Como se cada batida representasse um sentimento ou uma emoção o lo-fi me move e me inspira a encontrar o meu lado inexistente, o lado que nem eu mesma conhecia pra representar todos os meus sentimentos.
Apenas a empatia que tenho por outras pessoas é como uma batida calma e triste que você simplesmente precisa ouvir as vezes, uma melodia que ecoa entre meus tímpanos e envolve minha pele a pura e total dominação do meu ser, um gingado envolvente, mas ainda sim tudo me faz lembrar de você.
Um ritmo, um som, uma respiração que mal pode ser ouvida, me encontro perdida nos seus olhos negros, uma imensidão sem fim que esconde tantos mistérios, só peço uma chance de descobrir todos, vou ao menos tentar, as perolas de seu sorriso podem ser o tesouro perdido de Atlantis ou ate mesmo a cidade toda, a sensação de pertence-lo é tudo que eu almejo.
Mas como toda música, essa melodia também tem um final, um final que ainda não cheguei e não sei se será o que quero, abaixo as expectativas pra ficar apenas escondida no rotulo de sua amiga, sou uma carta sem destinatário em que seu único sonho é chegar em um lugar especifico, mas como alguma entrega talvez eu me perca no mar, molhando meu tecido e nunca encontrado o caminho de volta.
Tudo é escuro e grave e a luz não parece mais se formar, preciso ir ate você, preciso ser entregue para que possa me sentir inteira, a incerteza já esta tomando conta, uma decisão talvez não tão certa como as teclas padronizadas de um teclado.
Me encontro sem enxergar, perdida sem chances de me achar, apenas uma mão estendida seria a minha sina? Não tenho certeza, tantos contras e poréns, tantos e se’s, quero me jogar, mas não tenho certeza se trapacearia, quem me garantiria que não teria pego um paraquedas? eu só quero cair mas não sei se estou pronta pra encarar a decida, e se esse vento não for tão forte quanto penso? e se mesmo destinada a navegar nesse mar eu acabe procurando um porto seguro? Não me comprometerei em achar o navio no fundo, mas sinto que é o que quero, eu sinto?
Não saber o que devia fazer, me sinto devorada pelas dúvidas e sem saber como prosseguir, um pirata sem sua própria tripulação, nada nessa maré é certo, é tudo tão instável e confuso, mas talvez seja isso que me atraia, o desconhecido, talvez não saber o depois seja uma dica para me aventurar sem pensar muito, mas estou pronta pra ficar eternamente no mar?
Sou um pianista solitário e não tenho mais notas pra tocar, vejo olhos me encarando e a expectativa em cada olhar, não escuto mais o som e tudo parece cada vez mais confuso, me ensine a melodia, me ensine a amar, como um hip hop de rua me faça dançar, quero dar meus passos sincronizados a você sem me importar, tudo parece certo com um simples estalar, posso cair nessa queda enquanto tiver em quem me segurar, não sei o que pode acontecer mas ao menos vou tentar.
Corro o risco de nunca mais voltar ou ficar presa na superfície congelada pra sempre, não é o destino que quero seguir, quero afundar, quero me consumir, ou melhor, desejo ser consumida, como o buraco negro que atrai todos os planetas para si é assim que quero ser, ficar no vazio reconfortante que é você, como pode ser? Isso não foi um plano, foi um acidente premeditado, tantas coisas deram errado mas entre essa batida de jazz e as cordas do violão eu preferi dançar do que ficar apenas sentada esperando ser puxada.
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t h o u g h t s
PoetryPoesias que escrevi dentro do meu quarto entre uma alucinação temporária do vazio da minha mente.