Como um boneca de madeira
Há farpas no meu joelho
Cordas me prendem
Sou um fantoche nas mãos do destino
Não sou mais aquela dentro de minhas roupas
Não sou mais eu em minha menteA vida virou uma pintura sem bordas do mundo que eu não conheço
Uma carta sem parágrafos
Um relógio sem ponteiros
Eu sou apenas um estrangeiro
Um parasita cerebrospinal
Vivendo no corpo que não é meuEu sou uma boneca de madeira
O cotidiano virou uma pílula
Que anestesia a dor
Amortece a queda
E facilita a quebraBang, bonequinha de madeira quebrada no chão