mel.

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Se tem uma coisa que eu gosto, são doces. Pode ser qualquer tipo, desde frutas até doces realmente calóricos. Acho que a última vez que provei algo realmente azedo, foi hoje no almoço, quando fiz uma limonada pra minha família. Foi em estilo americano e, sinceramente, foi a coisa mais contraditória que já tomei. Como algo pode ser doce e ao mesmo tempo, azedo? Estranho, deve ser por isso que gosto tanto.

Meu nome é Shin Ryung, e eu realmente amo doces. Eu já tive algumas experiências azedas na vida, e posso afirmar que, em todas elas eu me deitei no chão em posição fetal e comecei a chorar enquanto comia um alcaçus. Me faz bem. Não ter experiências azedas, faz com que você seja o azedo da história. Ter experiências azedas, pode fazer você conhecer um lado doce de seu caminho.

Estou agora a caminho do colégio. Pra mim, lá é azedo, muito azedo.

  — Talvez depois da escola, eu compre um cupcake na loja de conveniência aqui ao lado. Ou será que deveria comprar mais chocolates? — pergunto a minha própria consciência. Eu teria tanto dinheiro assim ou será que daria pra comprar apenas alcaçus?

— Você fala sozinha? — olho para os dois lados e não vejo ninguém. Talvez eu ouça vozes. — Olhe para trás garota.

O rosto daquele garoto me lembrava um mochi, daqueles que minha mãe faz de vez em quando, ou seja, quando algo muito especial acontece. Agora que paro pra pensar, realmente faz um tempo que minha mãe não faz isso pra mim, será que nada de especial vai acontecer nessa semana? Só de pensar em comer mochi caseiro fico com água na boca...

— Eu não sou a medusa pra você ficar petrificada ao me olhar, sabia? — o garoto com olhos de gato e rosto de mochi me tira do transe.

— Oh, me desculpe, eu fiquei distraída. Qual o seu nome? — pergunto.

— Será que eu deveria dizer? Pelo jeito que você falava sozinha agora pouco, quase babando; acho que eu deveria correr para a escola.

Foi quando percebi que estava me atrasando. E olhando melhor, ele estava usando o mesmo uniforme que eu.

  — Falando em escola, garoto sem nome, de qual ano você é? Nunca te vi lá. — coloco as mãos na cintura. Atrasar não faz mal, não tanto quanto comer hotteok de mais em um dia de calor.

  — Meu nome é Choi Yeonjun, garota desconhecida, e eu sou do segundo ano do ensino médio.

— Prazer Yeonjun oppa. — ele fez uma careta fofa, mas parecia realmente desconfortavel. — Sei que não somos íntimos o suficiente, mas foi bom te conhecer oppa azedo. Sou do primeiro ano.

— Humpf... oppa azedo?  —  ele olha pro lado, cruzando os braços enquanto encara um grande nada. — Que tipo de apelido é esse? Mais respeito, sou mais velho!

— Tudo bem, vovô azedo.  —  eu disse dando rindo. — Tenho que ir e você também. Minha primeira aula começa daqui quinze minutos e eu ainda não comprei meu alcaçus do dia. Se eu desmaiar de glicose baixa, talvez a culpa seja sua, então não fique surpreso se a conta do hospital ir parar em suas mãos. Tchauzinho!

E assim, o deixei sozinho. Saí caminhando para a porta da escola e com meus óculos super especiais para pessoas míopes, vi minha namoradinha entrando na escola. Ela não gosta que eu a chame assim, mas sendo minha melhor amiga desde o primário, tenho que a chamar de um jeito mais especial! Namoradinha Kim, é a forma mais irada que eu achei. Ela pode não assumir, mas nós realmente parecemos um pouco lésbicas quando estamos juntas. A sorte, é que ela é discreta o suficiente para não mostrar isso completamente. Eu já disse que mesmo eu não tendo uma real afeição por garotas, não vejo problema nenhum em quem tem, mostrar isso. Podemos morar em um país conservador e ser quem queremos. Não precisamos fazer um ou outro. Gostar de alguém do seu sexo não é algo errado e, cada um escolhe o que quer. A vida é assim, as pessoas extremamente tradicionais que aceitem isso.

Enquanto pensava nisso, nem percebo que já estou entrando na sala. Falo um oi e dou um beijinho na bochecha da minha amiga, que retribui sem tirar os olhos de seu livro. Deixo meu material na sala e vou em direção a máquina de lanches que os diretores tomaram uma dose de vergonha e puseram justo perto de minha sala,q bem ao lado do corredor que dá para a cantina.

—  Quem era aquele com quem você estava conversando?  —  Kim Soori pergunta enquanto pega alguns de meus alcaçus para si.

— Era apenas um garoto do segundo ano que esbarrei no caminho. O achei interessante. — disse me sentando na mesa ao lado dela. — Se você me viu, porque não foi até lá?

—  Estava muito longe. — ela ilustra sua preguiça fingindo pegar algo bem longe e desistindo logo após.

— Bela atuação, Kim! KBS* não sabe o que perde. — elogio enquanto faço um joinha pra ela.

— Você é sádico e sarcástica, sabia? — ela fala e eu assinto prontamente com um sorriso.

Conversamos por mais alguns minutos até o professor finalmente chegar.

honey.

Já na aula de biologia, uma das últimas, no auge da distração, comecei a pensar em Choi Yeonjun. Realmente o achei engraçado. Aquela cara de mochi azedo, poderia esconder algo bem doce, pensei.

As aulas acabaram, e quando estava me despedindo de Soori — que ia embora comigo por morarmos no mesmo bairro  —, me encontrei com o oppa que me deixou distraída em uma aula tão chata. Perto de minha casa.

—  Ei,  é aquele oppa de hoje de manhã! —  disse segurando Soori, que já estava indo embora, e apontando com os olhos.

  —  Tem cara de ser metido, mas é até fofo. — ela disse apertando um pouco os olhos  — Ryung, você já o tinha visto aqui?

  —  Vi um caminhão de mudança parando na casa que era dos Kang no sábado, mas não prestei atenção em quem estava se mudando para ali. — me lembrei que a Kim também morava por ali.  —  Você não viu nada?

  — Você sabe que fico dormindo nos sábados. Sem chance de ter visto esse garoto.  — ela disse me abraçando de lado e olhando para o rapaz que nem imaginava que falávamos dele. —  Vou pra casa, garota. Hoje terá frango frito para o almoço.

  —  Nem convida, hein?  —  dou algumas risadinhas. —  Venha à tarde para estudarmos. Vou fazer um doce.

  —  E as novidades? Você sempre faz doce, nem sei como não é diabética. Tchauzinho!  —  ela me dá um beijo na testa e vai embora, me deixando à sós com meus pensamentos sobre o que o azedo garoto doce, estaria fazendo agora.

honey.

*KBS: rede de televisão sul coreana.

sim, serão capítulos pequenininhos
terá no máximo uns 10 cap, sem contar com os bônus.
eu imagino a ryung com cabelos curtos e aparentemente mal cortados, e no caso, eu a imagino com franja. a cor do cabelo varia entre preto e castanho. ela não parece magra, mas não pode se dizer dizer que ela é gorda. tem um corpo parecido com a ryujin do itzy, vamos dizer assim. tem olhos castanhos claros, e quando não está de uniforme, veste seu vestido preferido que tem uma abelha no lado do coração, e é totalmente amarelo. seus óculos são pretos e redondos, mas em casa, ela usa um rosa. gosto dela pq apesar de ser sádica e sarcástica as vezes, ela não deixa seu doce ficar azedo.
o yeonjun pode ser azedo, mas assim como todos nós, tem um doce deliciosamente açucarado no fundo da alma.
eu tenho apenas uma melhor amiga e eu realmente a chamo de namoradinha, usei isso como inspiração. ela odeia que eu a chame assim, mas sinceramente, não vejo problema nenhum nisso. é até fofo e divertido ver como ela se irrita fácil.
obrigada por ler, docinho!

com um beijo açucarado:
lisxcatcax.

↝HONEY, choi yeonjun;;Onde histórias criam vida. Descubra agora