29 | Já que insistes tanto...

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▕  B l a i r▕        

 Aperto o fecho do meu casaco de cabedal e retiro um cigarro, juntamente de um isqueiro, do interior do maço vermelho que guardava na mala. Seguro o meu vício entre os meus lábios e levo o lume de encontro ao cigarro, que logo o começa a queimar. Arrefeço o ar tóxico na minha boca, antes de o conduzir até aos meus pulmões.

 Zayn olhava o meu ato, também ajeitando o seu casaco. Deixo o fumo escapar-se por entre os meus lábios carnudos e levemente pintados num tom vermelho. O vermelho dos meus lábios fora um pormenor de Samantha pois afirmou contrastar com o meu vestido negro. Após observar o resultado, acabara por concordar com ela.

 Uma vez que me aproximo mais do moreno, o mesmo circunda o seu braço na minha cintura, sendo notória a nossa aproximação. Olho-o encantada e com um pequeno sorriso esboçado após de ele me beijar o topo da cabeça.

 A atitude da minha mãe fora demasiado embaraçosa, ainda para mais estando eu a festejar o meu décimo nono aniversário. Eu já não aquela pequena criança irrequieta e problemática que costumava ser e esperava uma maior compreensão e confiança da sua parte.

 "Está tudo bem?" Zayn olha para mim, sério.

 "Claro. Vamos dar uma volta?"

 "Claro, vamos para o meu carro."

 O cigarro é retirado dos meus finos e esguios dedos de forma lenta e é direcionado aos lábios, ligeiramente secos e rosados, do moreno. Observo Zayn dar um pequeno bafo e coloco-me à sua frente, passando a mão pelo seu peito contraído.

 Zayn ri-se da minha ação, ainda que demonstre uma certa incompreensão perante a mesma. Aproximo mais o meu corpo do dele para o beijar mas a nossa diferença de alturas continuava a ser um grande problema nesta árdua tarefa. Os sapatos que usava esta noite não eram o suficiente para o beijar, tendo por isso que me elevar mais um bocadinho.

 Fervilhava tal maneira que podia sentir o meu sangue ser bombardeado em certas partes do corpo, como era o caso das minhas mãos. Ainda que só tivesse bebido um copo, sou pouco resistente ao álcool e as provas disso já se estavam a notar. Decerto que o ar frio da noite me arrefeceria as ideias, num abrir e fechar de olhos.

 Um nervosismo, como sempre acontecia, preenche a minha barriga, uma vez que os lábios de Zayn se aproximam dos meus. Fecho o meu olhar, lentamente, e sinto o fumo quente e aditivo, vir de encontro ao meu rosto.

 "Vamos pequena, está frio." Zayn diz num tom de voz baixo, após me devolver o cigarro.

 Assinto com a cabeça e, uma vez que o seu braço envolve a minha cintura, sou guiada até um carro preto. Associei logo ser o dele, para além do mais porque deu sinal assim que Zayn pressionou o botão do comando.

 "Desculpa se não tenho uma limousine, mas o ordenado não dá para mais?"

 "Como te atreves a dizer que a minha mãe te paga mal?" Eu questiono, num tom de brincadeira.

 "Se é verdade." Zayn constata a rir. "Estou a brincar, a tua mãe até me paga muito bem. Tenho este carro há dois anos, na altura recebia bem menos."

 "Sendo assim estás perdoado."

 Entro no carro e coloco o cinto. A mão de Zayn passa pela minha perna descoberta pelo curto vestido preto. O seu toque delicado fez-me ficar com pele de galinha e as minhas costas arquearam ligeiramente com a agradável sensação.

 O lábio inferior de Zayn era mordido de forma lenta, deixando-me a olhar fixamente para o seu ato. Aproximo o meu rosto do seu e, uma vez que os nossos lábios se tocam, mostro a necessidade de o ter mas para perto de mim. Zayn nega a aproximação.

Toxic 》 malikOnde histórias criam vida. Descubra agora