Eu caí em poeira
E a poeira caiu em mim
E nós caímos em areiaEu já não era nada
Eu era o Mar
E o Vento
E o Sol
E a LuaEu tinha um pouco de todos eles
Já não era invisível
Minha pele era estranha
Não sentia nada
Mas eu sentia ela
E sentia a Terra
Sob pés de cristalA Terra era horizonte até onde eu via
E haviam pedras
E florestas por onde o vento passou um dia
E haviam montanhas de fogo, diferentes das montanhas normais
E montanhas de geloEla disse me conhecer
Mas eu logo a interrompi:
"Eu não sou mais nada"
"Então, o que é você?", ela perguntouEu não sabia
Se eu não era tudo
O que eu era?A Terra me cantou uma canção
E eu cantei de volta
Eu andava por ela
E ela me contava o que eu era
E o que eu já foraEla disse que já se passara muito Tempo
E o Tempo não me queria lá
A Terra foi embora
Mas eu ainda tinha areia nos pés
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Universo em Singularidades
PoesíaO sol, a lua, o tempo, o mar, o vento e tantas outras figuras poéticas e enigmáticas são o tema da coletânea "Universo em Singularidades", assim como os sentimentos envolvidos entre eles e o eu-lírico numa conexão harmoniosa em uma galáxia distinta...