Billie mal conseguia se concentrar no final da aula. A agonia e pressa para ir para casa não a deixavam se concentrar, assim como a loira a sua frente conversando com o novo amiguinho.
A perna direita dela batia freneticamente no chão, mas Billie nem se dava conta disso. Toda a sua atenção era em torno de Madison. Isso há pelo menos três anos desde que começaram a dois, relação essa que terminou há alguns meses.
E foi aí que a atenção, tornou-se obsessão.
Depois que terminaram, Madison ficou muito grudada com Scott Stubby, um rapaz moreno e alto da sua aula de matemática financeira. Eles dois estavam sentados mais a frente na sala e Billie, como o de costume, no fundo da sala observando os dois.
"Vadia." Foi o que ela pensou sentindo a veia lateral pulsar forte ao ver Madison dando sorrisinhos o tempo todo para Scott, que por sua vez tinha mão descendo pelas costas dela.
"Ela é minha, seu desgraçado. As MINHAS mãos deveriam estar no corpo dela agora."
— Billie...? Oh, meu Deus... você está sangrando! — Noah exclamou horrorizada vendo o sangue da mão de Billie pingar na mesa.
Só então com a atenção de todos na sala sobre ela, que Billie percebeu que estava segurando a ponta do ferro de um compasso com tanta força que chegou a perfurar sua pele.
O sinal toca.
Ótimo. Billie solta uma respiração que havia prendido e pega o seu material afobada sujando com o sangue. Ela saiu depressa da sala. Ser o centro das atenções a deixava com falta de ar e muito desconfortável.
— Droga... vamos logo... — A garota estava nervosa e o carro simplesmente não pegava.
— Billie? — A respiração dela voltou a ficar descompassada com essa voz. Madison estava do lado de fora do carro a olhando, mas Billie não se moveu.
— O que foi?
— Eu estava te chamando. O que aconteceu com a sua mão? Você está bem?
— Isso importa pra você?
— Claro que importa, Billie. Você é importante para mim. — Madison respondeu com sinceridade.
Billie deu uma risada nasal a olhando.
— Pare de mentir, se você se importasse de verdade não teria acabado com tudo de repente, Madison.
— Billie, por favor. — Suspirou cansada, aquele era um assunto maçante, mas que Billie aparentemente não se importava em repetir toda hora. — Não vamos começar tudo novamente. O que nós tínhamos não era...
— Não era o quê, Madison?! — Billie gritou assustando a loira do lado de fora, que recuou um pouquinho. — Hm? Me diga? Por que fez eu ne apaixonar por você, quando na verdade você queria era dar para o porra do Stubby! Você nunca passou de uma vadia, eu deveria saber.
— Está vendo? Era exatamente o problema! Você é ciumenta demais, Billie, não confiava em mim! O nosso relacionamento não era saudável.
— É claro, como eu poderia namorar com uma garota tão rodada feito você, hm? — Billie saiu do carro e foi se aproximando de Madison. A voz dela estava diferente, rouca. — Me diz, quantas vezes me traiu quando ainda estávamos namorando? Foi só o Stubby ou a lista era maior?
— Billie, para. Você está me machucando. — Madison pediu assustada Billie estava segurando o seu queixo com muita força com uma mão e com a outra segurança o braço impedindo-a de sair.
O braço da loira ficou sujo pelo sangue e aqueles olhos oceânicos que uma vez fizeram o seu coração balançar, agora pareciam insanos... como ela já havia visto algumas vezes.
