Eu cai nele
No meio do Mar
Ele disse que também era Oceano e Rio
Mas eu preferia MarEle recebia visitas do Céu
Que mandava Tempestades
Era uma vida agitada o suficiente para que eu fosse insignificanteEle mal me notava flutuando
E disse que eu podia ficar se não atrapalhasse seus hobbies
Ele gostava de afundar barcos
E colocar icebergs que afundavam barcos
E criar ondas gigantes que afundavam barcosO Mar se dizia triste
E sempre se lamentava quando achava que eu não estava escutando
Talvez por isso fizesse coisas ruins
Ele não tinha chefe,
Ninguém a quem culpar pelo mal que faziaMas o Mar
Mesmo sendo um ser terrível
Carregava certa beleza em sí
Haviam moradores em sua casca e por dentro dela
E eles iam até o fundo, talvez próximo de seu coraçãoO Mar era cheio
Ele não era nada
E as pessoas imaginavam que o compreendiam
Elas andavam por ele
E sorriam pra ele
E navegavam por ele
Mesmo ele não gostando delasEntão eu engoli o Mar
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Universo em Singularidades
PoetryO sol, a lua, o tempo, o mar, o vento e tantas outras figuras poéticas e enigmáticas são o tema da coletânea "Universo em Singularidades", assim como os sentimentos envolvidos entre eles e o eu-lírico numa conexão harmoniosa em uma galáxia distinta...