Eu não conseguia abrir os olhos, não era porque eu não havia forças, pelo contrário, nunca havia me sentido tão forte e viva assim em muito tempo, eu estava apenas com medo.
Medo de descobrir onde estava, mesmo com os olhos fechados eu conseguia perceber que aquele lugar não era onde eu queria estar, aquele cheiro de água oxigenada estava impregnado ali, o som irritante de um 'bep' estava bem próximo de minha cabeça, conseguia sentir o quão vazio aquele lugar era.
Eu estaria em um hospital? Bem provável que não.
"Se você não abrir os olhos não saberá onde está."
Estava demorando, já havia estranhado o fato de estar acordada há alguns minutos e ele não ter dito nada. A voz em minha cabeça nunca me deixava sozinha.
"Acho melhor você abrir seus olhos logo Suran."
E eu os abri, dando de cara com um teto imerso em branco, a claridade fez meus olhos arderem e por instinto quis levar as mãos até o rosto para tapar a claridade.
Sem sucesso, meus braços estavam presos nas laterais da cama em que estava deitada, comecei a puxar meus braços para cima em uma tentativa de me soltar, mas não tinha forças para isso.
"Não faça barulho Suran, eles virão até aqui se você continuar fazendo isso."
– O que é isso? Onde eu estou? ME TIREM DAQUI AGORA!
"Suran, me ouça! Fique quieta."
Eu sabia que esse não era o melhor momento para se entrar em pânico, mas o que eu poderia fazer? Isso não é algo que eu controlo, nem mesmo ele poderia me fazer parar. A única coisa que conseguia fazer naquele momento era me debater na cama e gritar o mais alto que podia.
Apenas parei de me debater quando o som de uma porta sendo destrancada chamou minha atenção.
– Então você decidiu acordar senhorita Bae? Já estava com saudades de ouvir seus gritos.
Pela porta que havia acabado de ser destrancada entrou um homem vestido inteiramente de branco segurando uma bandeja de metal sobre as mãos.
–Quem é você?
– Assim você me magoa Suran, mas não irei te culpar por não se lembrar de mim, até porque não nós conhecemos nas melhores das situações.
– O que estou fazendo aqui?
– Você realmente não se lembra né?
– QUE LUGAR É ESSE?
–Sabe Suran, se eu fosse você me acalmaria um pouco, os outros médicos não são tão bonzinhos como eu, então fique quietinha para que não seja necessário nenhum deles virem aqui.
Ele estava tão calmo, as palavras saiam de sua boca calmamente enquanto ele se direcionava a uma pequena mesinha de metal que se encontrava ao lado de minha cama.