J a n e l a

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Olho pela janela, vejo a rua lá fora.
Vejo as cores, os carros e as caras, desvio o olhar.

Olho novamente pela janela... Mas uma janela diferente agora. A janela dos teus olhos.
Não vejo cores nem carros, e muito menos caras.
Ao olhar pela janela de seus olhos, vejo sentimentos.

E por mais que, eu tente enxergá-los com clareza, há uma tempestade que não me deixa ver nada certo.
Mas a tempestade não é por fora, ela é por dentro.
Ela molha as janelas e me impede de ver o que há do outro lado.
Borrões, formas distorcidas, quase sinais... É tudo que eu vejo, além dos sentimentos, pouco definidos.
Eles tentam se sobressair em meio ao caos, mas a tempestade não os deixa.

Desisto por fim, de tentar adivinhar o que vejo através das janelas de seus olhos. Nunca saberei definir as formas borradas que elas me proporcionam, e sequer os sentimentos...

Desvio o olhar.

E agora, olhando pela janela de cores carros e caras, vejo uma nuvem negra, da cor de seus olhos, porém ela está solitária, na imensidão azul do céu.

Sentimentalismos.Onde histórias criam vida. Descubra agora