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De volta a Oregon

As cartas continuaram até 2008, o motivo não é algo catastrófico, é bom. Acontece que Heyoon já tinha 12 anos e Sina 10, já tinham celulares, era mais fácil para conversar e não ter que esperar um ano para tal ato.
Mas como toda coisa boa tem seu lado negativo, dois anos depois Sina havia começado a perder a fome e ter febre direto, no começo os pais de Sina e até a própria tia pensavam que era apenas algo simples ou uma desculpa para não ir a escola, mas decidiram que ela deveria fazer alguns exames e coisa do tipo, e para o choque e desespero de todos, Sina estava com câncer no rim e mesmo que todo o tratamento fosse feito, seria necessário um transplante de rim, já que o outro estava apresentando algumas "falhas" também. Sem pensar duas vezes, muito menos no motivo de ter se mudado para Florida, Alex avisou que iriam voltar para Oregon encontrar com a família e fazer todos os procedimentos necessários por lá, até porque não haviam encontrado um doador compatível ainda.

*P.o.v Sina*
Nesse momento estou pousando em Oregon depois de tanto tempo, queria que fosse por um motivo bom, mas infelizmente não é. O avião acabou de pousar e já estou a caminho das malas com meus pais, estou doente e voltei para cá para o tratamento e para ver os familiares, parte deles na verdade, minha mãe é alemã, então são apenas parente por parte do meu pai. Eu queria mesmo era ver a Heyoon, faz tanto tempo que não a vejo, mas toda vez que falo dela, papai parece não gostar.
*P.o.v Sina off*

Já estava próximo do final do ano quando toda essa mudança veio a tona, os 3 últimos meses do ano foram cansativos para a família de Sina, principalmente para ela, exame atrás de exame, consultas e o doador que não aparecia, estavam perdendo a esperança quando Sina precisou urgentemente ir para Randall Children's Hospital at Legacy Emanuel  por ter sentido uma dor extremamente forte em um dos rins dela na "virada do ano", por coincidência, era o mesmo hospital que Heyoon frequentava, já que seu pai era médico lá. Quando ela chegou foi direcionada para o Dr. Jeong, Alex não gostou pois já sabia de quem se tratava, acontece que ele ainda ia contra a amizade de Sina e Heyoon, mas a filha dele precisava ser atendida, então ele apenas ficou quieto. Quando o Dr. Jeong percebeu quem era ao ler a ficha médica, ficou em choque, ele sabia que não havia doador para aquele hospital, mas sabia de uma pessoa compatível, sua filha, Heyoon. Ela ainda é menor de idade, não sabe que Sina está aqui e muito menos o estado que ela se encontra, é claro que ele quer ajudar, mas colocar a filha em um negócio desses, ainda mais sabendo que o pai de Sina havia se mudado por um motivo completamente escroto, o deixava receoso.
Heyoon poderia doar o rim com autorização dos pais, mas será que Alex aceitaria? Depois de tudo que ele fez indiretamente para a garota?
Dr. Jeong já havia cuidado de Sina e ela estava descansando, então o mesmo decidiu que iria falar com Alex e Sofie que estavam na sala de espera.
— Oi... Sina já está um pouco melhor, mas precisa de um transplante de rim, já que o que não está afetado pelo câncer não tem um funcionamento muito bom, e da cirurgia para retirada do tumor no outro.

Naquele momento os pais de Sina se encontravam em choque e quase chorando de desespero. Então Alex diz:

— Ela teria feito há muito tempo, mas nem o meu ou o de Sofie é compatível ao dela.

— Eu posso conseguir um doador, uma doadora na verdade, mas preciso falar com ela.

— COMO??? Me passe o nome que eu mesmo falo.

— Não, você não vai querer falar com ela, é a Heyoon, lembra? Você se mudou para afastar as duas. Só vim perguntar a vocês antes de tudo bem, minha filha quase morreu quando a sua foi embora, não vou deixar ela perder Sina de verdade.

Com essas palavras Alex desmoronou internamente, ele sabe que Heyoon aceitaria doar o rim, mas se sentia tão culpado pelo que havia feito, sentia que tudo que fez afetou tanto a filha dele e a pessoa que ela amava, mesmo sem entender, se Sina ficasse sabendo de tudo, odiaria ele por um bom tempo. Por estar se sentindo completamente mal, Alex apenas concordou com um sussurro e Sofie agradeceu ao Dr. com um abraço.

*Quebra de tempo*
*P.o.v Heyoon*
Hoje eu iria sair e meu pai está demorando para voltar do trabalho, já ia ligar para ele quando ouvi a porta abrir, ele se aproximou e no momento percebi que havia algo de errado.

—Oi, pai. Aconteceu alguma coisa?

Ele soltou um suspiro pesado demorou um pouco para responder, mas diz baixo:

—Sina está aqui, mais especificamente no hospital onde trabalho, precisa de um rim e por ser seu médico, sei que seu tipo sanguíneo é o mesmo e que o rim é compatível, ela precisa de você.

Quando ouvi isso, quis correr para o hospital e ver como ela estava, acontece que com todo o afastamento e o passar dos anos, eu entendi o que havia acontecido de verdade, Tia Mary me disse uma vez quando perguntei para ela. Obviamente éramos muito novas, não fazia sentido algum na época, mas agora só quero abraçar ela e fazer o possível para ajudá-la.

— Papai, é claro que eu aceito doar,  você e mamãe precisam autorizar, certo? Vocês vão? Diz que sim, agora que ela está aqui, podemos recuperar os anos de amizade que "perdemos".

— Claro que eu irei, já trouxe a papelada, sua mãe vai deixar também, ela sempre gostou de Sina.

Me joguei nos braços do meu pai o abraçando tentando não chorar, apenas agradeci por ele ter me contado e fui para o meu quarto pesando na Sininho, finalmente vou vê-la, talvez eu realmente goste dela, como ela "gostava" aos 4 anos.

*Quebra de tempo*
Finalmente estou a caminho do hospital para fazer os exames necessários e doar meu rim a Sina, mal posso esperar para a encontrar.

Notas
Agora vai, k7