Unidos Pelo Acaso

Five

Capítulo cinco
Pov's Marília

A hora chegou. Eu estava no quarto esperando Dra. Fernanda vir me buscar para irmos para a sala onde seria o parto. Não queria deixar transparecer, mas eu estava muito nervosa. Mas de uma forma estranha a presença do Henrique ali me acalmava. Nunca imaginei que um desconhecido veria o nascimento do meu filho. Na verdade o que aconteceu entre nós foi uma conexão forte e rápida. Em nenhum momento achei que ele fosse me fazer mal, e me sentia até segura por estar com ele.

Dra. Fernanda chegou e veio falar comigo novamente.

— E ai, mamãe? Tá pronta? - perguntou sorrindo.

— To nervosa. - falei sincera.

— É normal! Me fala uma coisa, e esse bonitão aí que tá te acompanhando? Não sabia que estava namorando. - falou e eu gargalhei.

— Dra. se eu contar pra senhora, não vai imaginar. - falei e ela fez sinal para eu continuar. — Minha bolsa estourou no elevador, e ele tava lá dentro. - sorri lembrando. — Ele ligou pra minha mãe, veio me trazer aqui no hospital e eu estava tão nervosa que chamei ele para entrar comigo. Não queria passar por isso sozinha. - contei e ela me olhava incrédula.

— Marília, se você não estivesse tão nervosa eu te chamaria de louca. - eu ri. — Mas ele tem cara de ser boa pessoa. Fora que não é todo mundo que ia aceitar uma proposta dessas. - completou e eu concordei.

Conversamos mais um pouco e ela falou que estava na hora. Chamou o Henrique e ele não saiu do meu lado um minuto sequer.

Eu estava há quase uma hora na sala de parto, e nada do Caio nascer. Não sei de onde eu estava tirando forças para poder continuar. Henrique tá aqui, com o braço roxo do tanto que eu já apertei. Desde que saímos do quarto, ele não saiu do meu lado. Acho que está nele a força que eu estava precisando.

Meu mundo parou quando eu ouvi um choro. Era ele. O meu Caio. O meu filho nasceu, e agora está pertinho de mim. Olhei para o Henrique que estava com lágrimas nos olhos, e não me aguentei. Desabei e chorei. Eu estava realizando o meu sonho. O filho que eu tanto quis. Ter o Caio nos meus braços pela primeira vez foi algo inexplicável. Uma emoção fora do comum. Eu não podia descrever o que estava sentindo no momento. Mas depois de curtir uns minutinhos com o meu filho, Dra. Fernanda avisou que precisaria fazer uns procedimentos com ele e ele teria que ficar em observação por no máximo uma hora e meia. Tive que concordar, óbvio.

Segui com o Henrique para o quarto. Vi em seus olhos o quanto o meu parto mexeu com ele, o quanto ele ficou emocionado. E eu agradeci mentalmente por ter uma pessoa tão sensível me acompanhando no momento mais feliz da minha vida. Assim que cheguei no quarto, a enfermeira trouxe uma bandeja de comida para que eu me alimentasse, tentei comer sozinha, mas não consegui. Prontamente a Henrique estava me ajudando, de novo. Todo o carinho que ele estava tendo comigo me fez sentir falta de algo que eu nunca imaginei: um pai pro meu filho. Mas tratei logo de parar de pensar nessas coisas. Se não precisei até aqui, não seria agora que eu iria sentir falta.

Conversei mais um pouco com o Henrique e o agradeci por tudo incontáveis vezes. Eu estava realmente muito grata e não sabia como agradecer tudo o que ele tinha feito por mim. Ele pediu parar tirar uma foto minha e do Caio, disse que seria para lembrar de nós. Falei que não estava no meu melhor dia e o Henrique logo falou que eu estava linda. Pude perceber meu rosto corar. Fazia tempo que eu não escutava elogios tão sinceros e sem interesse algum. De fato a presença dele me fazia bem. Ele me mostrou a foto e logo em seguida decidiu ir embora para que a minha mãe entrasse no quarto, e estranhamente senti um vazio nesse momento. Decidi deixar pra lá e voltei a minha atenção para o meu pequeno Caio.