▕ B l a i r▕
"Estou?"
"Blair?"
"Quem é?" Questiono por não reconhecer a voz.
"Blair, por favor, diga-me onde está."
"Vou desligar."
Agora que havia dito mais que uma só palavra, havia reconhecido a sua voz como a do meu professor de Biologia. Como é que ele havia conseguido o meu número? Porque é que ele queria vir ter comigo? Mais duas perguntas adicionada à minha lista de 'perguntas sem resposta'.
Estava prestes a tocar com o meu indicador a caixa vermelha com as palavras 'desligar chamada' inseridas na mesma, mas a sua voz impede-me de o fazer.
"Não. Por favor, não o faça."
"Como é que arranjou o meu número?"
"Depois explico-lhe. Diga-me onde está."
"No meu dormitório." Minto.
"A sua colega de quarto informou-me que você nem sequer dormiu lá esta noite."
Cabra, traidora, estúpida, má amiga, sonsa e o que estou eu a dizer da pessoa que me é mais próxima? Ele é que devia levar com os meus insultos silenciosos. Ele é que me colocou nesta situação. E ainda teve a distinta lata de procurar por mim. Cabrão, controlador, maluco, mental, estupido, idiota.
"Agora já está importante comigo. Você mete-me nojo!"
"Blair, responda-me."
"Pare de me perguntar, eu não lhe vou dizer!" A sua insistência estava de veras a irritar-me. Será que ele não entendia que eu não o queria ver.
"Então eu mesmo irei procurar pela sua localização através de uma aplicação para telemóvel."
"E eu atiro a porra do telemóvel pela janela do sótão fora."
"Não saia daí, eu estou a ir."
A chamada é desligada e a minha cabeça cai cansada nas almofadas que me aconchegavam o corpo cansado. Porque é que eu ainda me faço de esperta e acho que tenho piada. Se não tivesse tentado ironizar ele não descobriria onde estou e se eu lhe tivesse desligado mal após saber que era ele nada disto tinha acontecido. Eu nem sequer lhe devia ter atendido, para começar.
A porta do sótão abre-se lentamente, aumentando o meu estado de nervosismo. Fecho o meu olhar, não querendo de todo ver a sua figura atraente masculina e viro a cara para o lado oposto do que ele estava, garantindo que não caia na tentação.
"Blair, o que está a fazer?"
"Vá-se embora."
"Está drogada."
Quando os seus braços agarram o meu corpo apercebo-me do quão perto ele esta. Perto até demais. O meu corpo fica automaticamente tenso quando este pega em mim, ainda que tenha sido num gesto calmo e delicado. Não consigo protestar pois estava demasiado fraca. Não apenas por não ter comigo nada de jeito nas últimas horas mas também porque não conseguia protestar.
Noto que abandonamos o espaço quando o ar frio contrasta com o meu rosto.
"Porque é que fumou droga?"
"Não tem nada a ver com isso."
"Tenho sim."
"Você não me é nada."
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Toxic 》 malik
Fiksi Penggemaronde uma jovem rapariga, através da sua personalidade insana, desmorona a faceta de um homem comum acabando por o fazer revelar o pior de si ainda que, ao mesmo tempo, o melhor de si. © fIawIess