08 | Vou desligar.

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  B l a i r

 "Estou?"

 "Blair?"

 "Quem é?" Questiono por não reconhecer a voz.

 "Blair, por favor, diga-me onde está."

 "Vou desligar."

 Agora que havia dito mais que uma só palavra, havia reconhecido a sua voz como a do meu professor de Biologia. Como é que ele havia conseguido o meu número? Porque é que ele queria vir ter comigo? Mais duas perguntas adicionada à minha lista de 'perguntas sem resposta'.

 Estava prestes a tocar com o meu indicador a caixa vermelha com as palavras 'desligar chamada' inseridas na mesma, mas a sua voz impede-me de o fazer.

 "Não. Por favor, não o faça."

 "Como é que arranjou o meu número?"

 "Depois explico-lhe. Diga-me onde está."

 "No meu dormitório." Minto.

 "A sua colega de quarto informou-me que você nem sequer dormiu lá esta noite."

 Cabra, traidora, estúpida, má amiga, sonsa e o que estou eu a dizer da pessoa que me é mais próxima? Ele é que devia levar com os meus insultos silenciosos. Ele é que me colocou nesta situação. E ainda teve a distinta lata de procurar por mim. Cabrão, controlador, maluco, mental, estupido, idiota.

 

 "Agora já está importante comigo. Você mete-me nojo!"

 "Blair, responda-me."

 "Pare de me perguntar, eu não lhe vou dizer!" A sua insistência estava de veras a irritar-me. Será que ele não entendia que eu não o queria ver.

 "Então eu mesmo irei procurar pela sua localização através de uma aplicação para telemóvel."

 "E eu atiro a porra do telemóvel pela janela do sótão fora."

 "Não saia daí, eu estou a ir."

 A chamada é desligada e a minha cabeça cai cansada nas almofadas que me aconchegavam o corpo cansado. Porque é que eu ainda me faço de esperta e acho que tenho piada. Se não tivesse tentado ironizar ele não descobriria onde estou e se eu lhe tivesse desligado mal após saber que era ele nada disto tinha acontecido. Eu nem sequer lhe devia ter atendido, para começar.

 A porta do sótão abre-se lentamente, aumentando o meu estado de nervosismo. Fecho o meu olhar, não querendo de todo ver a sua figura atraente masculina e viro a cara para o lado oposto do que ele estava, garantindo que não caia na tentação.

 "Blair, o que está a fazer?"

 "Vá-se embora."

 "Está drogada."

 Quando os seus braços agarram o meu corpo apercebo-me do quão perto ele esta. Perto até demais. O meu corpo fica automaticamente tenso quando este pega em mim, ainda que tenha sido num gesto calmo e delicado. Não consigo protestar pois estava demasiado fraca. Não apenas por não ter comigo nada de jeito nas últimas horas mas também porque não conseguia protestar.

 Noto que abandonamos o espaço quando o ar frio contrasta com o meu rosto.

 "Porque é que fumou droga?"

 "Não tem nada a ver com isso."

 "Tenho sim."

 "Você não me é nada."

Toxic 》 malikOnde histórias criam vida. Descubra agora