Capítulo 05

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"...Mas o que parecia medo era a coragem me dando boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia..." - Martha Medeiro

O ômega chegou sorridente na empresa, transparecendo tanta alegria e animação que os funcionários até estranharam um pouco essa quantidade anormal de felicidade nele. Ele respondia a todos com um sorriso largo no rosto, não conseguindo para de dar pequenos sorrisos até quando não tinha nenhum motivo.

Adentrou no elevador, mantendo o pequeno sorriso que enfeitava seus lábios, não tardando a achegar no andar em que ficava sua sala, indo logo para o cômodo bem decorado, deixando seu sobretudo sob o encosto da poltrona como de costume antes de seguir até á mesa de canto que sempre continha alguns chás, chocolate-quente, café, ou outras pequenas coisas preparadas pelos cozinheiros do refeitório da empresa.

Pegou encheu uma xícara com chá de camomila como sempre fazia, para lhe ajudar a enfrentar o resto do dia. Olhou um pouco a paisagem priorizada que a parede de vidro de sua sala lhe proporcionava enquanto bebia o líquido quente, tirando sua atenção dali poucas vezes para olhar a tela do tablet em sua outra mão. Suspirou satisfeito quando viu sua planilha bem organizada, indo em direção á poltrona, onde se sentou e ligou o computador, se espreguiçando antes de começar a ver os novos projetos.

É, ele teria um pouco de trabalho.

As horas pareciam que demoravam séculos para passar, pelo incrível que pareça ele conseguiu terminar tudo pela manhã, ainda sobrando pouco mais de quinze minutos para o horário do almoço. Terminou de imprimir os documentos quando finalizou a revisão, os colocando em seguida nos determinados envelopes, onde cada tinha um envelope diferente. Levantou da poltrona e andou até á porta, a abrindo em seguida para continuar seu trajeto até chegar na sala um pouco mais á frente que pertence ao seu pai. Deu três batidas na porta escura e logo recebeu a permissão para entrar.

—Ah, é você meu filho. Pode entrar. — O mais velho se consertou em na poltrona.

— Bom dia, pai. — Sorriu — Vim trazer os papéis que o senhor me pediu para revisar e corrigir. — Falou entregando os envelopes ao alfa mais velho.

— Obrigada, querido. Como vai com o Namjoon?

— Aah... Acho que bem. — Coçou a nuca, levemente envergonhado.

— Que ótimo. Ei, não precisa ter vergonha filho. Eu entendo isso, também já passei pelo mesmo, o seu avô fez o mesmo comigo. — Sorriu nostálgico.

— Vejo que isso é de família. Passa de pai pra filho. — Sorriu negando levemente com a cabeça.

— Acho que sim. E você? Irá continuar com essa tradição? — Perguntou sorrindo.

— Não. Não sei nem se ao menos se irei casar, imagina ter filhos.

— Ah, meu filho. Você irá casar sim. E com um alfa muito bom por sinal. Você já viu seus olhos quando fala do Namjoon? — Perguntou sorrindo de lado, apoiando o rosto na palma da mão.

— Não inventa coisa, pai.

— Eu não estou inventando nada. Somente estou falando fatos, e esses são bem reais e nítidos para qualquer um que queira ver.

— Sei... Mesmo se não houvesse, o senhor iria inventar algum para ver se eu iria ficar com o alfa, como das outras vezes.

— Eu não. E eu te peguei, você admitiu que tem algo entre você e o Namjoon. — Sorriu vitorioso

— Tá. Tem, tem alguma coisa sim. — Suspirou derrotado e revirou os olhos. Se pai era de mais. — Eu acho...

— Sabia! — Comemorou com algumas palmas. Parecia até uma criança ás vezes.

— Eu meio que resolvi dar uma chance a ele e a mim mesmo. — Olhou para o lado.

— Você fez uma ótima escolha, filho. Ele é um bom rapaz, disso eu tenho certeza. E ele gosta de você, desde o dia que vocês se viram pela primeira vez eu vi nos olhos dele. E mesmo que você continue com essa relutância em admitir aos outros e a si mesmo, eu sei que sente o mesmo. — Se levantou e andou em passos lentos até o filho.

— Sei muito bem disso. Eu estou gostando dele. — Respondeu se declinando para frente, mordiscando o meio dos lábios. — E eu tenho medo disso. Tenho medo de sentir isso e não ser recíproco... Tenho medo de me entregar e ser enganado e usado. Por isso evitei relacionamentos por todos esses anos.

— Não tenha medo meu filho. Saiba que você está se privando de ser muito feliz ao lado de alguém. Eu sei que você pode ser feliz sozinho, mas nada é comparado quando você ama alguém e ela te ama da mesma intensidade. E poder construir uma família com essa pessoa e muito mais que gratificante. Saber que seu amor deu frutos, isso não tem preço. Ter medo e se arriscar faz parte da vida, temos que se arriscar para conseguirmos as coisas na vida. Eu também não queria namorar e nem casar com seu outro pai, mas aí eu percebi que a minha melhor escolha foi ficar ao lado dele em todos esses anos. E você foi o fruto do nosso amor, e eu desejo que você também possa viver isso, meu filho. Por isso tanta insistência de minha parte para você se casar. Eu quero o melhor pra você. Eu quero te ver bem e principalmente feliz. — Falou capturando algumas lágrimas que descia pelas bochechas do ômega. — Eu te amo, meu filho.

— Eu também te amo muito, velhote. — Falou com a voz embargada pelo choro, arrancando um leve riso pelo apelido. — Eu prometo que vou dar uma chance para Namjoon. Vou tentar ser feliz ao lado dele. Eu vou me arriscar.

— Não precisa fazer nada que não queira, querido. Eu não estou lhe obrigando a nada. — Sorriu com ternura.


— Eu sei, mas eu quero arriscar. Eu quero tentar ser feliz ao lado dele. Pelo senhor, e por mim. Quero tentar ser feliz ao lado dele. — Sorriu demostrando confiança em sua resposta.

— Tudo bem.

Logo o momento melancólico e amoroso de pai e filho foi interrompido pelo barulho do telefone tocando escoou pelo cômodo, o alfa se afastou do loiro com um sorriso terno no rosto, andando vagarosamente até o telefone, logo pegando o mesmo, acabando por sorrir com o telefone no ouvido, chamando a atenção do outro.

— É o Namjoon. Ele está lhe esperando em sua sala. — Sorriu e logo agradeceu a secretária que lhe avisou.

— Ah! É mesmo, eu esqueci. Eu vou almoçar com ele hoje.

— Certo. Poder ir. Te amo. — Deixou um beijo casto na testa do filho e sorriu em seguida.

— Também te amo, pai. Obrigada por tudo. — Sorriu ao finalizar.

— Vai logo que ele está lhe esperando.

— Já vou senhor Kim. — Soltou um risinho antes de deixar o cômodo.

Em passos um pouco rápidos, foi até á sua sala novamente. Abriu a porta com cuidado, e sorriu ao ver o alfa que tanto pensou ontem á noite, sentado na poltrona de frente á mesa de vidro. Ele decidiu seguir o conselho de seu pai, com isso jogou o seu orgulho na casa da puta que pariu, e andou silenciosamente até á poltrona. Sorriu abertamente antes de abraçar o alfa por trás, o mesmo que deu um pequeno pulo de susto, mas sorriu em seguida ao sentir o aroma que tanto lhe deixa extasiado, sabendo de quem se tratava. Era Seokjin. O seu ômega!

Seokjin com a coragem e determinação que continha deixou alguns selares por toda extensão do pescoço do alfa, e sorriu contra a epiderme do pescoço alheio ao ver os pelos de sua nuca se arrepiarem após o seu ato de demonstração de afeto. Namjoon sorriu e puxou loiro para sua frente, vendo que o mesmo tinha um sorriso estampado na face delicada. Tudo que ele queria agora era dar um beijo naqueles lábios gordinhos que passou a amar. Seokjin não pensava diferente, possuindo o mesmo desejo de sentir aqueles lábios sempre bem úmidos que amou sentir contra os seus, sendo pressionados um contra o outro em um beijo com mistura dos dois sabores, que era uma mistura deliciosa. Deixando tudo melhor, principalmente por um ingrediente que nem eles sabiam que tinha e era o mais importante. O amor! A mistura de duas almas em um ato de demonstração de afeto simples comparado aos olhos de outras pessoas, mas, que para ambos era muito.

O lobo de ambos se conectavam de uma forma inenarrável, eram como uma peça que um preenchia o outro. Se completando aos poucos, e dando início a coisas que não existiam.

Não demorou para que acabassem com a curta distância que continha entre eles, fazendo a junção dos seus lábios em um beijo calmo cheio de saudades de ambas as partes. Mesmo já tendo se beijado antes, o frio na barriga ainda era o mesmo enquanto suas bocas se moviam com calma e em perfeita sincronia.

Arfares foram ouvidos durante o beijo, vindo de ambas as partes enquanto se perdiam na montanha-russa de sentimentos que agitava seus lobos. A mão do alfa se encontrava na cintura do ômega, apertando a carne no local durante o beijo, aumentando os arfares de Seokjin, este que tinha as mãos na nuca do mais velho, puxando as madeixas castanhas da nuca alheia, recebendo arfares em resposta. Se separaram quando o ar se fez presente, encostando sua testa na do loiro, parando para admirar o rosto levemente avermelhado enquanto a respiração ofegante deixa seus lábios em lufadas de ar.

— Amei esse seu jeito de me cumprimentar. — Sorriu com ternura enquanto acariciava a bochecha do ômega.

— Que bom, porque eu também gostei. — Sorriu com o rosto contra a palma da mão do alfa.

— O que ouve com você? — Perguntou com a feição um pouco preocupada, mas animada.

— Nada. — Respondeu calmamente enquanto sorria. — Eu apenas decidi realmente tentar dar uma chance. E ficar com você. — Sussurrou a última frase, envergonhado. — Vamos almoçar?

— Sério? — Sorriu animado, olhando para o rosto ainda envergonhado do mais novo, deixando um leve selar nos lábios alheios ao receber um murmuro positivo

— Vamos almoçar?


— Claro.

Saíram da sala enquanto ainda conversavam, dando as mãos no início do caminho até chegarem no estacionamento. Entraram no carro do alfa, o mesmo que logo colocou o veículo em movimento, mantendo a velocidade moderada, por volta dos 100 km/h. Seokjin olhava os carros passarem pela janela aberta que deixava adentrar o vento gelado que balançava seu cabelo. Se assustou um pouco quando sentiu a mão quente do alfa contra a costas da sua, fazendo carinho com o polegar. Namjoon tinha um pequeno sorriso estampado no rosto, logo o ômega retribuiu o ato, sorrindo graciosamente para o outro, com uma pitada de vergonha.

— Você sabe que eu amo seu sorriso? — Perguntou olhamos para estrada.

— Não. Eu...Eu. — Ele abaixou a cabeça com vergonha, sentindo suas bochechas avermelhadas pela vergonha.

— Eu? — Incentivou o outro a completar a frase.


— Eu também gosto do seu. — Completou um pouco mais baixo.

— Não precisa ficar com vergonha. — Falou olhando nos olhos do ômega, este que tentava desviar os olhares. — Você é muito fofo quando quer. Me dá um beijo? — Perguntou com os olhos brilhando.

— Aqui? Daqui a pouco o sinal vai abrir. — Hesitou.

— É daqui a pouco não agora. Por favor. — Pediu com um biquinho nos lábios.

- Ah, não faz essa carinha fofa de cachorro abandonado. — Falou tentando não cair na armadilha do outro. - Tá bom. Eu te dou, mas só um.

— Certo. Depois você me dá mais, né? — Inclinou levemente a cabeça.

— Como quiser. — Respondeu sem perceber o que havia falado, após olhar para o outro sentiu suas bochechas rubras ao vê-lo rir satisfeito.

— Me dá logo meu beijo.

Com os corpos inclinados levemente, Namjoon pode usufruir mais uma vez da maravilha que era os lábios do loiro. Com a mão na nuca do alfa, Seokjin tentava aprofundar mais o beijo, tendo os movimentos dos rostos controlados pelo mesmo enquanto Namjoon só se deslumbrava com o gosto maravilhoso que a boca do ômega possuía.

Era ótimo sentir Seokjin assim mais próximo, aumentando a euforia que havia crescido com o que Seokjin havia lhe dito. Pode perceber um tanto de determinação na fala dele, só não sabia o fez ele ter essa decisão, mas ele não estava reclamando.

Ele iria conquistar esse ômega por completo, e ficaria com ele para o resto de suas vidas. Era uma promessa, e ele cumprirá.

Custe o que custar.

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Oi, oi! 🙃

O que acharam do capítulo?

Espero que tenham gostado.

Deixem seu voto e comentário pra me incentivar a escrever mais e ser menos preguiçoso.
 (・∀・)❣

Beijos e até a próxima att ( ˘ ³˘)♥

Amo vocês (◍•ᴗ•◍)💜

My love is you - Namjin AboOnde histórias criam vida. Descubra agora