Relato de Sindy Fassini..
Olho para os ponteiro do relógio que não para de girar...
Um minuto em nossas vidas faz toda diferença...
É tudo tão rápido... Que você não tem tempo pra pensar...
Em um minuto você pode estar sorriso de felicidade e no ou...
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Alguns dias...
Final de ano na faculdade é uma grande merda. Apresentações, trabalhos, provas, notas finais... Um corre, corre muito louco. Depois da nossa noitada, que me fez ter algumas alucinações do André e uma bela ressaca no dia seguinte, não saímos mais de casa. Eu e o Brendo nos dedicamos com afinco aos finalmente. E hoje... Sigo com extrema felicidade, é o nosso último dia de aula... Não exatamente assim nesse contexto, nós vamos receber algumas notas e teremos um pouco de liberdade. São dias de tristeza para o meu amigo, a final o natal está as portas e esse é o seu primeiro natal longe da sua família. Mas ele também tem um motivo em especial para comemorar... E esse motivo se chama Leonardo, o carinha da danceteria. Estou feliz que ele finalmente tenha encontrado alguém para chamar de seu.
_ Sindy? Filha?_ Meu pai me chama quando alcanso o primeiro degrau da escadaria. Eu me volto para ele e o abraço em seguida. _ Chegou cedo da faculdade._ Comenta. Sorrio. _ Sim. Só fui pegar alguns resultados. _ E..? _ Você sabe Edgar Fassani. Sua filha é um monstro da ciência._ Brinco. Ele gargalha. _ Não duvido disso. A tarde tem a feira anual do pecuarista. Chamei o Lucca e a Maria Flor. Mas quero você e o seu amigo lá também. Essa feira é muito importante para os negócios e pra você e o Brendo que são estudantes, seria interessante participar. Respiro fundo. _ Vou com todo prazer papai. Você sabe que gosto de participar dessas coisas. De que hora vai começar? _ As cinco. Não se atrasem, o Lucca vem pegar vocês as quatro. _ Não vou. Preciso avisar ao Brendo. _ Digo lhe beijando o rosto e indo para as escadas em seguida. _ Ele não veio com você? _ Há, não. O namorado dele foi buscá-lo na faculdade hoje.
Olho o meu pai por cima dos ombros e o encontro com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso tímido no rosto. Eu amo o meu velho! Desde que eu trouxe o Brendo aqui para a nossa casa, fiz questão de dizer quem ele realmente era. As suas escolhas.. A sua maneira de pensar.. E a sua reação foi totalmente de abraçar o meu amigo como um pai faria e de dizer, seja bem vindo filho. Aquilo me fez amá-lo ainda mais... E de verdade, acredito que foi só por isso que o velho Edgar Fassani permitiu que o Brendo deitasse em minha cama, ou que me levasse para sai nas noites cariocas.
Sigo para o meu quarto e quando já estou no corredor, mando uma mensagem para o meu amigo, avisando sobre a feira. Me livro da bolsa, das minhas roupas e solto os meus cabelos. No caminho para o banheiro paro em frente ao espelho de corpo inteiro e observo o meu corpo magro e com algumas curvas. Olhando assim, sem o auxílio da bengala como o meu apoio, pareço ser perfeita. Solto um suspiro frustrado e sigo para o banheiro. Debaixo da água me perco no tempo...
_Senhoras e senhores... Estamos passando por uma turbulência nesse momento. Peço que apertem seus cintos, juntem suas pernas e enclinem suas cabeças sobre elas. Por favor não entrem em pânico. Logo tudo irá passar. A comissária de bordo avisa pelo telefone. Dá pra ouvir alguns burburinhos pavorosos dos passageiros. Não demora e o avião começa a ser sacudido com violência. As crianças começam a chorar. Olho para Cainã, o meu primo que está do outro lado abraçando o meu tio. Puxo a respiração e fecho os meus olhos dizendo que tudo ficará bem. Um estralo faz alguns passageiros saírem dos seus lugares. Ergo a minha cabeça e encontro os olhos apavorados da minha mãe... _ Baixa a cabeça filha._ Ela pede sem emitir som e eu faço. _ Permaneçam sentados, por favor!!!_ A comissária insiste com voz de pânico Mais um estralo e eu consigo ver a lateral do avião sendo rasgada literalmente por uma espécie de galho de uma árvore. Meus olhos se enchem de lágrimas... Os bancos começam a serem arrancados de dentro do avião um a um... É algo tão rápido... Tão horrível... E por algum motivo, vejo tudo acontecendo diante dos meus olhos em câmera lenta... Cabeças sendo decepadas... sangues sendo derramados... A mão do meu pai de repente não está mais sobre a minha... É como se tudo estivesse vindo a tona agora...