Capítulo 10

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Iniciando-se uma tempestade, os três, Isaac, Eliphas e Marta saem pela floresta à procura de Sarah. Via-se o desespero no olhar dos pais, o quanto exclamavam pela filha, o quanto angustiados estavam. Isaac se encheu de preocupação, ele sabia que Circe havia pego ela, mas, não sabia como contar, não sabia como encontrar Sarah e não sabia como resolver a situação.

- Sarah!

- Sarah, filha cadê você?

Marta já chorava de descrença, medo, Eliphas gritava mais alto e com mais força, a chuva caia mais forte do que nunca, estava frio, até que eles precisavam atravessar o rio para o outro lado para procurar pela filha, Eliphas entrou com tudo na água, Marta com muito medo mesmo assim foi logo atrás, os dois começaram a afundar cada vez mais, continuavam gritando, Isaac sentia a terra mais molhada, afundando também, decidiu ir atrás do casal, foram caminhando lentamente por conta da pressão da água, Isaac começou a gritar Sarah também, o rio foi ficando mais fundo, com a água até o queixo de Isaac, o medo começou a bater nele, mas, continuou forte até atravessar o rio, apesar de parecer que não chegava nunca.

Atravessaram para o outro lado e continuaram em frente, sempre em frente, até que Isaac pensou e gritou me meio à chuva com raios:

- Sr. Luveau! Acho que alguém deveria procurar na casa de vocês, ela pode estar por lá!

- Vá garoto, nos encontramos no acampamento depois.

Isaac desvia o caminho e vai até a casa dos Luveau, no caminhar dos passos largos e corridos que dá, ele pensa no que Circe pode ter feito com a menina, e pensava em todo aquele cenário horrendo que se passava naquele instante, à poucas horas havia ligado para sua mãe e dito estar tudo bem e de repente não está mais, Isaac sentia-se agora com medo, de não encontrar Sarah, de tudo não voltar ao normal, ou piro de encontrar a menina em situações ruins. O que ele faria? O que precisaria fazer logo depois? Ele nunca havia passado por aquele tipo de situação, não sabia o que teria que fazer, sentia-se perdido e agora desconfiante.

Ele chega à casa dos Luveau, a porta da frente está trancada então ele entra pelos fundos que pelo que aparentemente havia ocorrido o casal Luveau por sorte de Isaac, havia esquecido de trancar, ele entra e grita por Sarah, procura na biblioteca, na sala, cozinha, banheiros, e vai até o quarto dela.

Sarah estava no canto de cabeça baixa, chorando:

- Ei! O que você está fazendo aqui Sarah? Seus pais estão completamente preocupados com você, perguntando aonde você está.

- Eu vim pra cá porque ela mandou.

- Circe?

Sarah faz que sim com a cabeça.

- Você precisa contar para os seus pais sobre ela.

- Eu não posso, ela me disse que se eu contasse ela me tira deles, ela teria que me levar embora.

- Sarah, você precisa, será mais seguro com eles sabendo.

- Eu não posso.

- Quem é ela? O que ela quer de você? De mim? Dos seus pais? – Isaac pergunta com certa raiva.

- Eu ainda não sei, mas, a Trívia que fica comigo para deixar ela longe, só que, quando a Trívia não está, ela aparece. E fica me ameaçando, assustando, me fazendo ter pesadelos noite após noite. Ela me faz fazer coisas horríveis quando fico sozinha.

- Como o que? O que ela manda você fazer?

Quando Sarah era menor, Circe já havia procurado por ela, diversas vezes, fazia-a sacrificar animais na floresta, como corvos e os animais domésticos dos vizinhos, colocar fogo na casa da árvore, bater nos colegas de escola, xingar. Por este motivo Marta e Eliphas tiraram-na da escola e colocaram-na para estudar em casa. Desde então ela havia sido uma menina exemplar, se comportava e se dava bem nas matérias que sua mãe lhe ensinava. Mas, Circe continuou a perturba-la em certas noites e sonhos.

- Ela quer você. – Afirma Sarah.

- Ela me quer pra quê?

- Ela quer usar você.

- Ela quer me usar pra quê Sarah?

Neste momento a porta do quarto é batida contra a parede:

- Encontrou ela? – Diz Eliphas, grita Eliphas.

Isaac olha para o casal que está parado e com os olhos arregalados na porta do quarto, ele volta o olhar para Sarah que estava vermelha, chorando, desesperada, sem a blusa e com a calças abaixadas.

O curandeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora