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Heitor me levou para caminhar pela alcateia, eu tive de sorrir para muitos enquanto caminhava ao lado de Heitor. Eu não entendia o que ele queria com aquilo tudo, mas não reclamei, não queria discutir, não estava com força alguma para discutir.

Paramos perto da enorme fogueira que sempre era acendida a noite, observei algumas crianças correrem ao redor da fogueira e meu olhar recaiu sobre Lilian, ela parecia feliz, corria e jogava neve em algumas outras crianças da idade dela. Sorri levemente ao vê-la bem e respirei fundo enquanto voltava a acompanhar Heitor.

── Quando meu bisavô construiu esse vilarejo, ele pensou primeiro nas crianças. ── ele falou e eu olhei para ele.

"Ele sempre dizia para o meu avô que o nosso futuro são elas, que elas são nossos Reis, quem devemos proteger. E ele estava certo. Elas são a peça mais importante do jogo. São elas quem darão continuidade quando nos formos."

"Eu não entendi de primeira, juro, eu pensei que o nosso futuro éramos nós mesmo, mas depois percebi que sem elas não temos futuro. Sem elas somos sem vida. Desde então eu venho lutando por elas, elas são nosso futuro e eu quero que elas possam ter um futuro bom."

── Quando meu vô morreu, minha mãe ficou do mesmo jeito que você. Mas ela percebeu que não adiantaria chorar pois tínhamos que seguir em frente. ── ele comentou e me olhou parando ao meu lado no campo.

Haviam algumas crianças ali, várias tochas iluminavam ao redor do campo, dando mais segurança as crianças que estavam ali jogando bola de neve num nos outros, e logo eu entendi o que ele tentava dizer.

── Eu... ── antes de terminar de falar Heitor me empurrou na neve e começou a rir.

Eu senti uma enorme vontade de bater nele naquele momento, mas sorri. Eu apenas sorri e fiquei observando a neve antes de puxar o pé dele e fazer ele cair ao meu lado. Levantei fazendo algumas bolinhas de neve e joguei nele e ele fez o mesmo, logo algumas crianças se juntaram a nos.

Ficamos ali até as crianças terem de ir embora. Estávamos deitados na neve fazendo anjinho de neve enquanto observavamos o céu. Eu me virei para ele e sorri para o mesmo enquanto arrumava alguns fios de cabelo atrás da orelha.

── Obrigada. Por tudo Heitor. Por tudo mesmo. ── comentei sorrindo e ele me olhou retribuindo o sorriso.

── Por nada. Tem mais uma coisa. Como você é nova, vamos dar uma festa para lhe apresentar a alcateia. Esse é o nosso ritual. ── ele comentou e eu sorri concordando e volta do a deitar na neve. ── Você quer ir embora?

── Não... Eu quero ficar mais um pouco, tudo bem? ── perguntei e ele concordou enquanto voltava a deitar também.

── Eu não sei o nome da minha mãe... Ela nunca falou o nome dela. ── comentei baixinho e Heitor me olhou. ── Elizabeth Slytherin... Agora eu tenho um sobrenome. ── comentei baixinho e levei a mão até o pingente do colar dela que estava em meu peito.

── Prazer em te conhecer Elizabeth Slytherin. ── ele comentou e eu sorri.

A Princesa do SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora