ha'penny Bridge , a ponte esbanjava romantismo. Mais a frente já podia até ver em pensamentos, a O'connell Bridge , uma das famosas pontes rodoviárias que atravessava o rio e unia a rua com o mesmo nome à D'Ollier Street, Westmoreland Street e ao cais do sul.
E pensar que nada disso é responsabilidade minha.
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Minha Sorte
RomanceEncontrar o amor para muitos é uma questão de sorte, outros pensam ser apenas uma coincidência do destino, outra parte desacredita e vê como mera compatibilidade. E você em quê acredita? Acredita em sorte? Bem Amélia ( Amy, como prefere ser chamada)...