Cap 35º

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Quando eu passo tempo com o Peter eu posso ser eu mesma. Eu posso até ficar na defensiva, mas ele sempre consegue me fazer reconsiderar. Ele está se tornando um inesperado amigo. De repente eu quero saber mais sobre ele. Eu me apoio nos cotovelos em sua cama, com meu queixo apoiado em minhas mãos.

Katty: Você sempre foi apaixonado por piano?

Primeiro ele se surpreende com a minha pergunta, depois ele subitamente parece despreocupado, me fazendo sorrir.

Peter: Sempre. Desde que eu era criança eu gostava de tudo que fazia barulho. Eu até criei os meus próprios instrumentos com vários objetos e fazia a maior algazarra.

Katty: Eu posso até ver!

Peter: Eu sonhava em ser um músico internacionalmente famoso.

Um véu de melancolia subitamente o cerca. Eu tento aliviar o clima.

Katty: Você ainda tem alguns séculos pela frente!

Peter: Essa é uma boa maneira de se olhar o futuro.

Eu fico em silêncio por um tempo, hesitando continuar com a conversa no mesmo rumo.

Katty: É por isso não é?

Peter: O quê?

Katty: Essa permanente tristeza em sua música.

Peter: Provavelmente.

Katty: E você não pensa em fazer alguma coisa para se alegrar de vez em quando?

Peter: A música é o que mais me dá prazer no mundo. Eu me sinto bem e feliz compondo.

Katty: Qual sua inspiração?

Peter: Eu posso ver onde você quer chegar... Mas não, eu não penso em uma mulher que eu possa ter amado no passado quando componho minhas melodias. Eu simplesmente deixo as notas virem...

Ele me dá um sorriso divertido, eu não posso evitar em corar.

Peter: Desculpe se você acha minhas músicas tão tristes, mas eu não as componho para dançar ou para ser... legal.

Eu me sinto triste.

Katty: Não é isso, suas composições são fantásticas!

Peter: Mas você está me dizendo de forma bem gentil que elas fazem você querer se jogar de uma ponte...

Eu faço um carinho em seu braço gentilmente, rindo do seu olhar brincalhão.

Katty: De forma alguma! Sendo bem objetiva você tem muito talento!

Peter: Claro, isso não tem ligação nenhuma com o fato de você viver no fim do corredor?

Katty: Tecnicamente eu não moro no fim do corredor, caso contrário estaria morando na porta misteriosa...

Peter para de sorrir, volta ao piano e começa a tocar, esperando que eu não insista. Mas ele não me conhece.

Katty: Peter, o que tem naquele quarto?

Ele dá de ombros como se não importasse. Como se eu estivesse vendo coisa onde não tem.

Katty: Eu sei que não é nada. Seus irmãos foram extremamente hostis quando eu tentei descer a escada.

Is It Love? DrogoOnde histórias criam vida. Descubra agora