Cap 18º

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Eu percebo o absurdo dessa ideia tão rápido quanto passa pela minha cabeça. Eu dou risada nervosamente, me sentindo ridícula. Para o bem da minha saúde mental, seria melhor se eu deixasse por ora os acontecimentos de hoje de lado. Se eu não tomar cuidado eu vou acabar no hospício. Assim que eu pego o saco de lixo para fechá-lo eu vejo a comida que a Lorie se recusou a comer.

Desde que eu cheguei aqui, tenho constantemente brigado com a pequenina por causa de comida... O comentário que a Sarah fez sobre a alimentação dos Bartholy me vem a mente. Eu devo admitir que tem alguma coisa misteriosa nisso. "Você já os viu comer alguma vez?" Eu nunca vi... Eu tento esconder a minha aflição focando no que eu estou fazendo, isto é, tirando o lixo. Eu caminho até as latas de lixo que ficam do lado de fora da mansão, e jogo o saco que estou segurando com os outros que já estão lá.

E se eu... procurar alguma coisa no lixo? Eu tenho que descobrir. Depois, trata-se da minha vida. Eu não serei capaz de continuar morando aqui se eu estiver o tempo todo preocupada com a minha segurança. Eu corro o risco de ter de ficar o tempo todo alerta, observando todos os movimentos deles. Eu vou ficar insone se isso não parar. Eu devo ter certeza! Eu decido olhar no lixo.

Eu fico na ponta dos pés e perco um tempão desfazendo o nó. Que pesadelo! Nos primeiros sacos eu não achei nada muito suspeito. Mas o último está escondido atrás dos outros e eu não tinha visto antes. Assim que me aproximo eu noto que o saco está todo sujo, e sai dele um cheiro muito nojento. Há moscas voando ao redor da tampa, o que simplesmente me desencoraja a abri-lo.

Katty: Mas que raio você está fazendo Katty? Isso é asqueroso...

Eu respiro fundo e depois seguro a respiração. Cuidadosamente eu abro a tampa encontrando um nojento enxame de insetos em cima do saco. Apesar da minha preocupação, foi difícil segurar para não vomitar. Eu me inclino na lixeira, mas todos os sacos estão muito bem fechados. Considerando a aparência deles, eu não ouso abrir!

"Parece que tem um animal morto ali."

Eu rapidamente fecho a lixeira e não consigo reprimir uma careta de desgosto. Urg! Depois de olhar uma última vez nos outros sacos de lixo, eu tenho que encarar os fatos: tirando o saco de lixo que eu trouxe, não há outro rastro de comida! O que fazer com essa informação? E como a Sarah sabia? Eu discretamente volto para a mansão, esperando que ninguém tenha me visto.

Uma vez no meu quarto e com a porta cuidadosamente trancada, por um momento eu fico sem ar e confusa. O que eu vou fazer? Eu não posso continuar agindo como se não tivesse nada errado. Eu devia ter dado ouvidos a Sarah! Eu decido ligar para ela. Eu disco seu número e fico escutando o telefone chamando, enquanto espero ela atender.

"Vai Sarah, atende!"

Infelizmente a ligação cai na caixa postal. Depois do beep, eu hesito e acabo desligando o telefone, frustrada por não ter com quem conversar. Eu ando pelo meu quarto como um leão em uma gaiola. Quem eles realmente são? Ou melhor, o que eles exatamente são? Psicopatas? Bruxos? Monstros? Meu Deus, eu sou louca em ficar na mansão mal assombrada? Ok, eu não estou em um livro de terror, ou presa na masmorra do Frankenstein!

E se eles forem realmente perigosos, eles provavelmente já teriam me cortado em pedacinhos e me enterrado no jardim. Certo? Eu suspiro! De fato há um iminente segredo ao redor da família Bartholy, mas também em toda Mystery Spell. Todo mundo parece ciente do que está acontecendo por aqui, com exceção de mim. Eu me sinto por fora da piada! Todas as memórias dos últimos dias me voltam a mente.

Nenhuma vez eles tocaram suas comidas na minha presença. Agora eu entendo melhor porque a Lorie fica tão mal-humorada na hora das refeições. Amanhã eu vou procurar mais pistas. Até que eu tenha mais informações, eu terei que ser mais cuidadosa. Eu vou fazer algumas pesquisas e talvez conversar com a Sarah... A aula de "Mitos e Lendas" repentinamente me vem a mente, particularmente alguns trabalhos que o Dr. Jones comentou.

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