Sofa; pjm + jjk

the accident;

A noite é uma criança.

Esse era o lema de Jimin toda vez que ele saia de casa para beber. E dessa vez, não era diferente.

Seis anos. Durante seis anos, era aquela sua rotina. Sair para beber com seus amigos, se esquecer do mundo lá fora. Se esquecer dele.

Jeon Jungkook era o nome do garoto que Jimin dedicava cada gole de sua bebida. Era perdidamente apaixonado pelo garoto de sorri como um coelho. Jungkook roubava cada pedacinho de seu coração, cada resquício de sanidade e todo o seu amor, sem ao menos perceber isso.

Em sua oitava garrafa de soju - fora as outras bebidas que Tae o obrigava experimentar - Jimin sentia as lágrimas querendo forçar caminho para fora por lembrar cada vez mais dele. Por lembrar dos momentos, das risadas, dos encontros e dos abraços que Jimin os julgava como lar.

Porque era isso que Jungkook era para Jimin: Seu lar.

Ele levantou de sua mesa extremamente tonto, cogitou a ideia de chamar um táxi para levá-lo até sua casa, mas não queria deixar seu carro com menos de cinco meses de uso naquele bar. Saiu do local, sem avisar os amigos. Cambaleando, ele andou até o carro, suspirando ao que chegou no mesmo, se sentando em seu lugar.

Jimin enxergava tudo complemente embaçado, além de não estar usando suas lentes, o álcool ajudava sua tontura chegar ao extremo. Não se importou muito, já tinha feito aquele trajeto várias vezes e sempre chegou em perfeito estado em sua casa, não seria diferente dessa vez, certo?

Em meio aos balanços que o carro fazia na rodovia, o loiro gravava um áudio para Jungkook, se declarando para o mesmo. Era óbvio que no dia seguinte, assim que acordasse, se arrependeria até sua última geração.

Enquanto ele gravava sua decepção, ele lembrava de tudo. Lembrava de como gostava de chegar no apartamento do Jeon e se jogar no sofá que era exclusivamente dele. De como amava fazer carinho do cachorro minúsculo e peludo de Jungkook. De como o moreno era carinhoso e o iludida sem perceber.

Doía tanto. Seu peito apertava de uma forma absurda porque tudo o que ele queria, era ser correspondido pelo amor de sua vida. Mas o que ele iria fazer? Não poderia obrigar Jungkook a gostar dele. A única coisa que estava em seu alcance era choramingar pelos cantos e ouvir os vizinhos reclamarem que a música de algum boy group tocava alto demais.

Foi nesse meio tempo que ele viu uma luz branca se aproximando rapidamente. Não sabia o que era aquilo, sua visão prejudicada pelo álcool apenas piorava seu raciocínio.

O caminhão acertou o carro de Jimin em cheio, fazendo o mesmo capotar e apenas parar quando chegou ao muro de proteção da pista.

As ambulâncias não demoravam muito a chegar, assim como algumas pessoas que passavam por ali, que paravam para ver o acontecido. O acidente parou o trânsito por uma hora. Os paramédicos lamentavam por Jimin, seu estado era crítico, as chances de o mesmo sobreviver eram quase zero, mas eles lutariam pela vida daquele jovem, porque ele merecia viver.

Jimin sofreu duas paradas cardíacas até chegar no hospital, foi reanimado com muito esforço. Quando chegou ao hospital, os médicos e enfermeiros que residiam ali não acreditavam que o loiro estava vivo. Tudo em seu corpo denunciava uma morte fatal. Mas não. Jimin ainda estava ali, ele ainda respirava e era isso que importava.