Capítulo 22

3.9K 231 45
                                    

Ethan

Acordo com alguém ligando no meu celular.

Isso é hora de uma pessoa decente acordar? E ainda pra atender ligação?

Eu mereço.

Pego o celular e olho para o mesmo com um olho só aberto e o outro fechado, eram 5hrs... o brilho do celular tava incomodante, diminuo o brilho e deixo a tela meia escura, olho quem tá me ligando e é o maldito do Matt.

Não acredito nisso.

Ligação

- Ethan? - Ele fala pigarreando. - Me ajuda cara. - Ele parecia estar bem tenso.

- Opa viado, cara... é bom que isso seja bem importante pra você tá me acordando essa hora. - Ele no mínimo tem que tá correndo risco de vida.

- Pô cara, se nem vai acreditar, me dá uma força velho. -  Fala com a voz tremula. - Viado... eu... er...

- Desembucha parceiro... se ta com um ovo na boca? - Falo sem paciência, me acorda e ainda fica enrolando. - Fala logo a merda que você fez.

- É que eu tava ficando com uma mina né... ela tem 17 anos cara, e porra ela ainda mora com os pais certo? - Ele começa a rir. - Cara, eu tô rindo mais é de desespero, ela me chamou pra vim pra casa dela que os pais dela tinha saído, acho que foram pra academia... aí nós tava ficando saca? - Eu só falo um "Hunrhum" sem nenhum interesse nessa história.

- Se vai ficar enrolando mesmo? - Tô morrendo de sono e ele vem me acordar pra me falar sobre sua vida amorosa.

- Deixa eu terminar então... então né, escutamos o barulho da porta da frente abrindo e ela se vestiu rapidão e jogou minhas roupas debaixo da cama dela e mandou eu subir pro telhado dela. -  E foi nessa hora que eu começo a gargalhar da cara do Matt.

- Não cara, sorri não... o pai dela é bombadão velho e eu tô pelado no telhado da casa dele. Me dá uma força aí. - Matt pelo tom da sua voz parecia que queria chorar, ele me fala o endereço e eu anoto em um papel.

- E se quer que eu chegue aí e fale o que? - Gargalho e começo a respirar devagar para tentar acalmar a minha risada escrota. - Senhor, desculpa o incômodo eu só vim ver se eu deixei meu amigo pelado encima do seu telhado.

- Cara... porfavor velho, eu fico te devendo essa, me ajuda. - Matt começa a chorar. - Faz mas de duas horas que eu tô encima desse telhado maldito, tô pra cortar a antena aqui do velhote, só não corto por que ele iria vim aqui ver qual o problema por não tá funcionando... eu ia te ligar mais cedo viado mais aí só agora que eu criei coragem e também meu celular vai desligar... me ajuda via...- Olho para o celular e a ligação tinha caído, passo a mão no rosto ainda sem acreditar que o Matt pôde ser tão burro.

Eu e o Matthew se conhecemos em uma situação bem estranha e aleatória, eu tava na boate bebendo todas por causa que eu tava de saco cheio do meu pai e também algumas coisas que aconteceu no meu passado que até hoje me aterroriza, ele chegou pra mim e simplismente falou:

-Ou babaca, se acha que ficar se embebedando vai acabar com suas dores e seus sofrimentos? - Lembro que ele chegou perto de mim e segurou no meu ombro, eu estava sentado em um dos bancos pedindo mais uma bebida pro barman.

- E se acha que você é quem pra falar assim comigo? - Virei pra ele transtornado, ele nem sabia o que eu tava passando.

- Cara... eu sei que o que eu vou falar agora não vai amenizar a dor que você está sentindo, eu não tô aqui pra competir sofrimento mais... perdi minha mãe em um acidente de carro faz 1 mês e todos os dias eu venho aqui nessa boate... não para beber, não para pegar qualquer puta, venho aqui para conscientizar as pessoas a sei lá... dar mais valor a pessoa que tá sempre do seu lado sabe? Eu não era de demostrar sentimentos por ninguém e meu orgulho idiota fez com que eu abrisse meus olhos. - Ele puxou um banco e sento do meu lado, olhando fixadamente para uma bebida que estava em sua frente. - Eu não me despedi dela, eu não falei que a amava e eu me arrependo disso todos os dias... Se... - Pigarreia. - Se você está se sentindo triste hoje, se recomponha e sorria, porque mesmo que tenha acontecido algo trágico com você, você ainda tem motivos para sorrir, sorria porque você tá vivo, sorria por poder todo dia recomeçar novamente, você é corajoso e muito especial para alguém, tem alguma pessoa pensando em você em algum lugar do mundo... e eu estou pensando que você tem que parar de ser triste hoje... - Ele olha pra mim que já estava chorando de soluçar e continua. - Vamos... seja feliz porra. - E me deu um abraço, eu precisava de um abraço e eu precisa dessas palavras.

Eu me tiro dos seus braços e o olho nos olhos e pergunto.

- Cara, se não é gay não né? - Depois disso rimos muito e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios, ja faz 2 anos que se conhecemos e ele foi uma pessoa essencial na minha vida.

Eu sei ta parecendo meio gay né?

Sem contar que até esses tempos pra trás mesmo o Matt pegando várias garotas eu duvidava da sua sexualidade.

Levanto da cama e vou tomar um banho antes de ir socorrer o Matt, quando coloco um pé no chuveiro a água tava congelada.

Vou banhar é porra.

Saio do banheiro mais logo volto para escovar, visto qualquer roupa, pego a chave do carro e saio do apartamento.

                 Um tempo depois 🕑

Foi difícil encontrar a casa da garota, ele só me falou que a casa era branca e o quintal tava bem cuidado.

Agora me diz quantas casas assim tem?

Toco o interfone e ninguém vem me atender, toco novamente e NADA. Resolvo bater na porta mesmo a casa não tinha nem cerca.  Um homem moreno forte com aparentemente uns 48 anos atende a porta, agora entende o medo do Matt.

- Bom dia senhor... - Espero ele falar seu nome.

- Paulo. - Fala estendendo a mão, opa... parece ser gentil. Pelo menos é gentil para alguém que não come a filha dele.

- Bom dia senhor Paulo, desculpa encomodar o senhor a essa hora... eu trabalho com... er... uma empresa de telhas e gostaria de olhar as suas telhas para vê se tem alguma que deverá ser trocada. - Falo olhando em seus olhos.

- Você não me é estranho, eu te conheço. - Paulo coloca a mão na careca dele.

- Deve que já me viu em alguma propaganda de telhas. - Sorrio, merda... meu pai tinha que me tornar uma pessoa pública. - Bom, a troca de telhas é gratuita senhor.

- Er deve ser, pode trocar sim... - Ele dá um espaço para que eu entre em sua casa. - Tem uma escada de trás da casa que leva direto ao telhado, ou também tem como subir pelo quarto da minha filha, tem uma escadinha lá.

Assinto e vou para de trás da casa pra ele não perceber.

Grandes bostas.

Vejo uma pessoa encolhida encima do telhado, sorrio.

- Ei. - Falo baixinho.

- Porra Ethan, que demora... como que vai ser? - Matt se levanta.

- Epa, vira esse negócio pra lá, tampa isso aí, eu vou distrair ele e se vaza pro meu carro... entendeu? - Ele assente tampamdo o dedo que ele tem no meio das pernas.

Desço e chamo o pai dela pra conversar lá no quarto da filha dele falando que eu também mexia com as paredes, enrolei ele por uns 5 minutos, momento suficiente para o Matt ir pro carro.

Pego o celular e finjo que alguém esta me ligando, meu chefe.

- Tem duas telhas pra trocar, vou buscar e volto mais tarde senhor Paulo. - Ele me leva até a porta e agradece.

Volto é porra.

Quando entrei no carro Matt já estava dormindo no banco de trás do carro com a mão tampando o seu brinquedo.

É pra isso que serve os amigos né.

♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡

Que amizade é essa? Mdsss que fofos... pera... Matthew seu safado... nunca pensei KKKKKKKK

😂😂😂😂😂❤

O amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora