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Minha mente estava uma confusão. Eu já não sabia mais o que fazer. O Jason me beijou... Ou eu beijei ele? E o Simon? Será que está tudo bem? De verdade?
Eu estava ficando paranóica mas notei alguém entrando no quarto.

-Rachel, tá tudo bem? -Camila entrou no quarto. -Você não foi para a aula hoje. Aconteceu algo?

-Eu estou meio estranha.

-Menstruação?

-Nós somos sicronizadas! -Disse.

-Então o que foi? -Ela perguntou.

-Eu... -Fiquei hesitante em falar. Não sabia como ou o que eu devia falar. -Não quero falar sobre isso.

-Eu queria te ajudar. -A Camila chegou perto de mim e me abraçou. Foi um abraço quentinho já que ela estava usando um casaco de frio.
Lá fora estava chovendo e eu n sabia bem o que sentir. De repente alguém bate na porta e entra. Era Simon.

-Não vi você na Biblioteca nem na aula, aconteceu alguma coisa? -Ele perguntou.
Fiquei nervosa, n sabia o que responder. A Camila se levantou e disse baixinho:
-Boa sorte.

Ficamos eu e Simon no quarto, ele pegou uma cadeira e se sentou ao meu lado. Seus olhos demonstravam uma preocupação e eu não queria contar para ele o que tinha acontecido. Nem que eu havia gostado.

-Aconteceu algo, Rachel? -Ele perguntou.

-Eu não estava me sentindo muito bem e fiquei na cama mesmo. -Disse.
Lá fora estava chovendo e estava fazendo frio. O suéter dele parecia quentinho. -Simon, deita aqui por favor. -Disse, manhosa.

Ele sentou ao meu lado na cama e me abraçou. Ele tinha um cheiro tão bom e me reconfortava saber que estava com ele ao meu lado. Estava me sentindo protegida. Adorava a presença dele. Em contrapartida, eu me lembrei ligeiramente do beijo. Algo rápido porém bom. Eu me senti culpada.

-Você está se sentindo bem? -Ele me perguntou. Parecia preocupado.

-Tá sim, eu só estou me sentindo estranha.

-Estranha...?

-Eu gosto de ficar com você, sabia? Você me faz sentir protegida.

-Eu faço isso? -Ele perguntou, tinha um risinho oculto em sua boca. Ele gostou de escutar isso.

-Sim, faz! E eu gosto! -Disse, abraçando-o com mais força.

-Que bom que eu faço você sentir isso. -Ele disse. Simon se virou para mim e tocou meu rosto enquanto se aproximava. Nos beijamos. Foi quente. E excitante. Estavámos confortáveis ali. Gostava mesmo dele. Mas ainda sim eu me lembrava de Jason. Eu n apagava aquilo da minha cabeça. Era confuso. E estranho.

-Ei. -Sussurou ele.

-Diz.

-Eu gosto de você. -Ele sussurrou de novo.

-Eu gosto de você também -Respondi.

-Eu quero ficar com você! -Ele sussurrou de novo

-Eu quero ficar contigo. -Disse para ele.

-Que fofo. -Ele respondeu. Fiquei com vergonha e ele riu e me abraçou mais forte. Fiquei com vontade de dormir. Estava gostosinho ficar ali, quentinha e abraçada com ele. Era reconfortante às pressões do dia e por mim, ficaria com ele assim por várias horas.

Ficamos um tempinho juntos. Jogamos baralho, dominó, jogo da velha e Jokenpô. Foi divertido, principalmente com ele. Era agradável.

-Eu bati! -Digo jogando minha última peça do dominó.

-É por isso que eu prefiro xadrez.  -Diz ele recolhendo as peças. Ele era tão fofo.

-Me dá um selinho? -peço mordendo o lábio inferior.

Ele se aproxima e me dá um selinho fofo. Aquilo me fez sentir especial por algum motivo. Eu gostei daquela sensação e queria pedir outro.

-O que houve para as pessoas não gostarem de você? -ele perguntou levantando da cama e jogando o xadrez ao lado do sofá.

-O que fez para vir para esse Colégio perto do final do ano? -perguntei em resposta.

-Isso é um tipo de jogo?

-Se quiser encarar desse jeito. -Digo com uma sobrancelha levantada.
Ele sorri, coça a nuca e diz:

-Acho que você não vai gostar.

-Eu respondo o mesmo.

-Ok, eu respondo. Mas só se você me disser o seu depois.

-Fechado! -selamos nosso acordo com um aperto de mãos.

-Eu tava numa fase difícil e então fui pego numa armadilha pelos X9s do Colégio. -Ele disse.

-O que você fez?

-Fui pego com bebidas... E drogas.

-D-drogas? -fiquei pasma.

-É... -Ele abaixou a cabeça. -Eu não estava bem... Eu passei a usar mais daquilo por quê me fazia bem. Eu me sentia fora da vida sem ter morrido. -Ele parecia demonstrar culpa. As sobrancelhas franzidas na testa, suas unhas roídas me mostravam que não foi pouca coisa que aconteceu ali. Fiquei preocupada. Estava me sentindo estranha. Meu estômago parecia ter levado um soco. Doía por nada.

-E você? -Ele perguntou.

-Eu o que? -Perguntei confusa.

-O que aconteceu para que tenha uma galera que te odeie? -Ele se aproximou.

-Bem... Eu fui meio que... -Engoli em seco. -abandonada no Colégio. -falei.

-Espera, quê!? -Ele parecia estupefato.

-Minha mãe me matriculou aqui no primeiro ano e sumiu. O Colégio virou meio que minha casa. Eu recebia tudo o que queria quando me sentia mal. E isso incluía privilégios também.
Eu tinha algumas crises de choro e nisso, me levavam para um profissional. E quando eu voltava, tinha notas boas em trabalhos, provas, etc.
Em suma, minha mãe e meu pai Estão desaparecidos e eu ganhava muitos privilégios e foi por isso que começaram a comentar sobre mim.

-Sério? -Ele estava admirado.

-Mas não foi tão ruim assim, eu conheci minhas amigas e está tudo sob controle.

-Não parece... -Diz ele.

Eu notei os olhos meio marejados dele. Ele parecia triste, emocionado. Eu não sabia direito o que fazer então simplesmente abri os braços e ele me abraçou.

-Deve ter sido complicado.

-E foi...

-Você se sente melhor hoje em dia?

-Acho que sim, depois de um tempo, eu passei a viver com meus avós. Eles foram encontrados quase 7 meses depois.

Ele estava inclinado sob meu ombro, então eu pedi que ele deitasse e fiz o mesmo. Ficamos um de frente ao outro nos olhando. Os olhos dele refletiam meu rosto e acho que ele deveria estar vendo o mesmo.
Notei seu rosto magro e cheio de sardas. Eu gostava dele. Eu queria ficar mais tempo com ele.

-Me beije. -Digo.

E ele me beijou. Pôs a mão em meu rosto enquanto nossos lábios se tocavam. Nossas línguas dançavam em contato e eu me sentia muito bem. Eu adorava a boca dele... Era macia e boa de beijar.
Ele desceu um pouco a mão e tocou no meu peito esquerdo. Foi um toque bem fraco, ele só pôs a mão em cima. Pego o pulso dele e o faço apertar com um pouco mais de intensidade.
Aquilo era tão bom, relavaxava e dava um pouco de sono, mas também era excitante e prazeroso. Ele massageava suavemente e nos beijávamos enquanto ele me apalpava.
Quando nossas bocas se separaram, ele retirou a mão. Estava gostosinho o movimento circular que ele estava fazendo no meu peito.
Eu sorrio e ele sorri de volta. A chuva fica mais forte e com trovões à sua espera.

O Garoto da BibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora