Segredos da Floresta - Duologia Magia do Universo - Conto I (COMPLETO)

CAPÍTULO 6

Eles voltaram à floresta, no entanto, agora não havia aquela escuridão da noite anterior. Pelo contrário, o sol começava brilhava e iluminava tudo em volta, incluindo as árvores cobertas por musgos e o chão coberto por folhas secas e mortas. Os cavalos correram rapidamente e em poucos minutos, conseguiram chegar ao lago, graças à rocha mágica, que na verdade era um mapa. Os animais pararam e os nobres ajudaram as princesas a descer.

Dimitri se aproximou da margem, juntamente com os outros. Com a pedra brilhante na mão, olhou à frente. Uma lagoa enorme, de água cristalina que facilmente refletia a imagem das plantas ao redor dela. Carole se acercou de Dimitri. A pequena pedra agora tinha uma tonalidade turquesa muito brilhante, indicando que chegaram ao destino. Eles estavam tão concentrados na pedra, que nem sabiam que uma mulher os observava de cima de um rochedo.

Aine, a fada do lago, brincava com a sua flauta doce nas mãos. Ela era uma espécie de guardiã que protegia o tesouro que o lago guardava em suas profundezas. A criatura observava com atenção os viajantes que ali passavam. Ela colocou os longos cabelos acinzentados na frente do corpo, ajeitou suas asas reluzentes e começou a tocar uma doce melodia com a flauta. Ela conseguiu chamar a atenção dos que estavam de passagem. Todos olharam para ela e a linda música enchia seus ouvidos.

No entanto, Francette não caiu na armadilha. Alguma coisa dizia a ela que aquilo não era bom. A princesa pegou a pedra mágica das mãos de Dimitri e olhou com atenção, enquanto as pessoas ao seu lado estavam encantadas, enfeitiçadas pela música.

Em seguida, Francette olhou para a lagoa e viu um brilho arroxeado no fundo da água. Ela se perguntou o que eu seria aquele lampejo roxo. Largou a pedra no chão e decidiu se aproximar da água. A passos rápidos, molhou seus pés e pouco a pouco, adentrou seu corpo totalmente na água.

Ela mergulhou, movimentou os braços e foi em direção àquele brilho estranho. Peixes prateados passaram por ela. Francette afundou mais, e achou que seus pulmões não conseguiriam suportar a falta de oxigênio. Finalmente, próximo ao solo coberto por pequenas algas coloridas, ela apanhou o estranho objeto arroxeado.

Emergiu rapidamente, pois precisava respirar. Na hora em que colocou os pés para fora da água, a melodia cessou. Suas irmãs e os príncipes saíram do estado de transe, e todos, inclusive Aine, a olhavam. Entretanto, a fada a observava com a feição muito zangada. Quando foi olhar o que havia pegado, viu um enorme diamante na sua mão. Roxo como as cores de um pôr do sol, delicadamente lapidado e reluzindo um brilho diferente. Francette ergueu o olhar e viu a fada do lago na sua frente.

- Parece que enfim alguém conseguiu quebrar o encanto da minha flauta e conseguiu pegar o diamante roxo dos magos de Orion. - Aine estava furiosa. Ninguém havia escapado do seu feitiço antes.

- Eu apenas não prestei atenção à sua música. - Francette explicou, ainda não acreditando no poder que estava tinha em mãos.

- Agora que conseguiu a gema roxa, não há mais motivo para que eu permaneça às margens desse lago. Adeus. - Aine respondeu.

Em um passe de mágica, a fada desapareceu, deixando um brilho branco para todo lado. Francette estava confusa, uma vez que não sabia o significado de nada daquilo. Não notou a feição que suas irmãs e os príncipes , que a olhavam. Eles estavam surpresos com ela, sobretudo após virem a pedra preciosa nas mãos dela.

- Então era isso? Aquela rocha brilhante levava à outra pedra! - Jérome riu junto com os outros. - Como conseguiu não ficar enfeitiçada pela flauta da fada, Francette?

- Eu não sei. Quando vi o brilho abaixo das águas, apenas mergulhei. Foi tudo que fiz.

- Deixe-me ver isso, Francette. - Carole pediu.

Carole recordou das palavras da mulher naquele dia. Agora tudo fazia sentido, os tesouros que ela havia falado. Também falou das pedras preciosas. Devolveu a pedra para Francette e pediu que ela a guardasse com segurança. Contudo, antes que ela guardasse, viu que o brilho roxo ficara mais forte, ficando cada vez mais intenso. Francette pegou nas mãos e viu uma forte luz se projetando para frente.

Todos fecharam os olhos para se proteger da luz forte. Eles os abriram e viram um novo mapa, projetado bem na frente deles. Um esquema que se originava da pedra, e mostrava um novo caminho a ser seguido. Viram com atenção, que a trilha levava até a mais alta montanha da regiãoO Monte Aneto, que era famoso por suas baixas temperaturas e sua instável superfície.

Muitos guerreiros morreram lá, tentando mostrar sua bravura. Dimitri conhecia o caminho até a região, também resultado de suas caçadas com o pai, o conde Baptiste. A luz parou de ser projetada e eles olharam um para os outros. Conversaram e foi decidido que seguiriam até as montanhas. Estavam com fome e muita sede. Saciaram-se com a água do lago e apanharam algumas frutas próximas dali. Amoras silvestres, groselhas e framboesas. Então, subiram nos cavalos e seguiram viagem.

Conforme se aproximavam dos montes, a respiração ficava cada vez mais difícil. De repente, foram surpreendidos por um urso-europeu, um grande mamífero de pelagem marrom escura. O animal começou a correr atrás deles, assustou os cavalos, que fugiram dali. Eles caíram dos cavalos e tiveram que fazer um enorme esforço para correr do bicho.

O urso os perseguia, como os lobos na noite anterior. No entanto, o grande animal caiu em um buraco enquanto os encalçava. Ele rugia ferozmente, mas todos continuaram fugindo. E agora que estavam sem os cavalos, seria fatigante subir aquelas montanhas. Mesmo com o cansaço, os nobres e as princesas começaram a subir na montanha, decididos a verificar o que aquela gema roxa havia lhes mostrado. Além disso, havia um outro empecilho, o clima frio e congelante.

Depois de muito tempo subindo, eles alcançaram o topo da montanha fria. Mostraram coragem e fôlego para seguir seu objetivo. Eles pararam e se apoiaram o corpo sobre a neve gelada às suas costas. Novamente, uma nova criatura os observava escondida na neve. Rosair, a feiticeira de gelo, via-os com atenção. Assim como Aine, ela também guardava um tesouro. Rosair não deixaria que eles seguissem seus objetivos, os impediria a todo custo.