Isaac odiava mentir mas, não queria dizer que havia ido até uma loja satanista e muito menos que estava com um adereço de lá. Mas, era necessário, Isaac precisava saber o que estava acontecendo, nada era muito normal por ali, ele entrou no quarto e encostou a porta, deixando ela meio entreaberta, sentou-se na mesa e abriu o livro, e procurou pelas imagens, até aparecer o símbolo, o livro descreveu-o como o Sigilo de Lúcifer, perdeu o significado no tempo, mas, acredita-se que o "V" significa chifres, muitas vezes relacionado a coisas satânicas. Nisso ele voltou para a história das irmãs, até um ponto em que se destacou aos seus olhos: "não se sabe o sobrenome destas desde então, acredita-se que, de la Barthe, Grandier, de Chantraine, Bosse, Luveau ou Deshayes."
- "Luveau". – Isaac arregala os olhos e continua.
"Acredita-se que a tal praga colocada na irmã, além de a ter deixado doente e deformada, o espírito dela vagaria e perseguiria todos os de sua família, todo o bem, qualquer que fizesse, seria revertido em dor e morte."
Isaac encostou na cadeira, perplexo, ele ligava os pontos, sabia que tudo aquilo referia-se à família na casa de onde estava hospedado. Mas, ele sabia também que não poderia chegar com teorias malucas para o casal e ser taxado como louco, ter que ir embora dali, sem o artigo pronto, sem as assinaturas deles, sem a missão concluída, ele não passaria de semestre. Ele decidiu então calar-se, o pior de tudo é que ele sabia que algo viria, que aquilo simplesmente não acontecia e pronto. Os pesadelos, Sarah, a mulher que via até na luz do dia.
E se não fosse só uma mulher? E se não fosse só Circe? Fosse Trívia também?
As duas eram iguais, por isso confundir.
Isaac decidiu ficar e ajudar, como sempre soube, o Senhor estaria com ele, e o que quer que acontecesse ele estaria pronto. Folheou mais o livro e decidiu fechá-lo e guarda-lo na sua mala. Depois poderia doá-lo à alguma biblioteca ou algo do tipo. Ele ajoelhou-se ao pé da cama, cruzou os dedos da mão e pôs-se a rezar, intensamente, depois de alguns minutos a Sra. Luveau bateu na porta leve:
- Isaac? Desculpe te atrapalhar, queria saber só que quer o chá agora?
- Aceito, sem problemas, não está atrapalhando.
- Desce e te sirvo.
- Obrigado. – Isaac se levanta e vai em direção à cozinha.
- Aqui é sempre tão frio neste horário? – Isaac pergunta, puxando as mangas da blusa.
- Nem sempre. Amanhã mesmo vimos a previsão e fará 72Fº.
- Sra. Luveau, posso lhe fazer uma pergunta? Apenas por curiosidade, se não for incomodar, claro.
- Pode perguntar.
- A família do Sr. Luveau, bem, antes dele, tinham gêmeos?
- Sim, a mãe de Eliphas era gêmea, e ela teve gêmeos também, só que o irmão de Eliphas morreu logo após o parto, mas, porque?
- Foi um palpite, na verdade, em uma das fotos que havia no álbum que você me mostrou tinha uma foto de duas mulheres que se pareciam bastante.
- Sim, era a mãe de Eliphas, Rose e sua irmã, Margaret. A irmã Margaret era bem ruim, nossa! Dava até para sentir o peso do ar perto dela. Eliphas detestava sua tia, particularmente eu também, ela era bem desprezível.
- Entendo um pouco pessoas assim.
- Ah! Ela não era nenhum pouco de se compreender.
- Digo, que, entendo que existam pessoas assim.
- Ah! Claro, infelizmente temos sim, desde sempre, pessoas ruins.
Durante a noite, Isaac não prega o olho, fica preocupado, com todos da casa, principalmente Sarah, que era quem ele tinha quase certeza de que via a defunta, ou as defuntas, ao mesmo tempo ele estava confuso, essas coisas realmente aconteciam? Existem esse tipo de manifestação? Quantas pessoas no mundo devem lidar com esse tipo de situação? Ele queria ajudar, mas, não sabia como, muito menos como dizer. Vencido pelo cansaço ele acaba adormecendo.
Escutando um grito ele se levanta, rapidamente, no relógio eram 03 horas da madrugada, ele abre a porta, era Sarah, Eliphas e logo atrás Marta entravam depressa no quarto, Isaac foi depois:
- O que aconteceu? Está tudo bem?
- Sim, está ela deve ter tido um pesadelo. – Diz Marta. – Pode ficar tranquilo, foi só um susto.
- Tudo bem, vou voltar para o quarto.
Isaac volta caminhando na ré, devagar, até o quarto de hóspedes. Quando chega ele fecha a porta com calma, ele senta na cadeira da escrivaninha e encara a floresta pela janela. Não fecha os olhos, não pega no sono, só pensa que aquela família corre perigo.
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O curandeiro
HorreurIsaac Miller é um estudante na Bethany Global University, universidade religiosa, onde direcionam tarefas, chamadas como missões, específicas a diferentes alunos. Isaac prestes a formar-se viaja até Anoka, Minessota e hospeda-se na casa da família L...