Papai slenderman

canibalzinha adorável

Acordei deitada no chão e com dor no corpo todo. Não sabia oque tinham me dado mas não era nem um pouco agradável,o efeito já tinha passado. Agora que podia raciocinar claramente, procurei analisar bem a situação

A julgar pela posição do sol já era quase meio dia. Olhando a minha volta soube que estava a cerca de um quilômetro e meio da mansão, fui criada naquela floresta então já a conhecia bem

A única surpresa foi perceber que minhas mãos estavam cobertas de sangue e minha boca também. A última coisa que me lembro foi de encontrar um homem na floresta. Tinha Um rastro de sangue indo pra minha direita então decidi conferir

Me levantei meio grogue mas não foi difícil manter o equilíbrio,segui a trilha sangrenta até um barranco e vi lá embaixo o homem de antes com o tórax aberto como um peixe. Seus órgãos internos estavam retirados e sua caixa torácica estava vazia oque levou a considerar que eu fiz algo grotesco.Pra conferir enfiei o dedo na minha própria garganta e vi os pedaços de órgãos e sangue do indivíduo misturados com ácido estomacal sendo espalhados pelo chão de terra da floresta

Lilith: argh! Tomara que tenha sido doloroso o suficiente pra valer o nojo que eu estou sentindo de ter comido uma pessoa asquerosa como você - falo passando o torso da mão sobre os lábios

Retornei até o ponto de partida de toda aquela jornada de terror. Passei pelos portões enferrujados e peguei a sacola de remédios que me aguardava na porta de casa,ela estava do mesmo jeito que slender havia deixado na noite anterior. Depois de tomar uma dose exageradas dos remédios subi as escadas me arrastando até esbarrar no ethan, aquilo teria me derrubado mas ele segurou meu corpo antes que eu rolasse escada abaixo.

Ethan: nossa você está péssima... Bem pior que ontem, sua boca! Suas mão! Espera...Você comeu uma pessoa...

Lilith: sim... E não foi muito bom - digo sem expressão e sigo em frente evitando mais explicações.

Cada passo que eu dava parecia bem mais longo que antes e o corredor parecia bem mais extenso

???: você fica muito bem assim... Uma canibalzinha adorável

Lilith:Me deixa em paz - falo entrando no quarto e trancando a porta por precaução. Nos últimos mêses ele tem me perseguido de forma sutil mas ainda não era o suficiente pra causar preocupação, apenas numa média de uma vez por semana e sem nenhuma atitude significativa

Olhei no espelho. Olheiras profundas marcavam meus olhos, manchas de terra no vestido e arranhões no meus braços e pernas, parecia um pequeno e adoravel zumbi.
Deitei na cama sujando-a de sangue e terra mas pouco importava já que era eu quem lavava meus próprios lençóis

Lilith: eu odeio vocês! Odeio todos nessa casa - falo antes de apagar novamente, estava muito cansada e os remédios estavam me deixando sonolenta,oque era um bom motivo pra dormir e não acordar por muitas horas

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Já eram quatro horas da tarde mas eu ainda estava cansada e meio grogue. Isso foi o suficiente pra deixar meu humor,já não muito bom, bem pior.
Sai do quarto e ele ainda estava na porta, oque foi meio preocupante, talvez o início de uma possível vingança ou obsessão mas com isso eu me preocupo outra hora

???: que honra! Ver a princesinha do papai acordando

Lilith: sai daqui! Vai fazer uma das suas bonecas encardidas, seu palhaço ultrapassado e sem circo

Jason: slenderman não vai te proteger pra sempre

Novamente ignorei ele e fui em frente. Andei até o quarto do Ethan,bati na porta e depois de receber um " Entra! " Eu girei a maçaneta.
Ele estava com um pano molhado nas mãos passando no martelo pra limpar o sangue, isso significava que ele tinha saído

Ethan: oque você quer?

Lilith: como sabe que eu quero alguma coisa? Tenho que precisar de um favor pra vir ver meu companheiro de infância?

Ethan: então não precisa de nada?

Lilith: eu não disse isso...

Chego mais perto e me sento ao lado dele na cama. O colchão se afundou, era muito macio, eu não conseguiria dormir ali

Ethan:você ainda está suja...devia tomar um banho

Lilith: vou fazer isso daqui a pouco

Ele soltou um " Hmmm"e deu de ombros. Direcionou sua atenção ao martelo sujo e voltou a esfrega-lo

Ethan: comer... Você sabe... Isso ai, Não foi meio nojento?

Lilith:pra falar a verdade não me lembro bem,eu estava meio que dopada... Não sei porque eu fiz isso... Foi como instinto ou sei lá mas depois disso eu consegui me recuperar do alucinógeno maluco que me deram

Ele parou de esfregar o martelo e torceu o pano num balde cheio d'água que estava a sua frente. Eu lhe ofereceria ajuda mas aquilo era trabalho pra um só, sendo assim, apenas observei sem atrapalhar

Ethan: então... Oque veio tratar comigo?

Lilith: preciso que procure registros de crianças com heterocromia que estão Desaparecidas e me diga o nome de quem está procurando, tente uma busca local depois estadual e se não achar nada continue expandindo a busca.

Um silêncio se fez por algum tempo. Novamente fui direta demais e despejei tudo de uma vez mas não posso desfazer o que fiz, tudo que estava ao meu alcance era esperar o choque passar

Ethan:por isso ficou tão furiosa comigo quando eu não quis te ajudar!você está tentando achar sua família?

Lilith: É.. Mas não pelas razões que você pensa. Agora se me dá licença eu preciso tirar satisfação com o meu pai sobre várias e... Várias coisas

Me retirei e fui até o escritório do slender caminhando lentamente. Para falar a verdade estava com pressa pra saber a razão de tudo aquilo mas por algum motivo também estava com um pouco de medo de descobrir... Os fins justificam os meios,então qual será a finalidade que levou um pai a aplicar um alucinógeno tão forte em sua criança de 11 anos?

Bati na porta e logo a abri sem receber Permição. Encontrei o dono do escritório com um livro sobre bioquímica na mão direita e apoiando o rosto no baço esquerdo

Lilith: eu estou entrando!

Slenderman: claro,eu esperava que viesse - fala fechando o livro - como foi a noite?

Aquilo só podia ser sárcasmo ou uma pergunta retórica. Ele me drogou e me largou no meio da floresta pra me virar, tem como dar uma resposta diferente de:

Lilith: como um inferno!