Eu não sei.
É como se ele fosse aquela brisa que bate num dia quente enquanto você pedala na bicicleta.
É como um raio em uma tempestade forte e destruidora. Você se arrepia, e tem um certo temor, mas não é ruim, é como algo que te faz sentir vivo, você sente seu coração bater forte. Como um estrondo. Um tiro.
Mas você gosta de sentir. Te faz sentir seus ossos dentro da pele. Faz o sangue circular. Te faz sentir o ar entrando e saindo de seus pulmões. Você se sente vivo.
Mas ao mesmo tempo, é a calma, é relaxante, você fecha os olhos e um pequeno sorriso aparece em seu rosto, um sorriso confortável, você sabe que está seguro. E aquela tranquilidade. Aquela paz. Mesmo que sejam por alguns poucos minutos. Elas te fazem feliz. Vivo. Os seus olhos ficam pesados. Mas sua alma fica cada vez mais leve. Você sente que poderia levitar a qualquer momento. Você sabe que é tão calmo...que você poderia simplesmente dormir, mas não o faz. Porque não quer perder nem um segundo. Cada milésimo de segundo te faz se sentir viva. Te faz se sentir bem. E você não quer perder isso.
Ele é...eu não consigo descrever...é como...como ganhar aquele presente que você estava esperando a tanto tempo, ou abraçar seus pais depois de muito tempo sem vê-los...é como...você sente seu coração bater mais rápido só de ver ele. Só de vê-lo sorrindo, a felicidade dele te faz feliz. Você quer vê-lo feliz.
Ele é como o riacho passando em meio a floresta, tranquilo e sereno enquanto o canto dos passarinhos ecoa pelo ambiente, mas que, no final, tem o destino ao mar. Escuro. Profundo. Intenso...e você afunda...mais...e mais...mas isso te conforta também, porque é como se a água envolvesse você. Como se a água fizesse parte do seu ser. E mesmo que você esteja afundando cada vez mais pro fundo. Pro escuro...você sabe que tem uma luz nisso...você sente no seu coração...
E quando você simplesmente sente um peso dentro de você. A respiração pesada, é difícil continuar respirando normalmente. E então, ele é como a água. Você deixa a água... entrar nos seus pulmões e te consumir por completo. Mas isso não deixa seu corpo pesado...parece mais leve. Parece que... era o ar dentro de você que pesava, e agora que a água tomou conta. Você está mais leve...porque todos os sentimentos eram similares a água. Eles eram homogêneos...e se misturam em todo o seu ser...e toda a agitação...se torna a calmaria...como o mar depois de uma grande tempestade...em que as ondas grandes e fortes quebravam e engoliam tudo em seu caminho...mas agora...depois disso...o mar está calmo. Tranquilo. Reluzente.
Ele é algo...doce...mas ríspido...como...uma laranja...nunca fui fã de laranjas mas...elas são doces...se esperar o tempo certo. Mesmo que algumas não sejam depois do mais longo tempo. Mas é isso que eu gosto nele. Essa mudança. A diferença...ele pode ser doce como um orvalho numa noite fria...mas ele também arde como a insônia causada pelo som agudo do desespero.
Ele é quem deveria ser? Nem ele sabe disso. Mas é o que eu gosto. Ele é humano. Ele se mostra frágil...como um pequeno vaso de vidro em uma casinha...ele pode quebrar a qualquer momento...mas a casinha...a casinha que balança com o vento e quase cede às enchentes...é forte...ela protege...mas se deixa levar também pelo vento...ela não pode ser dura feito pedra.
Ele é como uma lâmpada...sabe o momento de brilhar...mas sabe que todos nós temos nossos momentos de escuridão...
Ele é como o violão velho que esquecemos encostado na parede...sobrando apenas 4 cordas. Mas nós sabemos que as melhores músicas sairam dele.
Ele é como aquele ursinho velho que guardamos dentro do armário, que já está meio desbotado, mas não trocariamos por nada. Ele não é o mais incrível e sabe disso. Mas ele é o mais incrível pra você.
Ele é como a segunda gaveta do seu armário onde você escondeu seus crimes, e ele é o cadeado que não permite que os cometa de novo. Ele é como o preto. O cinza. O azul. Mas é como o amarelo. O laranja e o vermelho.
Ele é o frio de um sussurro como um carinho maternal perto da lareira. Mas é imponente. É forte. Grande. Como um rugido de um Leão. Ele é um anjo que perdeu suas asas e agora anda entre os mortais. E os encanta com suas cordas vocais. É como um abraço apertado na hora do desespero. Ele é como a mão que te puxa...e te impede de dar o passo final, pra frente, e cair nas manchetes das folhas pretas e brancas.
Ele evita que as pétalas e as lágrimas sejam jogadas contra você. Em meio a soluços falsos e desregulados. Em meio a maquiagens borradas propositalmente. Porque eles querem desviar a atenção de quem realmente importa, e se vitimizarem.
Ele é como um travesseiro com rasgos. Ele vai te confortar mesmo que todo o seu algodão já esteja saindo. Ele vai te ajudar mesmo que precise ainda mais de alguém pra enche-lo de novo. Ele é um anjo...porém seu coração também sangra.
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t h o u g h t s
PoetryPoesias que escrevi dentro do meu quarto entre uma alucinação temporária do vazio da minha mente.