Rumo ao Desconhecido

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Um começa a andar em direção ao outro, os dois aparentam estar com certa apreensão e receio, já que não sabe o que lhes aguardam. Então Drominus, o draconato vê saindo da mata a sua frente uma Centauro Fêmea com longos cabelos loiros, orelhas pontudas e dois grandes e belos chifres, em sua parte animal ela possui traços e sinais que lembram a pelagem de uma corça e em suas mãos ela carrega um grande arco dourado com uma flecha já armada.

- Sou Drominus, o autointitulado comandante da marcha fúnebre, quem és tu? – Pergunta o draconato apontando seu cajado. A centauriana se aproxima com apreensão, mas algo dentro dela lhe diz que ela pode confiar naquele estranho a sua frente. "Espero que minha intuição não esteja errada". - Sou Nala, Centauro fêmea como podes ver – Após essa frase Albazir, que estava no lombo de Nala, abre suas grandes asas e levanta voo, passando rapidamente pelo ombro de Drominus. Ele observa aquela coruja por um tempo, retira a pena que havia ganhado mais cedo e lhe estica – Albazir? -, a coruja faz uma reverência fechando os olhos, o que surpreende Nala.

- A... a quanto tempo vocês se conhecem? – Seu olhar vai de Albazir para Drominus, tentando encontrar algum ponto em que se encaixe nessa história um tanto quanto confusa.

- O encontrei no plano espiritual, agora eu que lhe faço essa pergunta, como você o conheceu? – Ele fala sem tirar o olhar do arco do Centauro, porém ele sente que pode confiar mais nela agora que, aparentemente, ela também conhece Albazir. Apesar dos dois não se conhecerem ou até mesmo acharem o outro um tanto quanto estranho, os dois se entreolham por um tempo e concordam em seguirem juntos, pois se Albazir confia tanto neles ao ponto de o juntarem, então eles também devem se entender, ou quase. Nala olha para Albazir e pergunta – O que devemos fazer? – Drominus puxa o ar para responder, porém Albazir da um rasante sobre aquele resquício de fogueira que havia no local e revela um medalhão com uma estrela de cinco pontas e um olho em seu centro. – O símbolo do mago, devemos estar próximos – Diz Drominus olhando fixamente para aquele estranho objeto, como se procurasse alguma digital ou algum rastro que lhes indicassem o caminho a seguir, ele sente que pode estar caminhando para algo grandioso e poderoso.

Nala, por sua vez, se sente presa por aquele estranho símbolo, como se já o conhecesse de algum lugar, mas algo em sua mente a impedia de desenterrar aquela informação – Próximos?... Próximos a que? – Ela pergunta ainda encarando aquele medalhão – Filhos de Lindwrum, seguidores de um dos criadores do reino, querem trazê-lo de volta para "purificar" esta terra – Ele encerra sua fala e aos poucos se afasta para chamar seus outros companheiros, pouco depois ele volta e lhes apresentam – Nala estes são: Pazula, Klar e Ragnar, membros da elite do vilarejo próximo. Estão comigo – Ao olhar Nala vê se aproximando um grande orc com cabelos longos, um minotauro usando um terno e óculos e uma drow com vestes de monge na com vermelha. Acometida pelo instinto Nala rapidamente coloca a mão em seu arco como por precaução. Nala tira a mão do arco devagar. Se sentindo um pouco envergonhada pela atitude que teve e se repreendendo por ter deixado o medo tomar conta de si. - Sou Nala, é um honra conhecê-los – Ela faz uma reverência se desculpando - Me desculpem pela má recepção. Fiquei com um pouco de medo... Bom, vocês devem saber o porquê, se não, não estariam aqui, certo? –

Klar dá um passo à frente, faz a mesma reverência e diz - Mil perdões senhorita, nós não queríamos lhe assustar, estávamos acompanhando o caro Drominus, pois a poucas luas nossa cidade sede foi atacada pelos chamados "filhos de Lindwrum" e nos fomos os únicos a nos voluntariarmos para essa missão de confrontá-los. –

Nala e Drominus percebem que apesar de ser um grande Minotauro, Klar tem um jeito muito coloquial na sua forma de falar, possivelmente indicando alguma forma de estudo avançada.

- Apresentações feitas e nenhum sangue derramado. Já podemos prosseguir? A cada segundo o poder de Lindwrum aumenta e se ele acordar... Nem mesmo todos os necromantes trariam todos os mortos de volta a vida. Vamos... – Drominus faz um gesto chamando os outros para prosseguirem, o pensamento da volta de Lindwrum o causa um leve calafrio, mas ele tenta se manter calmo. Nala os vê começando a caminhar e demora um pouco para segui-los. Ela pensa nos riscos, medos, o que pode acontecer... Mas toma a decisão de fazer o que foi preciso, pois a floresta já a protegeu demais, agora é sua hora de retribuir. Então ela começa a caminhar com os outros, andando mais apressada para acompanhá-los. Nesse caminho entre o lugar que estavam e um pouco mais a frente, Nala deixa no chão uma semente de girassol para dar uma luz em meio ao caos e isso era algo que ela sentia que era essencial para o momento.

Ao fazer isso todos sentem a energia da floresta se comunicar com eles através de uma suave brisa reconfortante e em seguida ouvem um barulho vindo de onde estavam ao olharem o grupo percebem vinhas indo em direção a fogueira e a cobrindo, surgem também mudas naquela região e ali no meio onde a pouco estava uma chama quente surge um girassol em meio a clareira. Todos saem da floresta e vão em direção a próxima cidade, se conhecendo pelo caminho, exceto Ragnar que permanece calado e parece mapear o caminho. Enquanto vão saindo Drominus fala - Isso é mais um motivo para nos apressarmos, a floresta precisa de nós e nós precisamos dela e eu sinto que você sabe disso melhor do que todos nós Nala – Ele a lança um olhar enigmático, algo nela o fazia ter compaixão e aquele girassol provou que a floresta já a conhece a algum tempo. O tom de voz de Drominus deixa Nala intrigada. Desde que se conheceram ele parece ser um tanto... desafiador e bastante objetivo, mas ela não vê essas características como defeitos. - A floresta me abençoou e me protegeu desde que nasci. Sei que ela faz isso por todos aqueles que fazem por merecer, todas as criaturas, flores, árvores... Então sim, precisamos dela e dela de nós. – Ela responde calmamente, observando o caminho em que estavam - Mas e você Drominus? Como chegou aqui? Conte-me sua história. Acredito que você concorde que não podemos trabalhar sendo dois desconhecidos um para o outro – Ela Le olha e olha para seus outros companheiros, mantendo o olhar por mais tempo em Pazula, então se volta para Drominus que havia começado a falar - Cheguei a este reino ainda criança, minha família foi morta por draconatos exilados em busca de vingança. Cheguei órfão e sem lar, me virei por alguns anos até que conheci minha mestra. Ela me treinou e ensinou tudo o que sei sobre necromância, ela dizia que este é "um ramo perigoso e sombrio" da magia, mas eu, um jovem draconato com saudades, ignorei e continuei estudando, um dia consegui trazer de volta a vida meu primeiro cadáver e então quis matar essa dor, tentei trazer meus pais de volta, mas... Digamos que a necromancia não consegue quebrar as leis da natureza. Desde então procuro vingança contra os exilados e trabalho na Guilda como forma de sustento e para evitar que outros encontrem o mesmo destino que o meu. - Contar sua própria história para uma estranha foi algo realmente estranho, mas agora que sabia um pouco mais de Nala, ele sabia que deveria confiar nela. Seus olhos tinham uma bondade estranha, mas ao mesmo tempo carregavam um grande medo. Logo em seguida o grande minotauro Klar lhe resume um pouco de sua história.

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2021 ⏰

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Drominos, o DraconatoOnde histórias criam vida. Descubra agora