FOR US - JOADE

Capítulo 3

[...]
— Já to indo para casa, não tem almoço lá, vou ter que fazer, quer arriscar? — brinco
— Pode ser — ela responde sem entusiasmo
— Qué que foi? Acabou o efeito Jade Picon legal? — brinco novamente e consigo arrancar um sorriso de seus lábios
— To só pensando — fala no mesmo 'ânimo' de antes
— Posso perguntar em que? Ou é muita invasão? — questiono
— Todo mundo tem uma visão muito errada de mim, e isso é culpa minha — fala enquanto põe mechas de cabelo atrás da orelha
— O que acha de mudar isso? A partir de agora você é uma folha em branco e nós vamos nos conhecer agora — digo e ela sorri
— Você é fofo, às vezes
— Qual o seu nome? — entro no lance da 'folha em branco'
— Jade Picon e o seu? — ela fala rindo ainda sem levar a sério
— João Guilherme, qual sua comida favorita? — definidamente entramos num quiz
— salada e a sua?
— picanha quentinha saindo da churrasqueira com a gordura derretendo — falo imaginando a delícia em minha frente
— isso mata
— me mata é de vontade — gargalho — cor favorita?
— preto e a sua?
— arco-íris serve? — ela sorri
— arco-íris não é uma cor — cruza os braços
— salada não é comida de gente — cruzo os braços a imitando
— idiota! — sorri — tem irmãos?
— Buddy, conta?
— O que é um buddy?
— O cachorro mais legal do mundo! — sorrio largo e ela me acompanha — e você? Tem irmãos?
— Um, o Léo, ele é mais velho — responde
— Tá, super-herói favorito?
— Não tenho
— QUEEEEE? — grito
— para de gritar, tá todo mundo olhando para a gente — ela põe a mão em minha boca e eu logo retiro
— vamos assistir todos os filmes do Homem-Aranha hoje!
— a gente não ia fazer um trabalho? — ela questiona
— tem hora para voltar para casa?
— não... eu acho
— então a gente faz o trabalho e maratona Homem-Aranha, tudo bem para você?
— pode ser — responde e eu grito "yeaaaah" fazendo ela gargalhar da minha tontice — você é diferente do que eu pensava
— Você também, parece outra pessoa — sorrio e ela retribui — Chegamos! Lar doce lar — aponto para a grande casa em nossa frente
— UAU, não sabia que tinha dinheiro — ela brinca
— É que eu não tenho, isso foi tráfico — brinco e ela fica séria — brincadeira, bobona — ela ri
[...]
Após longas horas fazendo nosso trabalho, que por sinal ficou perfeito e merece 11 e não 10, resolvemos fazer uma pausa para comer alguma coisa, Jade deu a ideia da pipoca e eu dei a ideia do brigadeiro. Acho que estou famosamente "pagando a língua" com essa amizade, ela é a melhor companhia que eu já tive em tempos e tempos.
— Você sabe que se não mexer o brigadeiro ele vai queimar todo, né? E abaixa o fogo garoto, meu Deus você não sabe fazer mesmo — ela diz me retirando de perto do fogão como se eu fosse uma criança de 5 aninhos
— Você parece a minha mãe, não sabe que o toque especial é a comida queimada — falo e ela gargalha
— Oi filho, cheguei — minha querida mãe aparece diante de nós se surpreende com a presença da Jade — não vai me apresentar-lá? — sorri
— Ah, oi, ela é a Jade. Jade, mãe... mãe, Jade — digo e elas se abraçam
A Jade foi extremamente simpática com a minha mãe, assim como está sendo comigo durante toda a nossa 'aventura' de hoje.
[...]
— Já está ficando tarde, preciso ir embora — a garota fala ao olhar o display de seu celular e notar que já são 21:45
— Você vai a pé? — questiono
— Vou, não é muito longe — sorri simpaticamente — obrigada por hoje, há tempos eu não me divertia assim
— Digo o mesmo para você, obrigado — sorrio de volta — e se não for incômodo, eu te acompanho até a sua casa, se for incômodo eu vou acompanhar do mesmo jeito, então só aceita — digo e ela gargalha
— você é besta!
— obrigado, foi o melhor elogio que recebi no dia de hoje — dou o famigerado "sorriso de menino amarelo"
Saímos pela porta da frente e a baixa temperatura logo foi notada, onde eu morava não costumava ser frio assim, mas acho que já estou me acostumando.
— Espera, entra rápido que eu vou buscar uma coisa — digo e me encaminho até o meu quarto em busca do meu moletom favorito, ele é o único capaz de esquentar verdadeiramente alguém. Vesti o meu moletom e coloquei o skate embaixo do braço, agora está tudo certo.
— Toma, veste — entrego o moletom em suas mãos que logo tomam de mim
— Obrigada, eu realmente não aguentaria andar por aqui com todo esse frio — sorri
— É o meu jeitinho — sorrio e recebo um leve 'tapinha' no ombro

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