A CRIAÇÃO

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Meissa: Duzentos anos depois da Guerra Das Máquinas, dia vinte de dezembro do ano quatro mil quatrocentos e trinta e sete, as máquinas trabalhavam em uma harmonia quase silenciosa, peças e componentes se encaixando em perfeita resposta ao trabalho dos engenheiros e desenvolvedores.

O dia estava propicio, apenas começando, o primeiro lote do dia estava em andamento, uma única peça destoava das demais, de um tom rosado com uma quantidade considerável de pintas meio marrons.

Os cabelos também chamavam a atenção, de um ruivo intenso e encaracolado nas pontas, olhos azuis e lábios vermelhos, com um metro e trinta de altura, medida padrão da fabrica, pesando apenas quarenta e cinco kilos, todos os invólucros são montados em lotes, mas aquele em especial foi montado separadamente e adicionado aos demais na esteira de verificação.

Quando todas as outras peças do lote seguiram para o armazenamento para aguardar novas encomendas, aquele modelo em especial ficou ali a disposição dos técnicos que fariam a conferência e aprovariam o Segundo passo que era a entrega do produto.

A esteira faz seu último percurso até a plataforma de inspeção, os braços robóticos a pegam delicadamente, repousando seu pequeno invólucro sobre a maca na plataforma, os técnicos se aproximam e ficam admirados com o trabalho feito, não era todo dia que os técnicos podiam chegar tão perto de uma ia recém fabricada.

– Eva, vamos começar o procedimento de verificação!

Muita coisa mudou em Meissa nos últimos duzentos anos, e Eva era uma dessas mudanças, uma inteligência artificial nano-mutável responsável por todo o processo de criação, fabricação e ativação das IAs por isso o nome Eva, ela era considerada a mãe da criação de todas as IAs a cento e setenta anos e também sustenta uma cadeira de Predescessora no alto escalão de Meissa representando as IAs como um povo.

– Muito bem meninos, podem iniciar os testes!

Respondeu a voz de Eva que se materializou de repente assustando um dos técnicos que estava desprevenido.

– Você pode por favor não chegar desse jeito!

– A quinze anos aqui e ainda não se acostumou comigo Admon?

Perguntou Eva de forma cortez  para o jovem engenheiro.

– Você gosta mesmo de mexer comigo não é?

– Só quero dar um pouco mais de graça a sua tarefa!

Respondeu Eva sorrindo.

– Ele não é muito de se divertir, se eu fosse você, não perdia tempo com ele é um desperdício.

Falou o companheiro de trabalho de Admon.

– Fica na tua Mirab.

Respondeu Admon para seu amigo.

– Muito bem pequena, hora de acordar!

Falou Eva estendendo sua mão e pegando na mão esquerda da pequena IA, uma luminescência de cor azul celeste surgiu das mãos de Eva que segurava a pequena mão da IA, transferindo essa luminescência para a pequena.

– Não importa quanto tempo passe, isso vai ser sempre assustador!

Murmurou Admon.

SOPHIAOnde histórias criam vida. Descubra agora