XVI

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── Oi. ── comentei em voz alta e eles deram um passo e eu pude ver algumas lanças em suas mãos. ── Por favor... ── engoli em seco sem saber o que falar.

── Precisamos falar com o alfa. Estamos na presença da Princesa do Sangue. ── Heitor comentou segurando em meus ombros e me puxando para ficar na frente dele enquanto me balançava para eles verem.

Eles hesitaram por alguns minutos mas logo cochicharam, alguns correram pela fenda e só voltaram minutos depois cochichando algo e abaixando as lanças.

── Estão com mais alguém? ── ouvi os alguém perguntar e eu concordei.

Depois de arrumarmos nossas coisas, seguimos Heitor, que seguia um rapaz pela fenda. Assim que alcançamos o outro lado, observamos um enorme vilarejo entre um vale escondido entre as montanhas.

── Uau. ── comentou Kelly e eu apertei a mão dela enquanto olhava também.

Andamos até descer os a montanha e paramos na entrada do vilarejo, Heitor tentava conversar com o rapaz o caminho todo, mas ele não falava nada. Ele me olhou de relance um segundo antes de paramos e eu fiquei ao lado dele observando as pessoas do vilarejo.

O rapaz nos guiou até uma das maiores casas ali. Assim que entramos o ar quente invadiu nossas roupas e não deixou mais confortáveis. Apertei a mão da Kelly e olhei de relance para Jack enquanto respirava fundo, a única coisa que dava para ouvir.

── Bem vindos. ── ouvi a voz de uma garota e olhamos todos juntos para ela.

── Ela se parece com você. ── Kelly sussurrou em meu ouvido.

── Será que isso é bom? ── perguntei antes de voltar a observar a garota.

── Sou Elena Slytherin, é um prazer receber visitas. Só os mais corajosos conseguem nos achar. ── ela comentou e Jack sussurrou.

── Será que eles conseguem sair? ── Kelly segurou o riso e eu dei uma cotovelada nele.

── Vamos logo Elena. Mamãe e papai estão esperando. ── ouvimos a voz de um rapaz e olhei para a escada vendo o mesmo descendo com uma garota ao seu lado.

── Convidados Julius! ── ele nos olhou surpreso e eu olhei para ambos.

── Quem deixou eles entrar? ── ele perguntou um pouco assustado mas logo ficou sério.

── Papai. E ele quer vê-los. ── ela deu a costas e saiu andando.

── É para seguirmos ela? ── Kelly perguntou e Heitor começou a andar.

Seguimos ela por um corredor e enorme, qual tinha várias fotos de quatro pessoas, duas delas eram os jovens que nos receberam. O rapaz estava logo atrás da gente com uma garota.

Saímos em uma sala enorme e observamos um casal sentados lado a lado na ponta da mesa. Prendi a respiração observando o rosto da mulher e depois do homem, gravando eles em minha mente rapidamente e sentindo um frio na barriga ao sentir o olhar deles sobre mim.

── Por favor, sentem-se. ── comentou a mulher e eu fui a primeira a me aproximar da mesa.

O jantar todo foi um silêncio completo, a não ser por Elena e o irmão Julius, quais não paravam de falar. Assim que o jantar terminou, tudo foi tirado e eu observei Heitor com um olhar apreensivo.

── Bom. Não gostamos de visitantes. ── o alfa apressou-se para comentar e eu olhei ele pensando no por quê dele não ter ficado comigo. ── Deixamos vocês virem pois ouvimos o que o alfa falou. Ficamos curiosos. ── ele falou e a mulher concordou enquanto nós olhava sérios.

── Nossa filha... Nossa primogênita morreu... Quando nasceu. ── a mulher comentou parecendo ter algo impedindo as palavras de saírem.

── Não gostamos quando falam sobre essa lenda. Não é verdadeira. ── comentou o homem e eu olhei Heitor.

── Posso dizer que para mim também não passava de uma lenda. Mas ao chegar até aqui e ver a semelhança entre vocês, eu não ficaria satisfeito de ir embora sem ter uma prova de que isso é só coincidência. ── Heitor comentou sério e eu observei o casal se entreolharem.

── Não gostamos de tocar nesse assunto. É muito dolorido... ── a mulher comentou e eu senti uma pontada no peito.

── Mas ela pode não ter morrido. Ela pode estar aqui na sua frente. Elas se parecem, vocês duas se parecem. ── Kelly comentou apontando para Elena e para mim e depois de mim para ela.

── Se vocês não tivessem curiosos, ou tivessem um pingo de esperança de que a lenda fosse verdade. Vocês não não deixariam entrar. ── Heitor comentou sério e eu engoli em seco.

── Minha primogênita morreu. Agora já basta. Fomos caridosos ao abrir as portas. Irei pedir que se retirem. ── ele comentou se levantando e todos fizeram o mesmo.

── Tudo bem. ── falei pela primeira vez e todos me olharam. ── Vamos Heitor... ── comentei brevemente sentindo algo entalado em minha garganta.

── Mas E... ── interrompi Kelly e olhei para ela.

── Não somos bem vindos. Vamos lidar com os vampiros da nossa maneira. Como Heitor falou. ── comentei e ela concordou pegando suas coisas e eu fiz o mesmo.

A Princesa do SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora