Coluna reta. Nada de cotovelos em cima da mesa. Guardanapo no colo. Trocar o garfo de mão na hora de cortar os alimentos. Sorrir para o Brad de modo apaixonado a cada dez minutos. Acariciar sua mão de leve o fazendo sorrir.
Eram apenas algumas coisas nas quais preciso me lembrar durante os jantares que o Brad – meu noivo – exige a minha companhia e para não gerar discussões desgastantes, sempre acabo aceitando ir para esses malditos e insuportáveis encontros. Tirando esse lado de querer exibir-se demais, Brad Owen é um homem bom e bastante carinhoso, principalmente com a sua atraente noiva.
Admito que entrei nesse relacionamento pelos motivos errados, entretanto, ao mesmo tempo são ótimos para a minha sanidade e o coração partido, dando a certeza de um futuro que eu merecia. Um futuro que os meus pais certamente se orgulhariam!
Não é divertido, mas com certeza eles se orgulhariam e é isso que realmente importa.
-Vocês por acaso sabem o que aconteceu com o Preston? – ao ouvir um amigo do Brad mencionar o nome dele, voltei a prestar atenção na conversa.
-Não me diga que ele morreu de overdose? – Brad retrucou com acidez.
Senti o meu estômago embrulhar ao ouvir a risada de todos sobre algo tão sério, demonstrando que não possuem nenhum tipo de respeito pelo Preston.
-Ouvi dizer que o senhor mal humorado foi para uma clínica de reabilitação, mas nós o conhecemos o suficiente pra saber que isso jamais vai acontecer. Não por livre e espontânea vontade. – Cíntia olhou para a sua irmã com malícia.
Provavelmente o cafajeste do Hawkins deve ter levado as duas para cama na mesma noite e mostrado que sua vida seria muito tediosa sem as drogas.
-Ele sempre pareceu ser bem resolvido em relação ao vício!
O comentário da irmã da Cíntia me deu a certeza de que tinha transado com as duas e não duvido que tenha sido enquanto ainda estava comigo.
-Como um maldito drogado pode ser o cara mais rico do estado da Califórnia?
-Primeiro nasceu numa família de nível altíssimo e mesmo que seja um drogado, o filho da mãe é um gênio. – respondeu George, o melhor amigo de Brad – Ele nunca erra em seus investimentos!
-Foda-se! Eu ainda acho que ele não passa de um drogado comedor de puta.
Após escutar a opinião grosseira do meu noivo, senti como se tivessem dado um soco em meu estômago e a vontade de vomitar foi grande, porém limitei-me a forçar um sorriso na sua direção. Decidida a respirar um pouco de ar fresco, pedi licença e avisei que iria até o toilette, arranhando um pouco do francês que aprendi durante uma curta viagem até Paris. Brad não deixou que me afastasse antes de roçar os lábios nos meus e acariciar meu rosto. Só então pude ir até o banheiro, contudo não entrei nele.
Com discrição, desviei do trajeto e fui para o terraço do chique restaurante francês, apoiando os braços sob o corrimão de ferro com detalhes em ouro.
O céu de São Francisco está um espetáculo e a vista para a ponte Golden Gate torna tudo ainda mais deslumbrante, no entanto, infelizmente a minha angústia não permitiu apreciar o belo cenário como deveria. Me senti ferida e sozinha, em meio a pessoas que só sabem falar apenas em dinheiro e mal da vida alheia.
Talvez fora esse o motivo pelo qual me envolvi com o Preston. Sua maneira de evitar a presença de pessoas como Brad e seus amigos, dizendo sempre o que pensava e nunca mentia, nem mesmo negava suas inúmeras amantes. Na época fui ingênua em achar que podia lidar com fato de que não seria a única, as drogas, sua frieza, seu temperamento estranho e o coração inquebrável.
Eu estava errada... Completamente errada sobre isso.
Como já havia avisado antes para quem estava acompanhando a minha estória O Pai da Minha Melhor Amiga, Shades Of Cool tem um seguimento diferente, uma ideia que tive a partir da música da minha ídola Lana Del Rey, que na maioria das suas músicas retrata uma visão melancólica do amor. Então tentei do meu jeito, fazer criar algo em cima disso.
Espero de coração que gostem e que continuem acompanhando! :)
Peço desculpas pelos erros ortográficos que possam ter passado despercebido.
Beeeeeijos
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SHADES OF COOL
RomanceAlexia Armstrong poderia ser uma típica filha mimada de uma estilista e um empresário, que esbanja poder, beleza e fama, porém nada disso a define. Em seus 26 anos se desdobrando pra terminar sua faculdade, estampar seu rosto em campanhas mundialmen...