XII - Sobre família

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Vi brinquedos pelos cantos

Lápis de colorir jogados no chão

Ouvi o eco das risadas de crianças

Coisas que jamais quero esquecer


Segurei aquela mão delicada

Para sossegar o seu choro

E a segurei de novo

Quando chorava pelo fim do primeiro amor


Ensinei a andar de bicicleta

Segurei em seus primeiros passos

Beijei sua testa antes de dormir

E contei-lhe da minha própria infância


Ouvi suas redações da escola

Suas palavras infantis de quando quis ser poeta

E sua leitura meio insegura

De quem aprendia cada sílaba


Sorri ao te ver brincando

E te levantei quando caiu

Te cuidei quando estava doente

E te abracei a todo instante


Recebi várias cartinhas

E desenhos infantis

Guardei o primeiro dente que perdeu

E o sapatinho amarelo de bebê


O álbum de fotografias está no baú

Junto às velhas roupinhas

E dentro de um velho livro

A rosa amassada que você me deu


Um dia, dançamos na sala

Meio sem jeito e desengonçado

Ficamos todos suados

E sorrimos tanto


Tivemos um cachorro

Que mordia todos os chinelos

E você corria atrás dele

Gritando pela casa


Lembro das notas baixas nas provas

E o seu desapontamento

Mas, sorri-lhe e disse

Que era capaz e acreditava em você


Quando seria sua primeira vez

E não sabia o que fazer

Conversou comigo

E como adulto o orientei


Você cresceu bastante

Ficou mais alto que o seu pai

Seu jeito ainda é doce

E tem o mesmo sorriso do seu avô


Agora, minha criança,

Sou eu quem escrevo para você

Para dizer que somos família

E nunca deixaremos de ser

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2019 ⏰

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