5. A festa: Alec

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Durante a festa, Julie se afastou de mim e aproveitei para dançar um pouco.

Escorei-me na mesa de bebidas e escondi uma no meu paletó. Resolvi ir no vestiário, para tomar um pouco e ficar louco. Mas também estava seguindo um garoto super interessante. A festa estava parada demais para o meu gosto. Dancei enquanto caminha em direção à "Sala dos Garotos". Enquanto me olhava no espelho, vi Julie passar e assim que virei meu olhar novamente para o espelho. Vi o garoto que tanto conversei me observar.

— Então aqui está você — disse ele sorridente enquanto se aproximava.

— Uau — me impressionei, aproximando-me dele. — Então quer dizer que você veio? — indaguei, com um olhar sedutor.

— Não pude deixar de comparecer à está grande festa. Sabia que uma hora, o encontraria, mas não imaginava na opção de ser aqui.

— Pois é — eu disse, desconfiado. — O que você faz aqui? — Pensei na alternativa de ele ser um assassino ou até mesmo um vendedor de drogas. Essas ideias me deram medo, mas poderiam ser a verdade. E se fosse? Era o meu fim.

— Eu vim resolver umas coisas com um amigo meu, o Liam. Você não conhece, apesar de ele ser um pouco popular na escola.

— Devo conhecer. Joanne, era o nome da melhor amiga dele. Ela foi assassinada. Estou certo?

— Sim, está — disse ele, sorrindo. — E ele...

— Ah — interrompi-o, aproximando-me mais um pouco. — Ele é o dono do Liam's, claro.

Ele fez que sim, com um sorriso bobo estampado na cara.

— Você quer ir para outro lugar, conversar melhor?

— Preciso encontrar minha amiga.

Vocês devem ter esquecido, mas ele me deu um pé na bunda. Mas aquele rostinho de anjo e cabelos negros não conseguiam me seduzir. Não mais.

— Podemos procurar juntos — ele sugeriu.

— Pensando bem... — eu disse, batendo o indicador no polegar — ... depois eu procuro ela.

Eu sabia o quão difícil seria encontrá-la, ainda mais por estar na presença de seu grande boy.

Caminhamos por toda a cidade e paramos na lanchonete do Liam. Coincidência, não?

— Bem — disse ele, quebrando o silêncio que nos dominara por toda a caminhada. — Faz tempo que quero te falar que estou arrependido do que fiz. Se quiser voltar atrás, saiba que eu vou estar pronto pra te amar.

— O que? Como assim?

— Vamos lá. Deixa o sentimento fluir — disse ele, com um olhar sedutor. — Eu estou afim. Ainda aos agora que sinto o seu cheiro, o cheiro do seu cabelo.

Achei estranho. Tinha certeza que meu cabelo estava começando a soar. Provavelmente não estaria cheirando. Foi então que eu lembrei daquelas palavras. Era a letra de uma música que eu conhecia.

— Estarei vinte e quatro horas no ar — complementou.

Fitei-o enquanto me arrastava para a cadeira ao lado do corredor e disse:

— Na verdade é que eu acreditei na dor que você me fez. Mas agora tudo vai mudar porque você já me perdeu e o culpado não fui eu.

Ele puxou meu braço, murmurando:

— O que? Isso parece fantasia. Vamos resolver isso agora.

— Escuta, eu precisava de todo esse tempo com você para decidir.

— Decidir o que? — ele indagou.

— Não adianta mais fingir e dizer que não aconteceu, porque aconteceu. — Levantei-me e me pus em direção à saída. Encarei-o e prossegui: — Não dá mais pra mudar. Não vai voltar. Eu não vou voltar.

Andei apressadamente até a saída enquanto ele resmungava algo que eu não fiz questão de ouvir. Deixei-o lá, com toda a conta para pagar.

Hoje, quando olho pra trás, percebo as coisas de que me livrei. Me vejo sendo idiota. Mas aquele Alec morreu e eu renasci das cinzas, como uma fênix.

Quando Olho Pra TrásOnde histórias criam vida. Descubra agora