Réquiem

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No silêncio pulsante dos últimos suspiros meus.
Balançam sem forças folhas de outono.
No desespero dos despreparados.
Dos nobres, plebeus, natureza e vida.

Anjo da Morte erga sua foice sobre mim!
Deixo a insana imortalidade ao sofrimento.
Entrego a estagnação aos tolos de espírito.
Não a mim. Não me permita retroceder.

A dor de cada ilusão se esvai com meu sangue.
Mancha o solo sagrado do túmulo como vinho.
E que cada pedaço antigo meu caía como carne dos ossos.
Oh, Anjo da Morte. beije-me, faça-me verdade enfim.

Jaz neste epitáfio minhas preces, clamando aos Céus.
Ceifador tende piedade, tira-me o medo, faça-me forte.
Traga-me a alvorada junto a Estrela da Manhã.
Que no suspiro final eu renasça. Amém.

O Livro das Memórias RubrasWhere stories live. Discover now