Capítulo 9

5 0 0
                                    

Na manhã seguinte, Isaac vai até a tenda, ele caminha pela floresta aberta e escuta novamente o barulho da cachoeira, ele está disposto a pegar qualquer divergência na cura, mas, quando chega, as mesmas coisas acontecessem. Dessa vez, a mulher, Clarice Williams, 45 anos, câncer de mama, da mesma forma foi levada até o hospital, pela tia.

Isaac então apresentou-se, informou ser da BGU e sobre seu projeto, Clarice pareceu feliz em ajudar, mas, a tia não muito, pareceu incomodada em carregar um desconhecido dentro do carro e falar também para um desconhecido a vida de sua sobrinha. Como Isaac precisava foi mesmo assim.

Chegando no hospital a mulher foi diagnosticada sem doença alguma, os médicos ficaram boquiabertos de ver a boa situação da mulher. Então, enquanto ela e sua tia conversavam com os doutores e faziam exames, Isaac saiu na procura de outra coisa, alguém que tinha morrido, ou de repente esteve doente nos últimos 30 minutos, qualquer outra coisa e ele encontrou, um homem, quase da mesma idade da mulher que havia sido curada, sofreu de infarto, no mesmo horário. Isaac sabia que aquilo estava errado, a família do sujeito disse que ele era completamente bem de saúde, que simplesmente enquanto tomava banho sofreu o infarto do nada. Ele pediu licença e caminhou rápido pelos corredores,, avistou algumas enfermeiras andando e resolvendo assuntos dos pacientes, algumas estavam de olho nele, ele continuou caminhando por entre os corredores, quando avistou "Sala de Arquivos", fingindo estar despreocupado, apenas rodeando pelo hospital, ele esperou para que o corredor ficasse quase vazio, e entrou na sala, procurou pelos arquivos do ano, através das datas passadas, encontrou o arquivo da mulher, agora morta, do mesmo dia que Normam havia sido curado e do homem que havia sofrido infarto a alguns minutos atrás, um enfermeiro entrou na sala mas, Isaac já havia se escondido por entre os arquivos, quando ele saiu, Isaac saiu logo depois para não ser pego.

No estacionamento do hospital, pediu um Uber até a casa dos Luveau, onde ficou alguns minutos esperando até que o carro chegasse, ele olhava entre horizontes esperando ver algo e viu pela esquerda, a defunta sabia que ele estava procurando-a, sabia que esperava vê-la, no fundo próximo das árvores, onde o que só se dava para enxergar era seu vestido longo e preto, com o véu de renda sob a cabeça, ela deu um sorriso maléfico de longe, e Isaac sentiu-se encorajado e cheio de fé, respirou fundo e olhou para a direita e viu a mesma mulher, na mesma posição, os dedos das mãos cruzados em frente ao seu tronco, comportado. Ele não tinha mais medo, mas, ao mesmo tempo não se sentia completamente confiante, ele sabia quem era e sua história mas, não sabia como acabar com tudo aquilo. Logo ele pensou:

- "Eu tenho que descobrir o que ela quer."

À tarde, voltando do culto de cura, Isaac pegou algumas coisas e guardou junto com o livro os arquivos roubados do hospital, enquanto os pais de Sarah arrumavam barracas entre outras coisas. Todos caminharam até a cachoeira e no caminho, conversaram, sobre a cura da mulher, sobre o que ela tinha e o que Eliphas havia sentido naquele momento:

- Eu sonhei com o rosto dela noite passada, antes de Sarah ter o surto, tinha visto ela já algumas vezes no culto de cura, eu a vi primeiro e depois a mancha branca bem mais intensa, como se aquela mulher precisasse ser salva de qualquer jeito, foi diferente, como se eu tivesse realmente que fazer aquilo.

Isaac sabia que estava chegando perto, que estava incomodando o espírito de Circe. Porque parecia que agora ela estava se revoltando? Ao mesmo tempo Isaac se preocupava, porque ela sentia mais raiva agora? E se pudesse fazer algum mal à família.

Perto da cachoeira eles montaram as barracas, comeram, e nadaram, Sarah parecia menos afligida, mais alegre, por estar ali, por estar com os pais. Naquele meio havia sinal de telefone, então Isaac ligou para sua mãe e avisar que estava tudo tranquilo. A mãe de Isaac ficou feliz em ouvir a voz do filho:

- Graças a Deus está tudo bem. Você esqueceu de me ligar ontem.

- Eu sei mãe, sinto muito. Não estou muito longe de terminar o artigo então estou bem focado nisso, quero que fique o melhor possível.

- Eu sei que você é um pouco perfeccionista, perfeição leva tempo. Tudo bem, só que, não se esqueça de me ligar, por favor.

- Claro! Como está Rachel?

- Ela hoje está vestida de Princesa Ana, do Frozen.

Eles caem entre risos.

Isaac sentiu-se por um instante com temor por acontecer algo com ele e preocupar sua mãe e sua irmã. As duas sofreriam e isso não poderia acontecer, não tinha que acontecer, o destemor havia voltado, ele pensou "Não", desse jeito havia como seguir em frente, aquela família corria perigo, porém Isaac não sabia exatamente pelo quê e nem como.

Anoiteceu e Isaac dormia na barraca, profundamente, principalmente pelo cansaço, ao mesmo tempo a mente estava alerta.

Ele acordou mas, na cama do quarto de hóspedes na casa dos Luveau, novamente soando e com respiração e coração acelerados, ele se levantou pois, lembrava de ter adormecido na barraca, saiu pelo corredor, o corredor, o de cor preto, vinho e sangue, mais sangue que o anterior, Isaac caminhou até o final e virou na sala, coberta de sangue, ele se vira e quando olha há a mesma frase escrita diversas vezes na parede com sangue, "Fique calado".

Quando ele se vira para o outro lado há outra frase "Ela vai pegar você", Isaac escuta uma voz gritando de longe e se vira novamente para o meio escuro, era Sarah agonizada.

Isaac acorda, na barraca, soando, coração acelerado, Marta abre e exclama:

- Isaac! A Sarah sumiu!

O curandeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora