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Fui para a escola. Parece surreal que alguém com poderes como o meu, tenha que estudar (ou não). Eu não me vejo como uma super heroína. Aliás, acho que se existissem super-heróis, eles seriam igual os da série The Boys, totalmente problemáticos.

Estar no terceiro ano é algo complicado. Eu deveria estar usando meu tempo livre para planejar meu TCC ou estudar para as provas complicadíssimas, mas não, uso eles para voltar no tempo e ver tudo que nossos ancestrais fizeram de errado.

O ônibus parou na casa da minha amiga, Amanda. Ela entra e vem rapidamente até nosso assento de costume. Eu não saberia viver sem ela.

— Você não sabe o que eu fiz. – ela fala sentando-se.

— Vindo de você, já imagino. – fecho meu livro e olho para ela.

Ela retira a touca, deixando cair os cabelos cor de azul.

— Amanda! Sua maluca! – falo passando a mão em seus cabelos.

— Ficou demais, né? – ela falou com tanta certeza, que nem esperava uma resposta.

— Total! E sua mãe? Deixou?

— Ela não sabe. – ela soltou um risinho.

— Só você mesmo. – revirei os olhos.

Amanda é a minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Ela é considerada uma das meninas mais bonitas da escola. Seus cabelos, antes do azul, eram loiros e seus olhos são castanhos tão claros, que quase viram cinza. E bem, eu sou do grupo das normais. Não sou feia, porém não sou estonteante como Amanda. Meu cabelo castanho fica no mesmo penteado de sempre, um rabo de cavalo com meu prendedor de borboleta enfeitando. Meus olhos também são castanhos, mas tão escuros, que uma vez recebi o apelido de olho de cobra. Nada legal para uma menina de dez anos, mas eu superei.

O ônibus seguiu caminho até a escola. Os alunos iam rapidamente até suas salas, enquanto outros pareciam não notar o tempo passar.

— Sam... – começou Amanda enquanto andavamos pelo corredor. – Somos amigas, certo?

— Claro que somos, Mandy. – olhei em seus olhos. – Por que tá falando isso?

— Sinto você meio distante ultimamente...Como se escondesse algo de mim.

Engoli em seco. Amanda é minha melhor amiga, mas não sei o que acontecerá se ela souber dos meus poderes.

— Não tá rolando nada.

A não ser eu voltando no tempo e impedindo a morte do Kennedy.

— Confie em mim. – coloquei a mão em seu ombro. – Você é minha melhor amiga e isso nunca vai mudar.

— Então tá bom. – ela sorri. – Vamos pra sala.

O dia correu bem. As aulas são chatas como sempre, mas não teve nada de tão cansativo. Quando estava saindo pela porta e olhei para a rua, eu vi a pessoa de novo.

Vestida com aquela capa preta, mas dessa vez, sem pano no rosto. De longe, era impossível distinguir, então fui correndo em sua direção.

— Samantha! – gritou Amanda. – Tá indo pra onde, maluca?

— Te vejo depois. – gritei sem olhar para trás.

A pessoa quando viu que eu corria em sua direção, saiu correndo também.

— Ei! – eu gritava enquanto corria. – EI!

Ele não se virou. Joguei minha bolsa no chão, já que estava me atrapalhando a correr.

Tʜᴇ Tɪᴍᴇ · Cᴏɴᴄʟᴜɪ́ᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora