Emil e Xaver

Explicação da tradutora

Ele não deixa claro na nota o que é e o que não é verdade, mas eu acredito que é meio difícil inventar uma pintura e cartas e coisas assim? Eu acho que sim, eles foram amigos, eles eram próximos, e ele deve ter fanficado em cima disso.
As pinturas são reais, como a gente pode ver, mas não temos como garantir se era com esse mesmo sentimento que elas foram pintadas, eu tava pensando aqui que na realidade eles podiam ser tipo amantes??? Minha cabeça também fanfica muito.
Eles podem estar enterrados juntos porque eram amigos mesmo
ou um casal, como a gente pensava
ou até mesmo parentes distantes? Sei lá.
Aparentemente agora fica a cargo de vocês pensar nisso haha
O monumento existe. Ele realmente fica na cidade de Sighișoara, na Romênia, e Emil e Xaver estão enterrados lá juntos.
Pesquisando um pouco sobre, vi que eles podem ter sido enterrados juntos por vários motivos e vou listar alguns motivos recorrentes que encontrei aqui:

O primeiro mais óbvio e mais recorrente, que é a nossa primeira hipótese, é a questão do espaço.
— Mas brunnes cabia pra enterrar separado - você me diz.
Mas veja bem, lembra da informação de que eram aproximadamente umas 30 lápides? O cemitério iria ficar assimétrico.
E é inegável de que o lugar também é pequeno. Até cabia pra enterrar separado, mas não ia ficar bonito.

A segunda hipótese é de que eles eram, sim, próximos. Amigos, parentes, namorados... Nunca saberemos, mas eles eram relevantes para a vida um do outro.
Como temos o envelope da carta, apenas o conteúdo era inventado, e o quadro, as outras fotos também não sabemos se dão verídicas, imaginar que eles foram enterrados juntos por serem amigos não é nada surreal.
Prieteni, lembram?
Conversando com um pessoal no Reddit, achei umas coisas sobre amigos que escreveram cartas pedindo para serem enterrados juntos. Eles concordaram sobre o tamanho do cemitério também.
Um citou uma carta sobre Duca D'Aosta, chefe do terceiro exército italiano, que pediu para ser enterrado com os amigos do terceiro exército, no cemitério de Redipuglia.

E esse outro sobre soldados que queriam ser enterrados com seus amigos, porque os consideravam família, e não queriam que ser corpo voltasse ao seu país de origem, mas fosse enterrado onde lutou.

Pra vocês verem como é comum, achei essa lápide aqui de dois soldados enterrados juntos, sendo que a identidade de um deles é desconhecida.

Porque também rola de encontrar corpos e não conseguir separar os restos mortais das pessoas, não dando pra identificar o que é de quem, aí tem que enterrar junto. Mas não é nosso caso aqui.
E também acontece de quando ter espaço não precisar colocar junto. Aqui, por exemplo, tem a história de dois amigos de alma mesmo que foram enterrados um ao lado do outro. Eles são Brendan Looney e Travis Manion, respectivamente.

Pra quem quiser ler a história dos dois tá aqui em inglês: https://t.co/8qJWqyudbp

Então assim, eu não duvido mesmo que eles tenham tido um relacionamento, assim como não duvido que eles foram apenas amigos. A questão é que sempre existiu homossexuais, sempre existiu amores proibidos. Ter de emocionado com uma história ficcional não é um problema.
Inclusive, queria lembrá-los de que na Primeira Guerra Mundial, a homossexualidade era considerado crime.
Mas sabemos que existe sim muitas histórias de pessoas que sofreram a vida toda e não puderam viver o amor por causa da homofobia. E é uma coisa bonita querer fazer algo em memória delas. Mas tá tudo errado.
Em nenhum momento o autor deixou claro que era ficção. O formato que ele conta dá a entender que é quase uma apuração de notícia ao vivo! Se ele queria fazer algo em nome dessas pessoas podia ter feito sem mentir.
Porque, nesse caso, omitir foi a mesma coisa que mentir.
Não precisamos popularizar uma mentira para saber que muitas pessoas, desde que o mundo é mundo, tiveram essas coisas mais triviais e puras tiradas delas porque não é algo aceito socialmente.
Óbvio que existiram soldados gays na primeira guerra e em outras guerras, eu acho que isso é algo que nem tem como pensar que não é natural. Milhares de homens sofreram nas trincheiras pelos seus amores proibidos, por outros homens/mulheres também.
A gente pode, e deve, celebrar o amor em duas diversas formas, sem precisar forçar nada. É tipo mentir que o céu é azul quando realmente, o céu é azul.
Portanto, é inofensivo acreditar no amor de Emil e Xaver se isso te da esperança, se isso te faz feliz. Até porque é algo que não podemos bater o martelo e falar com certeza o que era ou não.
Ter sido uma amizade não diminui a importância da existência dos dois. Ter sido uma invenção também não anula o fato de que milhões de amores impossíveis existiram e de que a história é sim muito bonita.

Inclusive aqui um artigo sobre homossexualidade na Primeira Guerra Mundial:
https://t.co/leMnfpC39A

Créditos das fotos do capítulo para: spaceandria
Todos os links na minha biografia.
Obrigada por ler!