A Folha Flamejante

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O que você faria se o destino dos seres e não seres que habitam a terra estivesse em suas mãos e você tivesse q se aliar a uma desconhecida para juntos salvá-la?

Ao ler isso você já imagina que nosso personagem é alguém de grande importância para a sociedade ou talvez algum super-herói em mais um dia de trabalho, porém os personagens dessa história são um pouco diferentes, mas antes de apresentá-los, começaremos do inicio...

Nossa história começa com um jovem draconato azul (um pequeno dragão humanoide, de olhos verdes, dois chifres curvos um pouco acima dos olhos que vão em direção a parte de trás de sua cabeça e outros quatro pequenos chifres pontudos, dois em cada lado de sua face e com dois tentáculos, que ele utiliza como cabelo, sobre os seus ombros) que está em seu momento de estudos, em seu pequeno quarto. Drominus, como é chamado, está tentando por em prática sua mais nova descoberta ele, após vasculhar as coisas de sua mestra atrás de bugigangas ou qualquer coisa interessante, encontrou um estranho e chamativo livro de feitiços, nesse livro, já desgastado com o tempo, continha uma magia poderosa que poderia trazer de volta a vida aquele que o mago que a conjurasse achasse correto ou necessária. Drominus ao descobrir esse livro ficou fascinado e sentiu uma grande e profunda, pois se lembrou de seu passado conturbado e sombrio, no qual ele havia perdido a sua família após um grupo de renegados invadirem sua vila em busca de vingança, como um grande ato de amor e proteção seus pais o esconderam e batalharam para protegê-lo, mas infelizmente, sem sucesso. De repente ele se desperta de seu pequeno devaneio, mais uma vez ele se pegou pensando naquela trágica noite em que viu seus pais pela ultima vez, mas por sorte, no amanhecer do dia seguinte ele é resgatado por uma mulher que visivelmente sofre com a escolha feita por seus antepassados, pois ela acabou nascendo como uma tiefling, um humano com chifres alongados, uma cauda com uma seta na ponta, na qual ela prefere ocultar sob seu longo vestido de cor anil e seu sobretudo preto para esconder sua pele violeta, seus olhos contem um tom azulado meio fantasmagórico e com poderes advindos da sua ligação com a natureza, em sua mão esquerda ela segura um cajado de madeira, que contém em seu topo uma esfera verde e o que parece ser uma névoa em seu centro e na sua mão direita ela sempre utiliza um pequeno anel com um símbolo real de sua linhagem.
Ao despertar desse seu devaneio, Drominus percebe que já estava começando a anoitecer. Ele olha pela grande janela ao seu lado e observa que o sol está se pondo, ele coça seus olhos, fecha seu enigmático livro e o põe sobre sua escrivaninha e arruma suas anotações sobre a mesma, ao longe ele houve Akta, a sua mestra lhe chamando.

- Estou descendo! - Diz Drominus, enquanto saia de seu quarto e desce o primeiro lance e observa aquele pequeno caos organizado e se encaminha para a escada do outro lado do corredor, ele o desce e passa entre os outros quatro cômodos e ao descer o ultima lance percebe uma estranha calmaria, a taverna que era pra começar a ficar movimentado naquele horário, está vazio e fechado, mas a sua atenção logo se volta para uma incrível mistura de cheiros que vem da cozinha que no mesmo instante enche a sua boca de água.
- O que está fazendo ai? - Ele pergunta para Akta enquanto se aproxima da porta da cozinha e deixa a estranhamente silenciosa taverna atrás de si.
-Já Se esqueceu de que dia é hoje, minha criança? - Diz Akta colocando uma panela sobre a mesa para servir o jantar enquanto uma mão fantasmagórica pega os talheres da gaveta. Ele para tentar lembrar que dia é hoje, se esforçando para extrair algo de sua memória, porém não consegue se lembrar de nada, com uma cara de vergonha ele faz um movimento da direita para a esquerda com a cabeça. - Hoje, meu pequeno, faz 10 anos que nós nos encontramos pela primeira vez e pelos meus cálculos você já está indo para a maior idade, dia de comemorar não acha?- diz ela sentando-se e lhe encarando. - Minha nossa, como pude me esquecer disso?! Uau, já se passaram 10 anos! O tempo realmente voa - Drominus diz isso e se senta na cadeira em frente à Akta. Ele olha para o prato em sua frente e se depara com uma mistura de cores e aromas muito incomum, porém altamente agradáveis, um turbilhão de aromas invadem seu ser e começa a se preparar para comer a comida e olha para Akta com um olhar de alegria e agradecimento. Akta o encara e diz - Não esta se esquecendo de nada? -
Ele engole a seco e a olha com uma expressão de duvida - Hum... Obrigado pela comida - diz olhando para ela com uma cara de vergonha, porém com um sorriso tímido. Ela rapidamente tira o talher da sua mão com a mão espiritual e sem falar nada ela aponta para a pia e ele pensa "Higiene em primeiro lugar". - Ah sim, já ia me esquecendo - Se levanta e vai até a pia e lava suas mãos, ele volta para a mesa e começa a comer. Ao terminar de comer e olha para ela e percebe que não estava comendo e pergunta a ela o porquê daquilo. Ela faz um "não" com a cabeça e diz - Não se preocupe, já posso retirar ou você quer mais?- ela lhe diz com um sorriso na face. Drominus afasta seu prato e agradece pela comida com um sorriso no rosto, porém um pouco preocupado por sua mestra não ter se alimentado. Ela arruma a sua postura e fecha os olhos, então se projetam dois braços em volta dela, uma retira o prato e o coloca na pia e a outra abre o forno e a pequena cozinha se enche cheiro ainda mais incrível que o anterior.
- O que é isso?! - Ele pergunta olhando curioso para o forno que ganha a sua atenção graças ao delicioso cheiro que vem de dentro dele, suas narinas são invadidas por incrível mistura de cheiro de uma torta de frutas vermelhas e algo que parece um pão recheado.

- Isso é uma torta? - Ele pergunta se virando para olhar aquela maravilha que sai do forno. - É só uma receita de família que eu uso em momentos especiais, espero não ter esquecido como faz - Diz Akta colocando a forma sobre a mesa. Ele encara esse maravilhoso prato a sua frente e avança para comer, já no primeiro contato da comida com a boca ele sente um grande sabor sem igual, que chega a ser mágico e começa a comer mais rápido, porem logo se arrepende, pois pelo impulso ele se esqueceu de que esse prato acabara de sair do forno e logo se desespera e procura urgentemente um copo d'água enquanto sua boca queima com o calor da comida. Akta da uma pequena risada e diz - Dromy, Dromy, elétrico como sempre - e lhe serve um copo com uma bebida espumante. Sem pensar duas vezes Drominus pega o copo e o leva para a boca para diminuir esse calor que queima sua língua e ele sente um leve ardor em sua boca. Ele olha envergonhado para a sua mestra e fala - Esqueci que tinha acabado de sair do forno - Akta solta outro risinho e passa sua mão sobre a cabeça do pequeno dragonato.
- Tenho mais uma coisa para você - Ela diz enquanto se levanta e se retira da cozinha. Ao voltar ela trás consigo seu cajado de madeira já num tom cinza, mas agora com novos detalhes, onde simplesmente havia uma esfera entrelaçada com a própria madeira agora se encontra a mesma esfera, porem agora à três círculos abertos a sua volta, um na parte inferior da esfera e os outros dois equidistantes entre si. Ela para, apoia seu cajado na mesa e começa a retirar sua faixa violeta, Drominus estranha e diz - Hum... Agatha? O que é isso tudo? - ele a observa e vê que do rosto de sua mestra pinga uma gota de lagrima sobre a faixa. Ela enrola essa faixa no cajado, o segura com as duas mãos e da uma respirada funda e fala - Hora de se aposentar e... bom, a magia nunca deve ser perdida e assim como foi feito comigo a muitos ciclos atrás, hoje o mestre passa seu cajado para o seu aprendiz - Ela o olha com uma grande ternura nos olhos e sorri - Só não vá se esquecer de mim, eim - Drominus pega o cajado e a sua mente vem um rápido flashback sobre tudo o que ele viveu e aprendeu desde o dia em que eles se conheceram, seus olhos se enchem de lagrimas - Você é minha família, nunca irei te esquecer - Ao falar isso ela o abraça e ele sente seu corpo sendo prensado sobre o dela e seus dedos sendo levemente esmagado pelo cajado, apesar de draconatos terem uma pele escamosa e espessa, aquele abraço vem com uma surpreendente força. Ao se soltarem Drominus olha para o cajado e para sua mestra - Eu sei que você diz que estou pronto, mas... não sei o que fazer, eu preciso de você para me guiar -
- Eu sempre estarei com você meu pequeno, aqui - e ela aponta para o peito dele - e aqui - diz apontando para a esfera no cajado, nesse momento um par de olhos surge no cajado e um deles pisca. Drominus acena mostrando que entendeu e da outro abraço.
- Acho... que chegou minha hora de ir? - diz o draconato
- Se assim desejar, mas acho que você vai preferir separar suas coisas e descansar para partir de manhã, não acha? - Akata diz enquanto se senta e começa a comer devagar enquanto chora silenciosamente.
- Bom... Já que insiste tanto, eu sairei pela manhã - Ele diz se sentando. Depois de um tempo ele se levanta, beija a testa de sua mestra e vai para o seu quarto, enquanto ele andava da uma leve desequilibrada e aquele gosto amargo volta a sua boca, então ele percebe que aquela noite foi a primeira vez em que ele experimentou cerveja. Ele consegue chegar ao seu quarto e para um tempo observando seu pequeno quarto circular iluminado pelas duas luas, ele deita em sua cama e tenta descansar, mas a sua mente não descansa em relação ao seu corpo. Ele desiste de dormir e se levanta, anda um pouco pelo quarto então começa a organizar as suas coisas em uma pequena bolsa, cada item que ele segura volta a sua mente uma lembrança feliz sobre ele, então ele ouve o canto do galo e por costume ele se vira para a porta para realizar seus afazeres do dia, porem para com a mão na maçaneta "Acho que é mais fácil sair agora, ela ainda está dormindo e será menos... doloroso, se assim for" ele pensa enquanto abre a porta sabendo que aquele dia seria bem diferente dos anteriores. Ao descer até o térreo, ele observa que na mesa central já esta com o café da manhã servido e ao lado um pequeno embrulho com previsões para viagem e um bilhete que dizia "Vá para o vilarejo de Mournstead, lá eles precisarão do meu pequeno dragãozinho azul. Com carinho, Akta" e sobre esse bilhete a duas gotas de lágrimas.
Ao sair da taverna Drominus da uma última olhada em seu antigo lar e lê no letreiro "A folha flamejante" então ele se lembra de onde tinha visto algo do gênero, era no anel de Akta, o símbolo de sua família estava eternamente marcado nesse pequeno estabelecimento, então ele se vira rumo ao desconhecido.

Drominos, o DraconatoOnde histórias criam vida. Descubra agora